segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Estou de volta! Depois de uma prova chatinha de estatística e todo o tempo livre focada em estudar, fazer cálculos, decorar fórmulas, eis que agora me encontro de recesso de Natal e com mais tempo (para estudar). Nestes  últimos dias muita coisa aconteceu: tive a punção ontem e encerramento da doação de óvulos, na quinta foi a festa do Fabian na escolinha, na sexta a prova. 
O Fabian foi vestido de flor, não chorou quando viu o papai Noel, mas passou o tempo todo com a mão na barriga e com uma cara de sono! Quando chegamos em casa comeu muito e depois, que dormir que nada, o sono passou todinho. Devia ser de fome e não sono a carinha dele eheheh.
Alguma coisa tem mudado em mim, acho que desde que me propus  a falar sobre o que sinto, fiquei mais aberta a mudança. E parece mesmo uma sensação muito delicada, algo como se um fio muito fino tivesse desamarrando os meus medos, ardorosamente cultivados e os libertasse para a luz, lugar este que todos os medos anseiam por ir. E fui soltando, fui ficando mais leve. E fui capaz de sentir coisas que sentia antes, desta vez com mais clareza. Hoje continuo ainda com dificuldades de dar toda a atenção pro meu filho, mas já consigo ter momentos que são só nossos, consigo olhar mais no olho dele e sentir amor. Abraço e beijo muitas vezes e peço desculpa no ouvido dele, baixinho. Desculpa filho por não conseguir ser a mãe amorosa que mereces, mas eu to tentando e vou conseguir ser melhor a cada dia. 

A raiva que guardava em mim, amarrava meus pensamentos, impedia-me de viver. Eu só sentia raiva de ter de dar o meu tempo, de ter de ser uma pessoa que  não era eu. Sentia até muita impaciência com o meu cachorro, coisa que eu nunca tinha tido. Estava mais seca por dentro, mázinha também. Não é que tenha dado uma volta de 180º, nem tido qualquer epifania. Mas acho que cresci um bocadinho assim ó. Um centímetro talvez. Sinto-me mais leve. Os pés menos pregados ao chão. Os pensamentos mais soltos no vento.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011


Tão lindo na foto de Natal da escola!

Nunca fui muito amiga dos números... gosto é de palavras. E os números nunca me disseram nada.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Anjinho ou...


Porque quando os pais chegam, transforma-se de tal maneira que parece um polvo mexendo em tudo, desobedecendo, atirando-se ao chão: grita, chora. É uma tempestade, um furacão em escala máxima e, segundos antes estava apenas um menino lindo, sentado com um livro na mão...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Eu no divã (3)


Quando deitei-me naquela cadeira horrível, aquela que existe nos ginecologistas, que nos mantém desconfortavelmente "naquela" posição... pois, esta mesmo. Quando deitei-me nela esta semana, e olhei para a tela do ecógrafo no alto da sala branca, tive por instantes uma sensação de melancolia, era como se fosse ver o meu bebê. Não o Fabian, talvez, mas o bebê que havia imaginado. Era como se pudesse ver ele a se mexer e piscar na tela escura. Foi tão pouco tempo, mas consegui captar estes pensamentos. É claro que censurei-me. Aliás é uma coisa muito estranha. Explique-me porque eu que tenho apresentado aqui todas as minhas limitações como mãe e ser humano que sou, tenho uma certa inveja ou melancolia quando vejo que alguém está grávida de novo. É quase como se uma leoa dentro de mim se apoderasse dos meus sentimentos, é uma sensação estranha, de aperto no coração. É uma censura porque não sei como alguém quer repetir esta experiência, ao mesmo tempo, consternação ao ver que tenha se passado tão poucos meses que dera à luz.
Não, eu não sei. Mesmo. No fundo parece aquela impotência de que mesmo que eu quisesse (o que parece não ser a vontade dominante), não posso. E porque? Meu marido é estéril há mais de 25 anos, quando fez a vasectomia. Isto implicaria passar por tratamentos e não quero mais isto. Veja bem, amanhã começo as injeções. Não é da bomba de hormônios de que falo e sim da minha fertilidade estar sujeita a dias e horas marcados e pior: na mão dos outros. Talvez eu ainda sonhasse com uma surpresa, um marido que fosse mais novo que, quando o relógio que toca lá pelos 38 anos despertar, bip bip bip, ele não tivesse perto dos 70...
Mas isto é muito longe, pode nem sequer tocar, tu pensas. É verdade, mas é parte do que se passa aqui e aqui. (Aponto para o coração e para a cabeça).
Bom, não se pode ter tudo na vida, não é mesmo? Isto é mais uma coisa que devo aceitar com o tempo. Agora por mais que às vezes a vontade me falte, tenho de cumprir os meus objetivos, olhar para a frente. E observar. Por mais difícil que seja, acredito que ao prestarmos atenção ao que sentimos, com mais serenidade aceitamos o mundo e tiramos este fardo dos ombros, o fardo de parecermos socialmente adequados. Perfeitos.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Adultecer


Não, não existe no dicionário, infelizmente. Mas acho que faria todo o sentido se existisse. Adultecer... bem, sabe aquele período em que não se é mais adolescente (por volta dos 19 anos) e também ainda não nos sentimos "adultos" o suficiente? Pois é, trata-se de um limbo, um hiato em que a consciência está a ser moldada e precisa de um tempo para que nos demos conta de que crescemos. Estive assim, como sempre, tempo demais. Bem, também deixei de ser criança tarde, de ser adolescente aos 21 quando saí da casa dos meus pais. Mas acho que só agora, aos 26 anos, sinto-me realmente mulher. Sinto-me segura em minhas decisões, não sinto vergonha das coisas bobas que antes sentia. Também já entendo um pouco mais da vida, tenho mais paciência com algumas coisas e pessoas, embora não com outras. Aprendi a dizer o que sinto quando há necessidade para tal. Antes, limitava-me a resmungar e guardar mágoas, mas não percebia que isto não me levava a lugar algum. Se quero que as coisas mudem, preciso mudar. Isto é tão óbvio, não é? Mas quanto tempo levamos para realmente por a mão na massa?
E para mim, mudança não é uma coisa que se faz somente de forma ativa. Com isto quero dizer que se não deixarmos acontecer, a mudança em si não ocorre. É mais ou menos como na natureza. Se tudo é movimento, não vale a pena eu ficar parado. Porém, se fizer a ferro e fogo e esperando rápidos resultados (que é o que geralmente acontece quando queremos algo), só vamos de encontro a um muro. Ficamos duros conosco e não aprendemos. A chave tão preciosa e tão rara: aceitação. Não é que eu tenha atingido algum patamar de iluminação, mas somente agora sei e sinto mais do que sei, que devo esforçar-me por me aceitar, estar presente, estar ao meu lado. Só assim permito-me mudar. Assim, tornei-me uma mulher.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Narcisismo digital


Quantas vezes não se deparou com a pergunta: o que você está pensando? Ou coisa do gênero. E quantas vezes ao estar furiosa com alguém não quis ir logo ao facebook e colocar indiretas e, se a pessoa em causa estivesse entre os seus amigos, torcer para que lesse? Quantas vezes quis partilhar a nota de uma avaliação, os quilos perdidos, o aniversário de casamento com o homem mais amoroso do mundo?
Ultimamente tenho pensado sobre isto, que fenomeno é este em que temos que contar aos quatro ventos o que se passa em nossas vidas à espera de likes, de comentários, de carinhas como esta :) ?
Não quero aqui julgar ninguém ou ser fundamentalista contra a modernização das comunicações, visto que euzinha faço isto. Só me proponho a refletir o porque de sites de relacionamento ou seria de "realçamento" se tornarem tão populares e necessários na nossa vida.
Hoje em dia passo umas boas horas a ver o que está acontecendo com fulanos e ciclanos, vejo as fotos, vejo quem viaja para onde, quem publica via celular, quem está acordado a tal hora. É quase como se nos tornássemos vigilantes uns da vida dos outros. Convenhamos, a dona Candinha do primeiro andar, por mais que colocasse uma almofada na janela, jamais conseguiria ser tão eficiente!
E por aí vai, a situação chega a ser tão ridícula que algumas pessoas começam a reclamar dos outros fuçando em seu perfil. Ahah! Dá uma vontade de responder para que se vá embora, pois a finalidade de uma página é mesmo esta. Sendo que ela mesma faz isto com os outros, é uma hipocrisia do caramba.
E quantas vezes já não deixamos de nos dedicar ao estudo, ao trabalho, ao marido, aos filhos por conta de nos distrairmos demais? Acho que só evidência a ideia de que estamos constantemente em um mundo virtual e cada vez menos no real. Isto para não falar daqueles jogos viciantes e um tanto bobos como fazendinha, cafézinho mágico, etc. E as tais campanhas de doar sangue, brinquedos, ajudar um animal a ter dono ou fazer cirurgia? Fico imaginando quando é que vão ter tempo para isto se estão sempre no facebook. E tenho a impressão que um like não reverte em dinheiro nenhum para a conta daquela criança com uma doença raríssima. E nem para o cachorro arranjar dono.
Mark Zuckerberg é realmente um gênio, no sentido de ter detectado esta carência humana de atenção, aprovação, e fazer disto um império digital, o qual lhe rende milhões de dólares por cada propaganda irritante que pula nos nossos olhos. Fora que o site tem recursos para "seguir" os usuários e recolher informações sobre gostos e assuntos mais lidos, de forma que assim, vem-nos anúncios "personalizados" juntamente com aquelas porcarias de teste de QI...
Páginas do tipo do Facebook vão além de algumas vozes ecoadas por blogs e videologs. Tendem a bestializar as relações, tornando-as mais alargadas, porém com evidente pobreza de sentido. Afinal que nível de amizade tenho com a prima do vizinho da minha amiga de infância que viu-me em dois aniversários apenas?
Apetece-me dizer, façam um like. Mas a vida é mais que receber ou não a provação de alguém. É muito mais fácil ficar entre a multidão, porém já não é mais a ideia que me move. Vejo que muitas coisas mudaram e hoje já não aceito a realidade como antes: questiono-a, ponho-na à prova, ponho-me à prova. E mesmo assim continuo a usar o facebook.



segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Eu no divã (2)


Pois é, estou aqui de novo. Como toda boa capricorniana vou até o fim desta montanha, não importa quantas pedras ou quanta chuva caia no caminho.
No início era como a maioria das pessoas. Gostava da mentira piedosa, ainda mais se for para eu mesma. Fingia que estava tudo bem e afastava tudo que não gostava com um safanão no ar. Mas o pensamento apenas se recolhia e permanecia à espreita. É certo que não mudamos o que não nos incomoda e o que não enxergamos. É por isto que a maioria das pessoas prefere ignorar o que sente, uma minoria admite para si e uma minoria menor ainda admite para os outros. E isto agora porque? Porque agora não há volta a dar. Lembra-se do conhece-te a ti mesmo? Pois é. Agora tem sido o meu objetivo. Quero conhecer, aceitar, mudar. Baby's steps. Assim.
Agora vejo que a insatisfação sempre esteve presente na minha vida. Recordo-me de estar sempre em busca de algo, e naquela ansiedade de conseguir ter uma roupa, um brinquedo, um namorado, um peso na balança, enfim. E depois, que alcaçava a suprema felicidade, lá caía novamente no tédio até ter outra coisa para qual correr atrás. Foi sempre assim. Tinha a sensação de que se me esforçasse, talvez a felicidade viesse. E confesso que foi assim com o sonho de ser mãe. Era a tal felicidade que ouvia-se falar. Dá trabalho, mas compensa. Fiquei três anos me injuriando por não ser mãe, sentindo inveja de quem era, resmungando como uma velha para o meu marido. Até que...finalmente fui mãe. E lá estava, agora que venha a felicidade. Mas ela não vinha. Que venha o amor, estou à espera, venha! E não veio.
A maternidade tem sido uma grande lição para mim. Foi um abanão. Pela primeira vez ficou à nu que este caminho não me levaria a lugar nenhum. Só por ela pude ver com olhos de "ver" que não pode ser assim a vida. Vou viver insatisfeita até quando? Vou buscar o que agora? Uma viagem pro Caribe? Um apartamento? Até quando?
Até quando vou seguindo a maré e fingir que isto me fará feliz?
Outro fato é que não se escolhe ser assim. Simplesmente sou assim. Alguém escolhe ser doente? Ser infértil? Ser depressivo? Sim, filosoficamente somos o espelho das nossas escolhas e as nossas escolhas muitas vezes são distorcidas porque acreditamos que elas eram o melhor que podíamos fazer na altura. E se calhar era. No entanto é muito mais fácil continuar do que mudar o curso. Aqui em Portugal tenho aprendido muitas coisas e uma delas é que as pessoas querem muito ter ter ter. Um carrão, apartamentaços, querem causar inveja, lá no Brasil também, só que a maioria não tem grana para isto. Mas aqui se consegue, a custa de muito empréstimo. Mas eu só vejo pessoas infelizes e insatisfeitas como eu. Com uma baixa estima abismal. Hipnotizados com a Popota do Continente, pois tem que comprar coisas para os filhos, carros de bateria já vai bem para uma criança que mal sabe o que quer. E nós sabemos o que queremos?
Bem, acho que já fui longe. Desta vez escolho ter mais 5 minutos de paciência com o meu filho.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Doar vida


Não contei nada até agora, mas já me encontro no meio por assim dizer de uma estimulação para engravidar. Não é para mim, mas para alguém que não conheço, ter esta chance. Desde que entrei nestas andanças de tratamentos, tive vontade de doar óvulos, no entanto era um pouquinho estressante estar a pensar em alguém primeiro se eu queria tanto engravidar. Portanto, achei necessário esperar que eu conseguisse e depois esperar que o Fabian tivesse maior e que não amamentasse mais para que pudesse passar por este processo.
Quem lê deve pensar: esta mulher é maluca. Ainda estes dias estava a falar da maternidade e agora isto? É, o ser humano é cheio de contradições não é mesmo? O problema que eu tenho não tem nada a ver com este "setor" de desprendimento ou seja lá o que queiram chamar. Não é porque eu tenha problemas de vinculação ou com a maternidade em si, que não entenda e me identifique com mulheres que querem engravidar e não conseguem. Acho que uma coisa não interfere na outra ou... talvez sim. Sei lá. Quem sabe, seja uma forma de dar oportunidade para alguém de ser feliz como eu achava que seria. Quem sabe? Uma forma de nascer de novo como mãe, apenas simbolicamente, visto que apenas doo uma célula. Mas sabemos que não é só uma célula, é uma semente carregada de sonhos, de vida, de planos que estes pais já fazem há muito tempo...
Durante este mês de dezembro estarei em tratamento e, com sinceridade, desejo o melhor para este casal, que tenham sucesso nesta tentativa e sejam felizes com as suas escolhas.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Este Natal...


Vai ser assim, só nós três. Vai ter peito de peru (que um inteiro já é demais), molho de natas com queijo e cogumelos, batatas com casca assadas com azeite e uma torta de bombom (que vou fazer pela primeira vez).
A ávore já está montada e já caiu em cima do Fabian apenas 20 minutos depois. Caiu não é bem a palavra certa. Foi puxada, esticada e cedeu. E ele não conseguiu tirar a bolinha, mas em segundos ficou rodeado delas, saltitantes e chorou. Agora é assim, chora de manha um grito fininho de tinir os ouvidos.
Sorte dele é que desta vez só as bolinhas de plástico foram penduradas, isto porque já previa que teimaria em lhes arrancar o tempo todo. Mas gostou das luzes piscando e do boneco de neve na parede.
Este natal vai ser o primeiro em que não teremos presentes, nenhum de nós. Vamos (tentar) celebrá-lo como deveria e como era antes da mídia toda despir-lhe o significado. Não, eu não sou fundamentalista e nem pretendo que seja sempre assim. Mas devido as circunstâncias aposto que será uma boa experiência. :)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Eu no divã


Ultimamente tenho pensado muito nas minhas atitudes como mãe. Já falei tantas vezes aqui da minha dificuldade de vinculação com o Fabian que até perdi a conta. A verdade é que eu não sei se toda mulher tem mesmo este instinto ou se depois de instinto ele torna-se algo muito maior: o tal amor incondicional. Eu juro que isto fica me angustiando a cada vez que leio sobre isto. E confesso que também acreditava que ia acontecer comigo, instantaneamente quando me tornasse mãe. A verdade é que estou à espera do tal amor incondicional. Porque muitas vezes me passa pela cabeça que me arrependo de ter tido esta escolha, que odeio ser mãe e não consigo me adaptar a esta mudança. Muitas vezes olho com irritação para o meu filho e odeio a ideia de alguém depender de mim. E porque eu? Porque não aguento o choro, o puxar na roupa, aquele lamento por horas... eu não sei, algo dentro de mim vem à tona, borbulhando, desato a gritar, a dizer coisas ofensivas e muitas vezes disse a ele que não queria que ele tivesse nascido. Logo eu que tanto infernizei o marido para ter um bebê. Não me reconheço. Na hora sai tudo aos solavancos, depois dá um nó, a garganta murxa e dá vontade de recolher o que disse, mas é tarde. E isto acontece muitas vezes.
Às vezes penso que esta história de mãe é como qualquer outra experiência: ou se gosta ou não se gosta. E eu não gosto a maior parte das vezes. Mas nunca na vida posso expressar o que sinto. Porque é feio. A sociedade nos obriga a encenar um papel de mãe. Algumas passam a sentir mesmo este tal amor e as que não sentem devem fingir até o fim. É assim que sinto. Pelo menos acho que não sou a única em 6 bilhões de humanos neste mundo. Acho...
Porque para o homem é mais fácil? Porque se exige menos? Não é incomum ouvir alguém dizer que não gostou de ser pai. Meu próprio padrinho dizia. O Alexandre Frota também. O que quer que isto signifique. Mas já leu alguma mulher dizendo aos 4 cantos o que sente sobre a maternidade? Não estou falando daquelas pessoas pertubadas que matam, torturam e sei mais o que. Estou falando de pessoas ditas "normais", como eu lol.
Sinceramente não sei se me faltou amor. Sei é que é difícil dar. Quando se é filho se está sempre na posição de receber, mimo, carinho, cobrança, amor talvez. Minha mãe diz que era amorosa, mas eu não sinto isto. Nunca foi muito de abraços. Se ela diz que fez isto e aquilo para mim, deve ter sido antes dos dois anos, porque depois disto eu lembro bem e a história não foi bem esta.

terça-feira, 15 de novembro de 2011


E assim devagar estou voltando ao meu corpo. Parece brincadeira mas sinto como se o tivesse abandonado quando se tornou um planeta estranho, infértil e gigante. Aos poucos sua atmosfera foi modificando e permitiu que houvesse vida ali novamente. Ainda não é o meu corpo, mas este nunca será o mesmo, o que espero é que fique melhor do que era. Com o tempo.
Já se foram 17 quilos, faltam 4. As roupas já servem (a maioria), tem sido muito bom experimentar e ver que antes mal cabia um perna e agora as duas cabem perfeitamente e deixam uma bunda e uma barriga passar. Ah isto dos espelhos! Volto a olhar para eles. E digo (que ninguém me ouça): mas tu tá muito linda! Um arraso de mulher sim, sim! Estou gostando deste novo eu. Acho que finalmente nasceu em mim uma mulher, linda, decidida. E que a-d-o-r-a dizer não! Nãoooooooo! Bem comprido. Quer passar o Natal aqui? Não. Vamos acampar na praia? Nãooo. Fica com os meus filhos hoje? N-ã-o. Faz para mim esta parte do trabalho? NÃO!
Chega, cansei. Cansei de querer agradar os outros e não estar nunca aí para mim. Agora é assim: se puder ajudar, ajudo. Mas primeiro eu, eu e eu. Ufa, pronto: me assumi.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

E será que algum dia?...

