domingo, 30 de dezembro de 2012

Provavelmente o último post do ano

A praia inflou de três dias para cá. Só com mandinga para conseguir internet. Tenho rezado para todos os santos, prometi pular uma onda para cada um se conseguisse meia hora hoje. E consegui!
Tá certo que natal tem tudo a ver com frio, neve, nem que seja de algodão no pinheirinho. Mas ano novo, vamos combinar que é a cara do verão!! Ano novo combina com noite quente, com ver os fogos na beira da praia, com entrar no mar para pedir que se renovem as energias. Combina com sorvete, espumante, ficar na varanda a balançar os pés descalços na rede. Dormir, só se for alta madrugada, depois...bem depois de muita coisa. Agora que já esbravejei o que podia, posso dizer, venha 2013, estamos aí! Só peço uma coisa: seja um pouco melhor por favor, nem precisa ser um ótimo ano. Que seja bom, para mim é que já está ótimo! 

2012...um recadinho para você!

Aliás, um recadinho para todos o que com prazer ou não, com intenção ou não, foderam o nosso ano: ex mulher, enteados, português fdp, francesa fdp, minha sogra, ufa, que eu me lembre é isto. Vão junto com 2012 tomar no c*! Isto é libertador!!!! E que o papai noel traga um presentinho no sapatinho de vocês para o ano tá? Beijo, me liga.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Com que roupa eu vou?


Aqui há uma tradição sobre a cor da roupa do ano novo. Acredita-se que conforme a cor estaremos atraindo as energias boas desta para o ano que começa. Algumas vezes entrei à meia noite de vestido rosa, calcinha branca e sutiã amarelo. Mas em Portugal isto deixou de fazer sentido, tanto que passei algumas vezes de preto. A cor não tem nada a ver com o que teremos, mas ao menos alegra. 
Vamos passar os três sozinhos desta vez, já que no natal minha mãe e padrasto fizeram questão de vir. Não sei ainda que roupa vou por, até tinha vontade de por aquele vestido que anda ansioso para estrear, mas que por hora não me serve. Então se não é ele pode ser qualquer um. 
Agora quanto ao ânimo, espero que mude nos próximos dias. Temos andado tão além do tempo que às vezes tenho de perguntar quantos dias faltam, porque parece que ainda falta tanto e sempre me surpreendo quando dizem que está aí no início da próxima semana. Então, esperança, meus amigos. Que não lhes falte e a mim também. Porque quem a perde, perde tudo. Independente da cor, a vida tem de ter alguma. E a propósito: alguma coisa verde, até um galho da árvore de natal serve (se tiverem uma).

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Coisas que fazem pensar

"Como está hoje?" é a saudação que eu mesma escrevi no celular. A cada vez que o Fabian o derruba no chão, lá tenho de juntar as peças, achar a bateria, encaixar novamente e lá se acende a frase de sempre. Às vezes respondo, às vezes acho que é muito bobo estar a falar com o celular e não através dele com alguém. A verdade é que pus esta frase para me perguntar constantemente sobre mim. Afinal como estou hoje? Como estou agora? Nem sempre por mais que falemos ou que deixemos que certos assuntos repousem sobre o silêncio, deixa de existir uma necessidade de que se ouça diariamente tal pergunta. Há dias em que a necessidade é maior. Hoje é o dia.
Como estou hoje? Caro celular, tenho pensado muito sobre isto e ainda não cheguei a uma conclusão se ando bem, aborrecida, feliz, com raiva, conformada, revoltada ou uma mistura disto tudo. Tenho pensado muito sobre a vida, sobre como as coisas tem acontecido até então. Na minha conceção as coisas acontecem quando tem que acontecer, tudo tem hora certa e a vida é um misto de nossas escolhas e outras situações que estão para além disto. Há quase oito meses sofremos uma reviravolta. Tive de tomar decisões rápidas e tomei o rumo de volta para o Brasil. Meu avô sempre me disse que se alguma coisa não desse certo em Portugal, que eu poderia voltar tranquila que ele estaria aqui de braços abertos para me receber. Mas ele não estava. E na verdade este é um caminho para percorrer-se sozinho, até mesmo para que cada um escolha os motivos pelos quais uma mudança destas possa fazer sentido. 
Na minha modesta opinião a mudança é lenta. Desconfio firmemente de quem diz que foi fácil. Não é apenas um pedaço de terra que se muda sob os pés, nem de um punhado de gente ou clima. Mudança é mais do que isto. Temos de escolher que parte de nós devemos levar. E a parte que fica dói, deixa um vazio. Luta ferozmente para se encaixar ao passado. E enquanto não consegue, arranha. Sangra. E chora. E a nós falta-nos a coragem para mover-nos, para dar adeus. 
Não, a mudança para mim ainda não se completou, ela ainda acontece embaixo dos meus poros, esconde-se em pensamentos derrotistas. Ainda clamo pela mudança, que ela me leve, que ela me lave, que deixe-me leve.  Eu que ando carregando o peso das minhas expetativas nas costas, que ainda enfureço-me selvagem perante a inexistência de um recomeço. Mudamos de país, mas estranhamente permanecemos no limbo. A mudança em si não aconteceu. Não há casa, não há emprego, nem escola, nem independência financeira. E perguntas-me como estou hoje? Estou assim, a modos que não sei bem como me sinto. Talvez frustrada e com medo de que toda estrada tenha sido em vão.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Domingo de chuva