Há umas duas semanas (acho) tive uma discussão com uma amiga. Eram mágoas antigas que foram ficando para trás, que fomos passando por cima, mas ante um telefonema meu desesperado por causa dos problemas com a minha mãe, ela acabou me dizendo coisas que queria ter dito há algum tempo. Não sei se naquela hora era o que eu precisava escutar, muito provavelmente não e por isto ficaram a pairar na minha cabeça frases soltas, ríspidas, trêmulas, em círculos.
Quando ela veio aqui em casa perguntei o que queria dizer com aquilo e aí foi uma conversa longa, mas que eu fiquei magoada e ela também. No entanto, ela primeira vez consegui dizer algo que sentia e que até então me parecia sem importância, mas como dizem: quem fala o que quer, escuta o que não quer... E ela escutou bastante.
A ideia é que eu sempre que ia lá ou nos encontrávamos ouvia uma indireta e que muitas vezes era dita com brutalidade, mas eu sempre procurei entender e desculpar, achando que ela devia estar estressada ou coisa assim. E depois ela me diz o contrário, que eu digo coisas que a magoam e que por isto, ela que tem uma personalidade bem forte, não consegue se calar e zás nos meus dedinhos. Eu admito que às vezes não tenho muito filtro e que faço comentários bobos, mas são isto mesmo e nada mais, são apenas bobos e não maliciosos. Por exemplo, uma vez disse a uma outra amiga que finalmente a via bem vestida. Mas falei brincando e muito feliz por vê-la bonita, sem se esconder em roupas de mulher com mais de 70 anos, tendo ela 40.
Só que eu tenho menos 15 anos de vida que eles todos, amigos do meu marido. E quando vim para cá tinha apenas 21 anos, era uma menina boba, mas esforçava-me em me dar bem com todos. Sendo que meu lema foi estar sempre na minha e me afastar de polêmica e escândalos, que sentido faz eu fazer comentários só para magoar alguém?!
Mas isto são coisas minhas e quando ela faz coisas do tipo: no Natal, estava eu enorme de gorda, sem uma roupa que me servisse. Entro finalmente em um vestido que fica com os botões pedindo socorro e ela diz para a filha e para todos: olha a fulana tá igual a Nyne, os botões estourando. (porque tínhamos dado um vestido a menina e ficou pequeno, mas mesmo assim, ela gostou e não tirou). Isto vindo de uma ex-obesa que fez cirurgia para emagrecer... Ah poxa, só sabe olhar para o umbigo dela.
Mas o x da questão, que ela bateu tanto na tecla, era que eu tinha que aceitar os outros. Aceitar os outros como são. Ora e quem é que aceita alguém, assim, "realmente"? Eu não acho que estou no estágio evolutivo de Jesus ou Budah, ou Madre Teresa. Eu sou uma pessoa que ainda está na fase do tentar e de que respeitar é o máximo que consigo perto de aceitar. E que ainda assim, muitas vezes acho que isto podia ser diferente, e respeito apenas nas ações ou nas palavras, ou no silêncio. Embora na minha cabeça esteja uma vontade desaprovadora ou uma simples contrariedade por estar escutando ou convivendo com a pessoa tal.
Aceitar para mim é um degrau acima. É não revirar os olhos quando alguém diz uma coisa que nos irrita. É ver com complacência o adolescente que tudo sabe. É ter paciência com os mais velhos que tendem a ser muito mais inflexíveis que nós. Aceitar é ver com amor a outra pessoa, a essência, só a sua parte "boa". É dizer só com o coração, eu te vejo, eu te amo. Assim, não precisa mudar nada. Eu me adapto a ti. És lindo por dentro, mesmo com tudo que nos torna diferente, há algo em ti que nos une. Nós. Eu. Eu te aceito. Eu me aceito.
Aceitar para mim é isto. É a morte do ego. Pois só queremos mudar algo porque nós não conseguimos conviver com aquilo, seja o que for. Uma pessoa, um povo, um barulho, um hábito.
Mas como sou muito sincera comigo, ainda não aceito quase nada. Quem me dera que o mundo dançasse conforme a minha música, que as coisas fossem quase perfeitas. Que as pessoas fossem educadas, não fumassem na minha cara, respondessem ao bom dia, não empurrassem na escada rolante, deixassem eu passar na porta do metrô antes de entrarem. Quem me dera que a minha mãe não me cobrasse tanto, que o dinheiro fosse mais, que o corpo fosse menos, que o marido soubesse poupar como eu.
E quem somos a não ser crianças que ainda olham para o mundo como se fosse um brinquedo nosso, mas que apesar disto, se move com suas próprias regras, fingindo não nos pertencer?

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Infantário

Conseguimos. Depois de tanto procurar, achamos a creche para o Fabian. É pequena, mas as pessoas são muito amorosas. No entanto é privada... mas é perto da estação e assim o pai pode levar e eu buscar quando volto da faculdade. A sala é pequena, mas as crianças estão tranquilas e também comem no primeiro piso e assim não passam o dia inteiro no mesmo ambiente. Como veem, nada é perfeito. Dentro das nossas possibilidades e a nível de distância, foi o melhor que conseguimos. Talvez no ano que vem o inscrevemos na creche da paróquia aqui perto, sai a metade do preço., mas por agora fica lá.
A adaptação está sendo boa, na medida do pssível. Chora quando o deixamos, mas depois se distrai sozinho. Hoje já almoçou lá e comeu tudo. Amanhã já vamos tentar que durma e venha com o lanchinho. Na semana que vem a minha mãe vai embora e eu vou ter de deixá-lo das 7:30 às 17hrs e é bom que já esteja habituado. Sendo que segunda e sexta posso buscá-lo antes pois não tenho aula neste semestre.
E é assim, passou-se 20 dias, muita coisa aconteceu e eu não tive tempo nem paciência de escrever...o marido já volta no sábado à noite e segunda minha mãe viaja bem cedo para o Brasil.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Correria


Ando numa correria para ver uma nova creche para o Fabian. Não dá mesmo para ele continuar em Lisboa... e por enquanto ele está com a mãe, até porque tá doentinho, de "baixa" médica em casa. O médico receitou antibióticos até o dia 27 deste mês.
Eu ando cansada, tanta coisa para estudar/rever, trabalho para fazer, casa para arrumar, estar presente para o Fabian, fazer ginástica... Não tem dado tempo para respirar e quando dá, quero é dormir! Falando nisto, lá vou eu!
Boa noite!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Abusa da paciênciaaaa

Pois é assim, a vida tem abusado e muito do meu saquinho de paciência! Mas um aviso: ele é pequeninninho e não estica muito, tá?
A chegada da minha mãe tem sido tempestuosa. Aliás, ainda não há um furacão com o nome Sandra? Pois ele passou por aqui em escala 5, devastando toda a área deste apartamento de 80 metros quadrados, deixando um rastro de azulejos pretos, roupas pela esteira, pingos no espelho, água por toda cozinha, panelas empilhadas pelo balcão... Mas o desastre mesmo é a ansiedade que a mãe está. Do tipo que ligaram da tomada e saiu por aí em curto circuito, andando aos pulos. Ela tem sido muito invasiva, chega e quer fazer as coisas do jeito dela, quer mandar na comida do Fabian, nos brinquedos, em tudo. O ponto alto foi o escândalo que se passou no infantário. Ela simplesmente detestou o lugar, as funcionárias, tudo. Eu sei que tem alguma razão de ser esta revolta, mas não pode ser assim, gritar no próprio lugar que ele não presta...
Todo mundo que tem paciência para me ler, sabe o quanto sou sincera. E eu sei que tem sido muito cansativo o caminho até a creche, para nós dois. Vejo que não foi a melhor escolha, fui pensando só no que iria poupar e não me dei conta do que seria carregar uma criança inquieta por 1h e meia nos braços na ida e 1h e meia na volta, pois mesmo sentada, tenho que ficar rija, segurando-o. Sei também que as funcionárias não são o espetáculo em pessoa. São carinhosas até por ali. Mas já vi que não dão muita assistência quando os bebês começam a chorar e também já vi uma bebê pequena a estar sempre (sempre!) na espreguiçadeira e só a pegam quando chora ou para trocar. Sei que o lugar tem janelas pequenas e altas e que também as crianças da sala de 1 ano não podem sair para o pátio, ficando confinadas o dia inteiro. Mas até onde este cenário não se repete no privado? Até que ponto a minha vizinha que tem os filhos na creche ao dobrar da rua e deixa lá 800 euros, é diferente? Pelo que vi a sala não difere muito e as crianças pequenas não saem de lá. Quanto as funcionárias não posso dizer porque não conheço. Enfim... ando estressada porque a mãe me deixa num tal estado que o melhor que posso fazer é ficar quieta. Mas isto foi o que sempre fiz...porque era melhor fazer a vontade dela do que ficar discutindo e porque a minha vontade murcha quando tenho que me explicar e fico sempre com a impressão que estou contra a parede.
Ontem estive eu à beira de um ataque. Nem sei como não gritei na rua, como não mandei a puta que o pariu o primeiro idiota que não paresse o carro na faixa de segurança (passadeira). Sentia o coração pulsar em eco pelos meus nervos, como uma bomba relógio. Precisava falar, precisava alugar algum amigo, mas não tinha ninguém. Nem mesmo o marido, pois ela estava sempre junto quando falamos no messenger.
O caminho para a creche foi o tempo todo cortado pela voz dela a chamar a atenção do Fabian para as árvores, o carro, a janela, o caminhão, o passarinho, as flores, o cachorro. Tudo isto em um rap angunstiante, sem pausas. E se aquilo já me deixava o estômago às voltas, imagina o Fabian? Aí reclamou que ele anda chupando muito bico, que está sempre mexendo nas orelhas e que anda depressivo com o lugar que eu deixo. Só cobra, cobra e cobra de mim uma postura, uma decisão que nem se eu fosse gênio da lâmpada conseguia deixa-la satisfeita. Será que eu não vejo que ele está infeliz? Será que tu só pensa em ti e não tá nem aí pro teu filho?
Pois eu estou numa fase braba. Estou aí e sinto pena de não estar mais. Porque estou aí por alguns momentos. Quando consigo estar bem e brincamos, dou o peito, banho, canto. Mas até isto não basta. Já veio com a novela que não tenho leite. Que se tenho deve ser uns pingos. E dá-lhe mamadeira no guri.
Eu sei, se não me imponho agora, as coisas vão piorar e daí, eu é que não quero ir para o Brasil me estressar no ano que vem. Porque se está assim agora, na minha casa, o que fará lá no território dela?
Hoje fico por aqui. Tenho muito em que pensar...

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

E estamos nos últimos preparativos para a ida do marido e para a chegada da minha mãe, neste final de semana. Estou cansada e já sinto muitaaaaasss saudades do maridão!!!! Desde que ficamos juntos a separação esteve sempre nas nossas vidas. Primeiro um namoro à distância por trÊs anos, nos quais nos vimos apenas 4 vezes por algumas semanas. Depois no casamento, nas 2 vezes que fui ao Brasil, ficamos quase três meses separados de cada vez. E agora isto...bem, são só três semanas, mas o coração anda apertadinho. :/ São três semanas que não vou sentir o seu calor, seu abraço, a sua voz pertinho de mim. E que também não tenho o meu porto seguro que me guia tantas vezes quando estou nas minhas tempestades sentimentais. Ó, como sou dramática! E ele é um ótimo companheiro de cena...vou sentir falta. Vou sim.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Hoje estou assim

E porque hoje estou meio mesquinha, é assim. Tive um comentário apagado em um blog que costumava ir, isto porque não sei, não escrevi nada demais, até foram palavras de apoio, mas enfim. Isto é para dizer que esta pessoa nem sequer me lê e nunca me comenta e a partir de hoje, cancelei do meu mundo virtual. Porque a amizade é uma via de duas mãos e estou aprendendo a ser mais assertiva, quem quer quer e quem não quer não vou ficar ali forçando nada. E como é bom assumir isto!!!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

E desde o dia 15 o Fabian tem ido à creche, no entanto, como era de se esperar, a fase de adaptação está sendo bem complicada. Chora quando o deixamos e também quando nos vê à porta. Acho que deveria ter alguma preocupação por parte da creche, em estabelecer uma vinculação saudável entre uma das funcionárias. Ele precisa sentir-se seguro e na minha opinião, é fundamental que alguma das três se disponibilize para ser a funcionária que irá acompanhá-lo mais de perto. Não é isto que vejo. Quando chego lá, está sempre uma diferente para pegá-lo, elas fazem horários alternados, como já notei que a que chega mais cedo, sai mais cedo também. E quando ele precisa chegar antes das 8 horas, é recebido por uma das funcionárias das outras salas, o que para ele é como ir no colo de um completo estranho.
Minha mãe tem me incomodado muito com esta histórias de adaptação. Na cabeça dela, eu não devia estar desfrutando de momentos à sós, a escola do Fabian é apenas para quando estou na aula. O problema é que eu moro longe, como já disse: são 3 horas para ir e voltar e se eu for buscá-lo também, são mais 3 horas. Ou seja, passo 6 horas do meu dia só em um função de transporte público e não faço mais nada! Fora que é muito cansativo para mim. Estou precisando mesmo deste tempo, precisando ficar sozinha, precisando de silêncio. Afinal, ela também foi trabalhar quando eu tinha 6 meses e teve o seu momento, as suas amizades e vida "retomada". Já eu fiquei 1 ano com ele e em função dele. Mas a minha mãe fala e fala, tem horas que eu queria colocar o telefone sei lá onde... Ela precisa respeitar as minhas decisões e não ficar me coagindo a fazer o que quer. É por isto que ando assim, meio ansiosa porque ela vem no próximo domingo e já sei o que vai ser. Bla bla bla por três semanas até o marido voltar de Paris. Já não tinha dito? O marido vai fazer uma formação na França e volta no fim do mês. Lá vai ele dormir noites inteirinhas e eu fico morrendo de inveja e pensando: quando vai ser a minha vez?

domingo, 25 de setembro de 2011

O mito do filho único


É em todo lugar, há sempre alguém que diz: meu filho não pode ser filho único senão vai crescer egoísta, mimado, infeliz. Não vai ter com quem partilhar as coisas boas e ruins, se sentirá sozinho e não irá aprender desde cedo os valores de amizade e cumplicidade fraterna que por este nome já diz, só os irmãos podem ter.
Sinceramente, só quem teve irmãos pode saber como foi e só quem não tem pode dizer como é. O que eu sei sobre o outro lado é tudo o que me disseram, assim como o que os que tem irmãos sabem sobre ser filho único é apenas o que ouviram de alguém. Eu poderia desta forma, dizer o que me falaram por todos estes anos. De como me invejavam por ter os brinquedos incólumes, ter o meu próprio quarto, meu espaço, minhas roupas só para mim. Poder ter silêncio quando preciso, poder acordar a hora que quiser no fim de semana. E para mim foi realmente muito bom. Nunca me senti sozinha, aliás, a solidão nunca foi uma inimiga. Talvez por isto, ela me tenha passado ao lado, pois estar sozinho faz parte da vida. E ter irmãos não lhes tira isto.
Acho que as pessoas são muito dicotômicas: ser filho único é ruim. Ter irmãos é bom. Já pensei o contrário e já tive minha parte de dicotomia. Mas agora vejo que a vida é relativa. Nada garante que tendo 5 irmãos, não estarás sozinho na morte dos teus pais. Isto porque até hoje nunca vi uma família que não ruísse face a uma divisão de herança. Ter irmãos também não vai te garantir uma amizade profunda. Podes não ter nada em comum com ele(s) e assim que cada um fizer a sua vida, quem sabe, só se encontrem em ocasiões especiais. Ter irmãos não vai te fazer uma pessoa melhor. Pode contribuir, mas de maneira nenhuma, por seres obrigado quando pequeno a dividir as coisas, quer dizer que quando conseguires pelos próprios meios o teu sustento, vais agir assim com outras pessoas.
Acredito que há na humanidade um certo quê de se precaver no futuro. Algo como se eu tiver muitos filhos ou pelo menos mais que um, não corro o risco de ficar tão só na velhice. Pelo menos um deles deve ficar por perto (e cuidar de mim). Ou talvez, pensem inconscientemente no medo que é perder o único filho e, se de modo nenhum um filho substitui outro, no entanto, a dor seria mais tênue. Compreendo também aqueles que querem ter mais filhos, 2, 3 e até 4. É natural. Na época em que não havia anticoncepcionais era mesmo isto. Uma mãe nunca ficava muito tempo sem um filho nos seios. Acho que deve ser o nosso instinto falando. Pode ser. E para estas pessoas não soa bem quando alguém só quer um filho.
É verdade que hoje temos a escolha nas nossas mãos, se queremos um, muitos, ou nenhum descendente. Também é verdade que nestas horas é a mulher quem mais "puxa" o marido para esta decisão. A ex-mulher do meu marido quis ter 5 (e teve). E ele tratou de fazer vasectomia (graças a Deus) e é pai apenas de 2 filhos dela. E também é verdade que esta mesma decisão envolve nossa percepção de como foi a infância com ou sem irmãos. E como ninguém quer o pior para o seu filho, creio que seja este fator que mais pesa, ao invés do financeiro.
Antigamente, tudo se criava. Meu marido tem 3 irmãos e se criou muito bem, com muitas dificuldades financeiras no início. Porém naquela época não existia cursinho de inglês, video-game, celulares, tênis nike e todas estas baboseiras inúteis ou não, que mais cedo ou mais tarde acabam fazendo parte do orçamento familiar. Hoje em dia, o "tudo se cria" não é mais realidade. Ainda mais se os pais querem dar um bom suporte educacional e cultural para esta criança e prepará-la para ser um adulto com as competências que o mercado de trabalho exige. Pois o que se cria, dificilmente terá as mesmas chances de fazer um curso de inglês no exterior, ter acesso a livros, professores particulares (se preciso), viagens, etc. E o mais provável é o que se cria ficar na casa dos pais até os 30, vivendo de um sub-emprego. De maneira nenhuma quero ser preconceituosa, porém quem lê e está informado da atual situação econômica, sabe do que falo. Hoje isto é cada vez mais comum, o que não quer dizer que não haja exceções.
Voltando ao assunto do filho único, respeito a forma das pessoas de imaginarem uma novela das 8 para os seus filhos, com direito a brigas e reconciliações, pois o que vale é o amor, não é mesmo? Que direito tenho eu de criticar? Ou de não deixar que sonhem com isto? Sonho é para isto mesmo, neste caso, fantasiar o melhor para ele (s). Agora, só não me venham dizer que a vida de filho único é um pesadelo, porque não é. É apenas uma história em que o escritor tem que ter um pouquinho mais de imaginação.