Maria olhou para o filho. Olhou para os ombros e as mãos sujas a carregar alguns bocados de papelão. Ele nada dizia. Mas o silêncio, este gritava. Há tempos queria sentar-se e dizer a história sobre o seu pai. O menino nunca perguntou nada, mas achava que deveria saber. Pouca coisa além de um nome e de uma data. Já sequer lembrava do rosto, mas desconfiava de que lhe havia puxado os olhos. Escuros e profundos. O filho remexia no lixo deixado depois do natal pelas famílias de classe média, algum pedaço de carne, algum queijo fora da validade, pedaços de pão velho. Às vezes parava e olhava pelos carros a fecharem os vidros alguém a rir e divertir-se, crianças a brincar com o presente recebido no dia anterior. Aquilo era pior que a fome. Estar a observar o filho diante de uma realidade que não pôde lhe oferecer em nenhum momento. O sorriso dos outros nada tinham a ver com a falta do seu. Mesmo assim tinha raiva. Parou por instantes ao constatar que um dos vidros abria e de lá saia uma mão pequenina a soprar. O filho olhava consternado, mas sorriu palidamente. Chovia bolas de sabão. E eles viram-se rodeado delas, leves e frágeis a estourarem pelo ar e pela garoa daquela manhã. Em um movimento viu a mão escura do filho agarrar a bola, por aqueles segundos foi novamente criança. Mas o sinal abriu, os carros se foram e outros vieram. E ele seguiu  no seu silêncio, a abrir e fechar um saco plástico de cada vez.

Pensar no futuro do filho é...

desde já ensinar-lhe a jogar futebol. E é isto que um pai preocupado faz. Segundo ele, se jogar o que o pai jogava quando novo, já daria uma aposentadoria boa para nós. lol

O sentimental

É assim o meu ipod, sentimental até o último risco de bateria. Também, coitado, tanto que andei com ele a pular e a enchê-lo de suor... De vez em quando tira férias. Deixa a tela muda, mal e mal mostra a "maçã" e volta a hibernar. Eu tento, bem que tento. Deixo-o descansar, depois ponho para carregar. E ele nada. Às vezes volta timidamente como a dizer que tem saudades de ser chacoalhado, às vezes até acende a luz para que possa ver a sua "voz". Mas agora anda silencioso há dias. Temo que não volte jamais. A cada vez que olho para ele estirado na estante, me dá um aperto. O marido já emprestou-me o dele, mas não é a mesma coisa. Sinto saudades do meu companheiro e é por isto que lhe esfrego os botões antes de deitar e lhe peço para que volte logo. Ainda temos muitas corridas pela frente e eu não sou daquelas pessoas que desistem logo. Sou daquelas de esperar.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O acordo ortográfico e mais algumas coisas

"Mais do que uma cedência aos brasileiros, é uma tremenda pata na poça para contribuir só mais um bocadinho para a iliteracia da nação. Uniformização sim, mas pela Língua Mãe. Não é a Língua Mãe que deve adaptar-se às suas filhas. A polémica para ler aqui. Sou purista e não abdico do meu português, erros ortográficos transformados em palavras correctas, tenho muita pena, mas não é uma Lingua fidedigna, é um dialecto qualquer aportuguesado. Nunca escreverei em brasileiro, nem antes nem depois deste acordo de merda. Recuso me! Era só mais o que faltava, tantos anos de ditados e de composições para extremar e aprimorar o gosto pela ortografia! E depois para virem uns brasileiros, (claro pois a gente até lhes come as novelas todas e depois eles armam-se em carnavais destes todos com mania que é legal...duh fixe) dizerem me que eu estou a escrever mal (pode uma coisa destas?) e a tentarem ensinar me a falar e a escrever o português, como já me aconteceu uma vez, fico roxa de raiva é que os mando todos e é que vão todos para a puta que os pariu! com U! Atenção digo brasileiros mas também vale para os angolanos, cabo verdianos, etc e tal todos os PALOPS que andam por aí a falar esta Língua, de todos nós mas cuja matriz pertence inequivocamente a PORTUGAL."