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Paparazis e afins


Eu adoro o meu país, muito mesmo. Mas tem uma coisa que me deixa enojada. É o exagero de preocupação sobre o peso, a celulite de cada famosa, estrangeira ou não. Se está magra e aparece os ossos, está anoréxica, se tem celulite, fazem um close e apontam para o sanduíche que tem na mão. Se está grávida, tem que engordar apenas 5 kgs, senão está gorda demais e fazem questão de apanhar a criatura nos piores ângulos possíveis. Ah!! Tá certo que o legal é se cuidar, não estar nem muito magro nem muito gordo, em suma: o equilíbrio. Mas aviso aos jornalistas: mulher de verdade tem celulite, tem estria (nem que seja umazinha), tem machinhas, buço ou sei lá o que quer que seja. Ninguém é a perfeição em pessoa, só nas revistas masculinas, onde o photoshop tem a mão pesada. Será que não podem ser um pouco mais razoáveis?!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Notícias

É tão estranho ter algumas horas só para mim...logo eu que pedi tanto por isto, acho que a casa fica silenciosa demais.
O Fabian foi hoje com o pai para a escola e eu fiquei em casa até 12 hrs, depois saí para buscá-lo na hora da sesta.
Eu gosto muito do meu filhote, e ver que ele está com esta alergia toda e saber que creche não é o melhor para uma criança da idade dele, me faz sentir um pouco culpada sim. Se pudesse não trabalhar, até não acharia ruim ficar por conta dele, mas seria perfeito alguém ficar com ele 2 horas por dia que fosse, para eu ficar sozinha. Só isto já me bastava. Poderia limpar a casa bem mais rápido, ver tv, dormir, enfim, tudo ou nada ao mesmo tempo. E depois, teria mais paciência para ficar com ele. Mas isto não foi possível antes e agora, muito menos.
O percurso até a creche é massante: 10 min até a estação com ele no colo, 27 min de trem, 20 min de metrô, 10 min de caminhada até o infantário com ele no colo. Isto se não contar com as subidas e descidas nas escadas, com a troca de linhas, com o que se caminha do trem até o metrô. Realmente é muitooo consativo. Para ele e para mim. Já tentei ir com o carrinho, mas é uma mão de obra...estar sempre a desatar, pegar ele num braço e com o outro subir ou descer o carrinho, e esperar que alguém ajude. Acho que até é pior porque neste meio tempo perco o trem e só dali a 20 min... :(
Hoje quando cheguei, ele estava dormindo e junto dele, a funcionária que me perguntou como faço para ele dormir. Ora, ele dorme no colo, embalado ou no meu braço mamando. E ela disse que tem que ficar perto dele, encostada para que ele não acorde chorando. E toda hora ele estremece, pois tinha uma bebê que não parava de chorar. Imagina tentares dormir com alguém se esgoelando ao teu lado? Eu estressava!!! Acho que fui um bebê irritável lol! E sou assim até hoje.
Bem, este negócio de adaptação é complicado, ainda mais se for para "pior". Quem quer sair do lado da mãe nesta hora? Ter que dividir a atenção com mais não sei quantas crianças, os brinquedos, ficar 8 horas ou mais encerrado numa sala com pessoas que não se conhece, com crianças a gritar e gritar ao mesmo tempo? Gostas? Acho tãooo engraçado quando me dizem: ah meu filho a-d-o-r-o-u o infantário! E eu: jura??? Querida mamãe, não chorar, não quer dizer que tenha gostado, ok? Mas quem sou eu para tirar esta satisfação das pessoas?
Acho que lá para os 2, 3 anos há uma certa socialização, começam a brincar juntos e tal. Por enquanto é só um Deus nos acuda. O que estamos fazendo aqui? Cadê os nossos pais? Porque eles me deixam aqui com estas "mini pessoas" enlouquecidas?
Oh meu filhote, isto é a vida...vais passar por muitas situações destas na escola, na faculdade, no trabalho... Muitas vezes vais aprender que querer nem sempre é poder. Que as obrigações vem antes da diversão e vais aprender a aproveitar melhor os momentos felizes, espero, melhor que eu. E vais também gostar mais da sexta feira, ficar triste quando chegar domingo à tardinha e quem sabe, como 98% das pessoas, odiar segunda feira.
Então meu filho, posso agora te dizer que adentraste oficialmente ao mundo dos adultos.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A maternidade moderna

E já vamos no segundo dia de escolinha! Ontem levei o Fabian lá apenas por uma hora. Quando voltei, escutei um grito dele, beeem fininho. E pensei: nossa, já está chorando. Mas quando abri a porta, ele estava era brincando num dos puffs que eles tem. Mas depois que me viu, abriu um sorriso e as suas ãos não baixaram enquanto não o peguei ao colo. No segundo dia, ficou para almoçar. Comeu tudo! Mas quando cheguei estava dormindo no colo de uma das funcionárias. E meio que soluçava no sonho. Deve ter chorado. Ficou assim todo o percurso no colo até o metrô, depois acordou.
Eu imagino como deve ser irritante estar com tantos bebês por perto. Quando estive lá, tinha 3 crianças a chorar e depois mais outra começou. Até eu tinha vontade de chorar! Eu sinceramente não sei como as funcionárias aguentam.
O Fabian tem ficado muito gritão nestes últimos dias. Tudo são gritos, porque sim e porque não. Quando falo o nome dele com uma determinada entonação, mais gritos porque sabe que o que está fazendo não pode. E agora anda com alergias por todo o corpo: embaixo dos braços, no meio das pernas, no pescoço, naa dobra da barriga e das pernas. Anda se coçando todo, mas é mais à noite. Deve ser da adaptação, deve andar mais irritado e por isto também irrita mais.
Eu acho engraçado quando vejo alguém comentar que ser mãe é muito bom. Muito maravilhoso, a melhor coisa que lhe aconteceu. E o primeiro pensamento é: jura? Quando tempo você passa com o seu filho (acordado)? Digamos, 3 horas e meia? Sim, porque ele já dorme a noite toda (#inveja?). Eu só acredito mesmo que seja muito bom ser mãe, vindo de quem passe 24 horas por dia com o seu filho. E não esteja de licença. Porque convenhamos, hoje em dia é fácil demais, o bebê faz 5 meses e os pais o colocam numa ama ou na creche. Claro, as mães choram e sofrem muito. Acredito. Mas passa, e vão trabalhar, vão almoçar sossegadas com as suas amigas. Comem comida quente no restaurante, veem gente. Se arrumam, e às vezes dá tempo para ginástica na hora do almoço e um cabeleireiro à tardinha. Enfim, conseguem ter alguma vida própria, embora o coração esteja ao lado do filho, o corpo não está. E isto faz muita diferença, acreditem.
Antigamente, quando a mulher não trabalhava, a maternidade era mesmo a tempo inteiro. Era entre roupas para lavar, comida para fazer, casa para limpar e três crianças com pouca diferença de idade que a minha sogra criou meu marido e seus irmãos. Era sem dramas, sem estímulos estafantes, brinquedos luminosos e/ou musicais. Era com amor sim, mas com praticidade que se vivia este papel. Hoje, a mulher precisa trabalhar, senão o salário do marido não vence as despesas. Acredito. Mesmo. É uma necessidade e não ponho isto em causa. Agora, não venham me dizer que ser mãe é o máximooo porque ser "mãe" para mim, é como antigamente, é ser mãe 24 horas por dia e não 3 horas e meia. É muitas e muitas vezes ter de te colocar em segundo plano, comer com alguém pedindo colo o tempo inteiro, é se irritar com o choro, é reconfortar depois que disse alguma palavra boba que não volta atrás. É querer ter tempo e não poder, tomar banho descansada e ter sempre alguém a por brinquedos e shampoos na banheira, desodorante no vaso. É ter de passar o aspirador com alguém cavalgando-o e apertando o botão de recolher o fio o tempo inteiro. É limpar o chão e ter de escutar o choro intermitente porque alguém está preso no chiqueiro e continuar sem perder a paciência com a esfregona. Ser "mãe" 24 horas é muito intenso e não é para qualquer um. É uma luta constante pela sanidade mental. Ser mãe 3 horas e meia deve ser mesmo muito bommm. Porque o tempo que se passa com o filho é escasso e não nos irritamos com tanta facilidade. Pudera, temos a cabeça mais arejada e estamos com muitas saudades. Garanto que as mães modernas queriam muito estar no meu lugar. E não devem estar entendendo o que descrevo. Isto de ser mãe às antigas, pode lhes parecer o paraíso, um sonho lindo estar com o filho, acompanhá-lo em tudo. E até é divertido, mas não o tempo inteiro, não 24 horas por dia. Sem férias, sem baixa.
Porém, com o Fabian na creche e a volta à faculdade, eu agora vou ser uma mãe de 3horas e meia e muito provavelmente, achar a maternidade tudo de bommm!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Expectante

Das coisas que mais me irritam na vida, é quando coloco expectativas sobre alguém ou alguma coisa e não dá nada certo. E me pergunto: é possível viver sem expectativas? Imagine acordar de manhã a sonhar com um lindo dia de sol e abrir a janela e ver tudo cinza. Ok, você pensa, pelo menos não chove. Aí você que já faz uma dieta há quase 15 dias, cisma que a calça tal tem que entrar nas suas pernas hoje. Mas ela não entra ou entra e não fecha, ou fecha e deixa uma borda de pizza para fora. Redondinha. Tudo bem, respira, calma. Vou por uma legging!
Aí você sai de casa, lembra do horário do trem e apressa o passo. Começa a chover. Você esqueceu o guarda-chuva. Entra no trem e subitamente a chuva suaviza. Senta-se na contra-marcha, à espera de ir sozinha até a estação final. Mas o trem enche e logo alguém se abanca. Se for gordo, a empurra com a bunda, se for magro, abre as pernas para ler o jornal. Que mania de abrir as pernas! Uhh!
Aí você sai. Entra no metrô. Pi pi pi. A porta fechando e alguém põe uma pasta para entrar. Depois vem mais 4 pessoas atrás. Pi pi pi. Você revira os olhos. Está lá como um atum na lata, em pé. Alguém tosse na sua direção. Puta que pariu, vou pegar uma gripe, você pensa. Está na hora de descer. Há sempre alguém na frente da porta que não vai descer naquela estação, mas dali a 3, que permanece atrapalhando e não dá licença quando a porta abre. Tudo bem, porque você ainda vai ter de passar pelo paredão de gente amontoado na plataforma. Eles simplesmente são como bois, não sabem que não podem entrar se você não sair.
E finalmente consegue empurrar algumas cabeças de gado e respirar o ar puro novamente. Só que voltou a chover forte. E você que estava secando os pés até o joelho, vai se molhar de novo.
Aí você tenta se proteger com a bolsa. Ao menos alguns fios de cabelo permanecerão secos. Mas você não pode evitar de ficar com cara de louca que saiu do hospício quando adentra o seu local de trabalho ou de estudo, enfim.
Ou então, imagine: uma festa de final de ano. A família reunida na sua casa. Ah e você detesta fazer qualquer coisa na sua casa. Você passa o aspirador, o pano no chão. Põe a melhor louça, a melhor toalha. Leva o cão 2 vezes na rua antes dos convidados chegarem à espera de que não dê nenhum "acidente". Dá banho no filho, arruma-lhe o cabelo. Escolhe a roupa do marido, para se certificar que não use aquele jeans desbotado, de bolsos rotos. Vê o forno, espera que esteja bom de sal, que não resseque, que não queime. A campainha toca. O cão ladra vigorosamente. Cala a boca, pshhiuuu de nada adiantam. O filho quer puxar a toalha. Tem que abrir a porta e segurá-lo pelo colarinho ao mesmo tempo. Chegam os pais. Chegam os irmãos. Ah tem aquela cunhada que sempre se atrasa e faz com que esperem uma hora e vinte para servirem o peru. Nisto o arroz queima. Não tem importância, há sempre quem goste da rapinha. Mas o peru seca. A sua mãe diz que se tivesse seguido beeem a receita dela, nada disto tinha acontecido. E você ouve, enquanto observa o chichi do cachorro no chão. Mal dá tempo de buscar papel e o sobrinho já pisou e levou-o por toda a sala. Depois, o filho mexe nas bolas da árvore e quebra uma. Lá vai você limpar o chão e pedir ao marido uma assistência com a pazinha para os cacos. E você senta finalmente. Todos sentam. Servem-se. Bebem. Principalmente os homens. A conversa fica chata e ninguém elogia a comida. E se elogiassem você acharia que era por pena. Faltou sal na batata. O peru está frio. As crianças servem um prato cheio e deixam tudo à espera da sobremesa. Comem e bebem mais. Você sai para buscar o bolo, o sorvete. Comem mais. E depois vão indo embora, deixando a casa cheia de marcas de sapato no chão, guardanapos por tudo, almofadas caídas, garrafas e copos manchando a toalha de rubro. E você achou que ia ser uma noite linda. Ninguém reparou no seu vestido, até porque você estava de avental quando chegaram e esquecera de tirar durante o jantar. E você achou que ia ser tudo perfeito.
Agora me pergunto, como seria viver sem expectativas? Apenas esperar e aceitar o que viesse, de bom ou de ruim? Sofreria menos talvez. Mas acho tão complicado por em prática... Quando temos expectativa, temos como que um enredo na nossa cabeça. Aquela pessoa é assim, ou ela vai agir assado. E quando não acertamos, o que é quase sempre, vem a frustração. E talvez a raiva. É como uma criança, achando que vai ganhar tal brinquedo no aniversário. Lembro de ter convidado um casal para ser padrinho do Fabian. Até falei disto na época. Pensei que eles iam fazer parte da vida do meu filho como se fossem tios, que quisessem saber dele, perguntassem por ele de vez em quando, solicitassem sua presença, acompanhassem suas conquistas. Mas não, não estão nem aí nem aqui. Convivem quando os convidamos ou eles nos convidam para algum jantar e é só. Fiquei triste e com raiva. Tive tão bons padrinhos que quis fazer o mesmo com o Fabian, mas não deu certo. Por outro lado, se só os convidasse e não tivesse expectativa, talvez o que eles me dessem ou dessem ao meu filho seria suficiente. E não sofreria (tanto). Pode ser que se não tiver tantas expectativas com a vida, ela me dê o suficiente. O suficiente para aprender a ser feliz.

Seja sincero

Tudo bem. Eu acho que as pessoas tem o direito de serem chatas, de mentirem para os outros, de serem mesquinhas achando-se melhor porque tem um carro top de gama, porque foram pro Caribe e tal. Também entendo que sejam estúpidas às vezes, quem se zanguem, que ponham a culpa em quem não tem nada a ver. Que façam fofoca, que deem conselhos a quem não pede, que se intrometam na sua vida, e que achem que patentearam a verdade só para elas. Eu entendo. Tudo isto. Porque é humano. Porque muitas e muitas vezes eu também sou assim. Mas o que realmente me faz confusão é não admitirem para elas mesmas o que são. Porque fazem tal coisa. Porque desdenham o outro, porque não conseguem e tem uma baixa auto estima que as perseguem e que dói demais pensar sobre isto. Se dói agora e por isto temos determinadas atitudes, vai doer e continuar doendo até olharmos para nós.
Que frustração: não temos a roupa da moda, não saímos de férias, não temos aquele número na balança... Mas não é isto que dói. Dói uma coisinha lá no fundo. Dói não ter tido carinho de mãe, dói não ter tido o pai presente, não ter tido compreensão. Dói não ter tido a mão no ombro no fracasso, dói ter escutado palavras afiadas, dói o silêncio de uma refeição a quem na mesa nada se tem em comum a não ser o sangue.
E porque não sejamos sinceros ao menos conosco? Ao menos sozinhos no espelho? Porque não dizemos: eu sei, eu fiquei com inveja, eles tem tudo e eu nada. Eles compraram casa, carro, viajam e eu aqui. Minha vida parece que não anda. E por isto tenho raiva. Por achar que não sou capaz de ter sucesso.
Porque não olha com mais afinco e vai fundo. Conversa contigo. Assim: eu não sei, quero ser mais madura, quero ajudar os outros, mas acho que não consigo. Não me acho preparada para ser uma psicóloga. Eu sou implicante. E tomo partidos. E eu tenho é que ajudar a pessoa a enxergar com mais clareza a sua vida, os seus sentimentos. É isto, eu tenho de educar os seus sentimentos, orientar. Mas e eu? Eu não tenho nenhuma inteligência emocional...como vai ser isto? Eu sei, vou aprendendo no caminho. Na verdade vou mais aprender do que ensinar. Tenho que aprender a ser humilde. Tenho que aprender a ser abalada, nas crenças, nas atitudes, tenho que crescer e proporcionar crescimento. E se o primeiro passo for conversar comigo? Escutar-me e acalmar a minha insegurança? Lá está, quando enfrentamos os nossos sentimentos mais obscuros, eles não parecem querer fazer-nos tanto mal como julgávamos. Afinal, eles só querem ser aceitos como são, tal como qualquer criatura da natureza...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Ela