Eu não devia, mas tenho que falar. Provavelmente eu deveria deixar de pensar que coisas deste tipo na net são uma ofensa pessoal, e tenho tido até muita tolerância e respeito, mas hoje não. Em primeiro lugar, quero dizer que entendo a revolta, o ataque à identidade do português europeu, entendo que queiram que continue tudo como está e que se for para mudar alguma coisa que sejam os próprio portugueses a fazê-lo. Mas uma coisa eu não entendo: quando o Brasil faz qualquer coisa para promover a língua, aí já falamos "português" e não mais brasileiro ou um dialeto aportuguesado? Se todo este furdunço foi pelo tal motivo da onu e da tradução ser direta através de uma aproximação dos países que falam a língua portuguesa, já que é tão e somente por causa do Brasil que a língua atingiu importância (pela questão do crescimento econômico), então deixem-se de bichices e coloquem a porcaria da tradução em português do Brasil. Pronto. Assunto resolvido. Cada um escreve do jeito que sempre escreveu e acaba-se o carnaval. 
Adiante... tenho visto em muitos blogs o selinho orgulhoso de "aqui não se adopta o acordo ortográfico", pois muito bem, que assim seja. Só tenho uma coisa a dizer: as crianças (que são seres muito maleáveis) estão a aprender com o tal acordo e mais dia menos dia todos estarão escrevendo naturalmente, independente da teimosia de alguns. 
Outra coisa, a língua viva muda sempre, ela não é estática, está a serviço das pessoas e se ela faz a sua missão que é permitir a comunicação, então para mim está tudo certo. Não me interessa se eu tenho que deixar o p e falar receção, se eles tem que tirar o c de facto. Aliás, por mim até podiam ficar os c's todos e os p's também, mas se é para mudar, então que se mude. E nisto me incluo porque vou começar mais à sério este negócio de acordo ortográfico.
Independente da missão de deixar o português mais unificado não ser cumprida com sucesso, é meu dever ter ao menos boa vontade para me adaptar. Sabemos que no português do Brasil temos imensas palavras adquiridas conforme diversas nacionalidades incorporaram-se em nossa cultura e que Portugal, apesar de seu glorioso passado, fechou-se por muitos séculos até a entrada na união européia, quando tornou-se alvo imigratório. Mesmo assim, o português falado nas antigas colônias ainda é visto como grosseiro e despojado de qualquer dignidade. É traduzido, imitado e ridicularizado tanto quanto as piadas de português no Brasil. É porque somente os brasileiros não falam como se escreve não é, "Purtugalllle"? Ou seria Portugal? 
Uma coisa que me deixa assim com o queixo caído é escutar que agora vão todos falar como nós: "vamu dji ônibus". Não, vão continuar a falar os d's como "dhë" os l's  com a língua a encostar no céu da boca como o fazem agora, no entanto a tendência é que futuramente não se falem mais o direto com o fonema /c/ no meio, assim como as outras palavras, tanto quanto aqui. Há mudanças para ambos os lados. Este é outro absurdo que leio/escuto, o mito de que só eles é que vão ter de mudar e que para nós não muda nada. Mentira. Vão informar-se antes. 
Para concluir, também há uma certa confusão com o coloquialismo que é a forma como falamos e a gramática ou o português formal. Eu sou uma pessoa muito orgulhosa da língua que falo, gosto como já disse, dos textos da forma de escrever de Portugal tanto quanto do Brasil. Mas reconheço que existe uma grande diferença do que falo para o que escrevo. Por exemplo: aqui no sul falamos o tu mas conjugamos com o verbo na terceira pessoa do singular (tu vai no mercado? ao invés de tu vais no mercado?). É normal, todo mundo fala assim aqui. Porém ao escrever procuro sempre tentar fazê-lo corretamente. E assim é nos trabalhos acadêmicos ou por acaso acham que na faculdade as pessoas escrevem assim engolindo os s´s ou escrevendo "internetês"? 
Agora quanto ao argumento utilizado que deveriam ter feito a unificação da língua portuguesa sob o seio da matriz, ou seja de Portugal, só tenho uma coisa a dizer: não sejam ingênuos. Se não fossem os milhares de trabalhos desenvolvidos, as pesquisas, as traduções, as tecnologias made from Brazil, os mais de 180 milhões aqui da américa a falarem o que "não é o bom português", o que seria desta língua? Como eu disse, entendo a revolta, entendo que se leve algum tempo para interiorizar as mudanças, entendo que para além de tudo há um certo sentimento de revanchismo por parte do Brasil, mas só não entendo uma coisa: preferem que mais uns séculos o português seja apenas uma língua de eruditos como o latim ou que seja uma língua ainda viva, resiliente acima de tudo?