Sempre disse que não gostava de ler histórias em primeira pessoa. E nem chegava a terminar a primeira página do livro se assim começasse. Calava-o, fechava-o e pronto. Ela detestava aquela perspectiva bitolada, como se tivesse de antolhos que a impedia de ver a realidade ficcional. Sim, porque e os outros personagens? O que pensavam? Só sabia o que o locutor falava para ela. E assim não podia ser. Sabe que cada um sempre puxa a brasa para o seu assado.
Assim como detestava filmes sem final. Sabe aqueles momentos em que deixam todos tensos e depois pumba: a sala de cinema escura e as letrinhas os mandando embora. Algumas pessoas levantando apressadas e ela lá: ahn, como assim? O que aconteceu afinal? Ele vai ficar com ela? A menina do início do filme foi para onde mesmo? Canadá? E o beijo? E o final feliz? Não era de se pensar que pelo menos nas histórias um final feliz?
Não é possível imaginar um final para a vida, não sabemos nunca o que vai acontecer nos próximos minutos, que dirá dias ou anos. Ou se vamos deixar de existir neste exato momento. É por isto que pelo menos nos filmes deve haver um final. E um final feliz.
Também não gostava de quando as pessoas não tinham paciência com os jovens e suas boybands. Todo mundo teve a boyband de seu tempo. Se não tem talento ou tem pouco, de que interessa? Não gostava quando os adultos fingiam que nunca foram jovens. Faziam-se de desentendidos para suas memórias, enquanto elas lhe mostravam o quão inquietante fora aquela época.
Não entendia como as pessoas tinham mais filhos. E pior, um filho logo a seguir a outro. Não dizem que criar filhos é difícil? Que crianças durante muito tempo são cansativas? Que é caro educar, que precisam de intimidade entre um casal, que as férias já  não seriam as mesmas, nem os destinos tão longe e hotéis de 4 estrelas nem ver... Então porque as pessoas tem mais filhos? Ah, porque é bom. Ah é? E porque? Se todo mundo reclama ter de levantar à noite, ter que fazer o desfralde, levar à escola, ao parque, escutar os intermitentes: mãeeee olha eu aqui! Olha o que eu fiz! Olha o que eu faço!!! E ela sente-se perdida mesmo, perplexa por não saber onde as pessoas colocam o tal lado bom ou a razão para ter mais filhos. Sim, porque o primeiro é novo, tudo novo. A gente é um calouro, não sabe o que nos espera, curte e escuta cada conselho atentamente. Mas e depois vem o segundo...porque os pais se distraem ou porque querem dar um irmãozinho. Nééé (mistura de não com é), a pobre criança não quer um irmão, quem quer são os pais. Ela nem sabe nesta altura o que é um irmão de verdade, se soubesse não pedia. Ora pois. As crianças, apesar de tudo, tem um lado sensato.
Depois também não entendia os velhos. Parecia que quando se chega a uma certa idade, o DNA sofre uma mutação que faz com que as pessoas comecem a ter atitudes estranhas. É melhor acreditar que seja involuntário do que pensar que certo diz a pessoa acorda e resolve: vou incomodar os outros só porque sim. Só porque me dá vontade. Vou fazer de tudo para passar à frente e depois começo a andar bem devagarinho, assim, passo de passarinho. Ou vou contar todas as moedas para ver se não me querem enganar, duas ou três vezes. Vou conferir a nota para ver se não me cobraram a mais. Vou perguntar porque fazem bolo com passas ao invés de chocolate e quanto de açúcar vai em cada fatia. O assunto aumenta conforme o tamanho da fila. E ela revira os olhos. Será que um dia vou ficar assim?

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O bichinho

Dentro de mim mora um bichinho. Creio que seja verde em forma de bola, cheio de furinhos daqueles muito pequeninos. E quando escuto ou leio certas coisas, o bichinho acorda e começa a coçar a garganta em busca de palavras, mas ele não consegue que saiam. No entanto, tanto faz que elas acabam por chegar  à cabeça e lá ficam a pairar: presunçosas, maldosas, marotas...
E é assim, vou dar alguns exemplos: minha madrinha cada vez que nos falamos ela diz do tratamento que está fazendo na pele. Que a dermatologista queima com gás os sinais e que estes formam uma pelezinha grossa que seca e cai. Ela já falou milhões de vezes isto. Não fosse o fato da minha dinda ter engordado tudo que perdeu com uma dieta e permanecer com a bunda amaciando o sofá o dia inteiro e comer muitos doces de colherada a cada vez que vai a geladeira e depois dizer que não sabe porque engorda porque só come coisas naturais e sem açúcar. Afff. Porque cuida tanto e tanto do rosto e deixa o corpo ao Deus dará?
E a dona de uma ervanária que tem o negócio há uns 5 anos e toda vez que passo lá, tem sempre uma comida nova, um "gururu" que faz bem e tal, tudo ela sabe que é bom, já provou. Mas...continua gorda como da primeira vez que abriu a loja? Afinal, alimentação vegetariana e natural não é suposto emagrecer?
Depois tem outra coisa: o bichinho se irrita com ironia, com aquelas pessoas que olham só pro outro e não cuidam do seu traseiro. Dou exemplo: duas amigas na faixa dos 40 anos a falar mal das mulheres que usam roupa curta. Dizem que são vulgares etc, etc. O bichinho pula muito, a garganta já dói. Mas as palavras não saem.
A vontade das palavras (e a do bichinho) era de saírem em comitiva, umas abraçadas às outras, no ritmo do tu-não-tens-nada-que-ver-com-isto, vocês-estão-me-chamando-de-vulgar-porque-também-uso-roupa-curta? Vocês-tem-inveja-de-não-poderem-mais-usar-porque-numa-certa-idade-fica-ridículo? Pois é. O bichinho é assim, muito irritável e imprevisível. Já bem que tentei educá-lo, mas não consigo...juro que não consigo. Ele é mais teimoso do que eu.
E outro exemplo: quem quer se curar e não quer.  Digo: vai lá, tenta. Pode dar certo. E a pessoa: não, não acredito nisto...não vai dar, melhor ficar em casa. E o bichinho empurra as palavras para a cabeça: então fica. E não reclama. A vida não muda se a gente não muda. E fica aí, muda!
Porque se tem coisa que o bichinho detesta é lamentações. Até as minhas.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

30 anos

Quando falo que eu e o meu marido temos 30 anos de diferença, posso notar um ciclo de emoções no rosto das pessoas. Elas vão de incrédulas, complacentes, acham que foi por dinheiro e depois a curiosas. Mas e vem cá, como é isto, como é viver com um homem que tem idade para ser o teu pai? Eu não sei porque quando se convive nem se pensa na idade. Digo isto porque a idade é relativa, ele não parece ter 56 e eu não pareço ter 26. Ahn? Sim, eu sou em muitos aspectos muito mais velha que ele. Eu sou responsável demais, pé no chão demais, pessimista, ranzinza, muitas vezes mão fechada...lol. E ele, muito moleque, brincalhão, sonhador, gentil, carinhoso. Para terem ideia, até hoje abra a porta para eu passar, seja do carro, seja do shopping. Faz comida, lava a louça (mas não seca), me faz sorrir, escuta os meus sonhos (e são longos)... 
Durante muito tempo ele foi o meu pai. Aqui para nós, eu nunca preenchi este vazio que ficou pelo meu pai biológico não me ter assumido. E ele foi e é muito protetor. Sempre me diz coisas bonitas, me incentiva a crescer, a estudar, a ser feliz. E ao mesmo tempo eu sou mãe dele, cuido do nosso dindim, das compras de casa, das roupas, das gripes. Faço cafuné, pergunto como foi o teu dia, estas coisas. E também puxo orelha quando tem que ser!
A medida que o tempo foi passando, fui precisando menos deste "pai" e ganhando cada vez mais um amigo, companheiro, marido. Ele não mudou, quem mudou fui eu. No entanto, acho que este papel está quase implícito em uma relação e é natural que assim seja. E claro, em certos momentos, ainda gosto que seja "pai". 
Se pensarmos bem, quantas pessoas conhecemos, principalmente mulheres, que acabam por ser "mãe" dos maridos? Fazem comida, lavam, passam, costuram meias e ele lá, sentadinho no sofá, como uma criança de 7 anos que em nada contribui? Conheço muitos casos assim... No meu caso, as pessoas se admiram pelas aparências. Porque é óbvio. Mas somos um casal mais estruturado do que qualquer outro. Brigamos poucas vezes e na maioria das vezes sou eu quem me chateio, pois ele nem entra nesta sintonia. 
Acho que se ele tivesse a minha idade, amava-o do mesmo jeito. No entanto, foi justamente esse período de 30 anos que fez com que ele fosse assim, com que ele tivesse mais paciência, demonstrasse os sentimentos, dividisse seus medos e não os guardasse achando-se ridículo por ser quem é. 
Aí perguntam: e como vai ser daqui a 20 anos? E eu: não sei. Pretendo continuar amando ele cada vez mais. Mas se por qualquer motivo nos separássemos, seja pela vida ou pela morte, posso dizer que estes anos foram os melhores da minha vida. Que este homem, completou-me de muitas maneiras, fez-me enxergar a mulher que sou e também a menina que ainda guardo. E hoje é o que sei, e hoje agradeço todos as noites por ter o privilégio de tê-lo como marido.


terça-feira, 30 de agosto de 2011

Preconceito

Ora, ontem estava procurando sei lá o que na net e deparei-me com um blog de um cara que vivia nos EUA a falar sobre se um dia sofreu preconceito lá. Ora, para mim há dois tipos de pessoas: as que tem preconceito e as que não admitem. Tirando as pequenas exceções à regra, diga-se Gandhi, madre Teresa, Dalai Lama...acredito que todos somos preconceituosos em algum nível e com alguma coisa ou pessoa. E às vezes até querendo elogiar vem o preconceito: olha que negra bonita! Não pode ser simplesmente que mulher bonita? Como se para ser negra tem que ser feia e aquela é bonita, por isto, é preciso enfatizar. O branco está pressuposto nas nossas afirmações. Por exemplo: aquele senhor é um ótimo mecânico (se é branco). Ou aquele senhor negro (ou de cor) é um ótimo mecânico. Mas tá bem, preconceito não é só de cor ou etnia, é muito mais que isto. É com gordo, é com baixinho, com careca, com o jeito de falar, com classe econômica, enfim. Lembro-me de uma amiga dizer, logo que vim para Portugal: nossa, tu és muito preconceituosa com os portugueses. E eu disse, é normal ser preconceituoso. Não me orgulho de ser, quero mudar, mas isto faz parte do ser humano. E ela: não, Nyne, não é normal. E dias depois ou antes, já nem sei...ela: ah porque detesto carioca. São todos uns malandros, aquele jeito de quem quer tirar vantagem... Ah, não sou daqueles que dizem: te peguei, mas bem que devia!!
Acho que é normal ter receio do desconhecido. Tudo que é novo tende a assustar, queremos sempre nos sentir seguros, amados, queridos. Eu, a princípio não tinha preconceito com portugueses. Vim visitar aqui com 15 anos, uma viagem muito rápida, mas mal convivi com as pessoas. Depois quando vim pra cá morar com 21 anos, foi completamente diferente. Lá no sul do Brasil temos aquela coisa de que estrangeiro parece gente de outro mundo. Eles tem sempre tudo melhor, tecnologia, educação, carro, escolas, roupas... Queremos fazer parte do mundo deles, fazemos amizade, convidamos para nossas casas, à espera que aquele "ar de civilidade"  possa nos enebriar também. É verdade, lá para o Sul vai muito pouco estrangeiro. É por isto que quando cheguei aqui, achei na minha cabecinha que ia ser bem tratada. E não é assim. As pessoas veem: ah, tu és brasileira. Com desdém, com uma tarja do tipo, vulgar, para não dizer outra coisa, vem aqui roubar nossos empregos, nossos maridos... E eu assustei-me porque nunca havia sofrido preconceito. Já sabem, sou branca, de uma família classe média, era magra, bonita. Nunca fiz parte do outro lado.
Achei o povo estúpido demais, muito carrancudo, desconfiado. É óbvio que tem muito brasileiro aqui que aprontou o 7, mas eu não era um deles. Tava na minha vidinha de casada, na minha, sem incomodar ninguém. E às vezes ouvia bocas, o povo falando mal de brasileiro aqui e ali, no ônibus, no trem, no mercado. E depois as piadas que são todas contadas ao contrário que no Brasil. Mas confesso que o que mais me irritou foi ver que aqui eu tinha uma lição para aprender. Afinal o que mais nos incomoda no outro... É porque eu também sou carrancuda, estúpida e desconfiada. Não é com todos, não é toda hora, mas admito. Só tem uma diferença: eu não falo o que penso. Guardo para mim e para o meu marido lol. Não temos o direito de agredir niguém. 
E para completar, com o tratamento para engravidar, acabei por ir ao Porto. E surpresa: quanta diferença das pessoas, de tratamento, de alegria. Afinal não são todos os portugueses que são assim. E no geral dou-me muito bem com os vizinhos, com algumas pessoas na faculdade e fico pensando, se ainda continuo preconceituosa como quando aqui cheguei. Não sei, às vezes quando recebo aquela patada, volto a xingar em pensamento. Mas quando ao contrário, esbarro com alguém educado, feliz, já vai um tijolinho a menos no meu muro de proteção. Sim, porque quando a gente chega num lugar e começa a sentir-se indesejado, nada mais natural que achar que todos são assim e que vão me fazer mal. Ora, lá está: porque temos sempre a tendência para sobrevalorizar o que de mal nos acontece? De qualquer forma, sigo o meu aprendizado, para quem quer ser psicólogo um dia... nada mais forte do que aquele que anda desarmado. É isto.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

As Fotos do aniversário

Foi tão lindo a hora do parabéns! É como aqueles rituais em tribos nos quais se fecha um ciclo e se abre a outro que se inicia. Parece que ali o Fabian deixou de ser bebê e agora se tornou um menino, pequeno, mas um menino já com personalidade. Meio teimoso, persistente no que quer, tímido, inteligente e carinhoso, principalmente com crianças mais velhas que ele.





Como não convive com mais ninguém além de mim, o Fabian começou uma amizade engraçada com o nosso cachorro Yoshi. Os dois brincam com o urso do cão, o Fabian roi o osso dele, come ração, o Yoshi rouba as bolachas do Fabian, abraça-o e lambe quando ele acorda. O Fabian cai muitas vezes por causa disto e chora. Passam o dia nisto. Feito cão e gato, ou cão e menino, nestes arranca rabos e lambidas. No aniversário tivemos que prender o Yoshi lá na sacada dos fundos. Ele gania a cada vez que alguém tocava  a campainha e também porque não queria de jeito nenhum ficar ali. Nós colocamos uma fralda nele, pois eu tinha medo que acontecesse algum daqueles "acidentes". E o Fabian, solidário com o amigo, ia lá na porta de vidro do nosso quarto, colocava as mãos nela e gritava. Tanto fez que acabei por colocar o Yoshi na cozinha com a porta fechada, e ali ficou até a maioria das pessoas irem. Depois soltei-o para aproveitar o restinho da festa, aí os dois brincaram muito. O Fabian aproveitou tanto a festa que acordou apenas uma vez naquela noite.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Um ano

E hoje o Fabian completou um aninho. Cheio de alegria, gritos, palminhas, fotos. Ainda não entende o porquê de tanta gente cantar parabéns nos seus ouvidos. Estava perplexo com todo mundo querendo saber dele, com ter que falar para a webcam. A festa vai ser dia 21 e por isto hoje não ganhou nenhum presente. Ou melhor, ganhou um sim, de uma funcionária do Jumbo, quando fomos comprar as bebidas. E depois de saber que era o seu aniversário, foi cercado por mais 4 que lhe cantaram novamente parabéns. Acho que estava feliz, ele afinal é feliz todos os dias. Por nada, simplesmente acorda e sorri, porque todos os dias são praticamente iguais, porque tem a mim e o Yoshi e a Fuinha durante o dia e o pai durante a noite. E agora tem as emoções mais intensas: grita de feliz, grita de tristeza. Quer mexer e não pode. Quer correr e cai. Quer pegar e alcança. Quer estar ao colo, mas ao mesmo tempo explorar a casa.  
Às vezes me olha muito fundo que até dói. Enxergo nele um pouco de mim. É como cuidar do que restou da minha infância, lidar com minhas frustrações e inseguranças. Ele é ele e mais ninguém. Mas é meu filho. É um pouco eu. De certa forma, quando me olha, ele sabe que é assim, uma parte de mim que não se foi.
Meu filho, posso não ser a mãe que mereces, mas sou a mãe que escolheste. Acolhi-te em meu ventre, lutei e chorei por ti. Pela tua ausência, para que te tornasses realidade neste mundo. E sei que nestes meses tenho tido muitas dificuldades, mas eu tento. Fecho os olhos e penso fazer melhor amanhã. E tu sabes. Vieste para me ajudar a ser uma pessoa melhor. Viva a ti meu filho, que venham muitos anos de vida! Parabéns!


sábado, 13 de agosto de 2011

Zoo

 





Domingo passado levamos o Fabian no zôológico, achamos que como ele anda cada vez mais interessado nas "coisas que se mexem", ia ser uma ótima experiência. Chegamos lá e começamos pelas araras vermelhas. Elas gritavam tanto que me deixavam zonza, e eu achando que o moço ia chorar e ter medo. Que nada, o Fabian observou-as muito sério no colo do pai. E assim foi com tudo. Alguns animais estavam escondidos e tinham aquela tela de proteção, estes ele nem dava bola. Gostou muito do rinoceronte e das girafas. Conversou com elas, riu e levantava a mão para alcançá-las. Pena termos ido no fim aos golfinhos...quando chegamos a entrada já era muito tarde e eles encerram as 17 horas :( . Como diz o Fernando: já tens uma desculpa para voltar. E tenho mesmo, quero um beijo do leão marinho!!!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Yessss


Estamos de carrinho novo! Ou melhor, carrinha como se diz por aqui lol! E foi tudo muito rápido, andamos a olhar financiamentos, mas achamos as prestações apertadas para o nosso bolso...aí desistimos. Íamos esperar o irs do ano que vem e ver o que dava para dar de entrada e financiar o resto. Mas eis que o marido recebe uma ligação do banco oferecendo crédito com juros bem mais baixos do que tínhamos visto, questão de 2 dias na nossa conta. E eu: não dá para comprar  um carro como queremos com este dinheiro. Mas ele sempre otimista: toca a procurar, vamos achar alguma coisa. E achamos, ligamos e fizemos negócio na sexta feira passada. E ontem vendemos o carro antigo, depois de algumas horas de anúncio. Isto é que é rapidez! Tudo em questão de uma semana. A vida podia ser sempre assim eheheheh!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ultimamente tenho notado uma melhora na minha convivência com o Fabian. Tenho andando com mais paciência e ele tem colaborado mais por sua vez. Certa vez li que os nossos filhos são um pouco de nós quando pequenos, que eles são a oportunidade de lidar com a nossa criança interior e tantas vezes ele é tão parecido comigo que assusta...



Ontem fomos à praia, ele brincou bastante na areia, fez amigos, mas ainda tem dificuldade de andar na areia, preferiu engatinhar algumas vezes. Depois, chegou uma hora em que só queria colo, aí resolvi voltar para casa. E esta noite dormiu às 23 horas, acordou às 00 hrs, as 2hrs e só as 7:45 de hoje! Para mim já tá muito bom!!! Depois mamou no peito e dormiu até às 11hrs...vá saber, deve ter sido da praia.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

As fotos







Pois é, tenho andado meio sumida, mas ando tãooooo cansada... O Fernando tem chegado mais tarde por causa dos prgramas que tem que cumprir prazos...ainda ontem chegou as 9:44. Eu já estava cansada de estar com o Fabian o dia inteiro, sem folgas. Hoje prometeu chegar mais cedo, vamos ver.  Amanhã combinamos de deixar o Fabian na vizinha e ir no cinema. Estou maluca para ver o Harry Potter!!! Acreditam? Eu que ia sempre na estréia de tanta ansiedade, não porque seja uma fã histérica, mas porque tinha medo que me contassem o final do filme. Bem, e este post era só para mandar as fotos do mesversário, já vai longo! Mas peraí, só uma última novidade: o Fabian já anda! Sim, e anda mesmo por toda casa!! Pensei que depois dos primeiros passos viria uma adaptação, mas que nada, só quer saber de andar :) O pai se baba todo! ehehehe