Na dúvida

...se não ponho protetor solar  e fico sujeita a rugas 
ou se ponho e com a corrida ele cai nos olhos ardendo para caramba
o que me faz apertar mais a cara, o que me deixa sujeita também a rugas?

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Feicebuque

Tem coisa mais irritante do que aquelas pessoas que reclamam quando está calor? E depois notas que estas mesmas pessoas que miam tanto por causa do calor e pedem que o inverno venha logo são justamente as mesmas que reclamam do frio??? Porra ao menos sejam coerentes!! Alguém por acaso já me viu reclamar do calor? É verão ora bolas e eu amo o verão, seja com 25 ou 40 graus. Claro que na praia, na piscina é muito melhor, mas mesmo assim não há calor que me faça pedir o inverno. 
Meu marido por exemplo detesta o verão, diz que gosta mesmo é de frio. Mas quando chegamos lá, ele começa a reclamar. E eu digo: mas não é tu que gosta de frio? Então aguenta. Aliás quem gosta de frio para mim tinha que andar pelado em pleno inverno, de manga curta, de sandália. Não gostam de sentir frio? Tem gente que gosta de frio e pede para ligar o ar condicionado ou fica na frente da lareira. Não meus amigos, estes não gostam realmente de frio. Estes são aqueles que reclamam de tudo só porque sim. E sabe o que me dá vontade de fazer? 

#ficaadica

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Então é Natal!

Desvendando Hollywood

Eu sei...eu sei. Sou uma péssima companheira de filmes em casa (mas só para o marido tá). É que chegam os primeiros 20 minutos para eu saber quem fica com quem, quem morre, quem sobrevive, quem era o vilão e qual era o grande segredo a ser revelado. Desculpa marido, mas é a minha imaginação que é foda demais lol. Não, estou brincando, é que raramente os filmes saem daquele padrão em que são produzidos quase como em série. Não quero com isto dar uma de pseudo intelectual que adoram aqueles filmes em preto e branco, e de preferência mudos. Sou apenas uma espectadora   exigente, daquelas escrevem em bloggers que ninguém lê. Mas vamos ao que interessa, eis a fonte que 99% dos roteiristas/argumentadores/escritores bebem há décadas:

Ação
Enquanto ouvimos a orquestra de tiros, eu penso em como o Bruce faz aquele tipo de homem que é feio mas tem qualquer coisa que atrai. Sei lá...cara de mecânico ou pedreiro? 

Opa, este é fácil. Filme de ação que se preze é aquele em que o mocinho tem uma bomba relógio no pescoço e passa as duas horas restantes lutando contra o tempo e também contra carros voando, pulando de prédios, fugindo sabe-se lá como a saraivadas de balas ao estilo matrix. Ah e nos últimos minutos ele consegue finalmente a chave de segurança para desativar a bomba e o filme acaba quando ele dá um daqueles beijos na mocinha que passou o tempo todo gritando e fazendo cu doce. 
Terror

Eu acho que mais de dois terços das casas americanas tem histórias de assassinatos encobertos e  as restantes foram construídas em cima de cemitérios indígenas.

Sabem aquela equação família que se muda para uma casa extremamente barata, que inocentemente não sabem (tá, às vezes sabem, grande fator criativo) que ocorreu um crime em que a família anterior foi morta misteriosamente? Aí somamos um adolescente rebelde em que ninguém dá credibilidade nenhuma quando ele começa a ouvir ou ver coisas estranhas. Ah, também podemos substituir o jovem por uma criança não tem qualquer problema, neste caso os fatores não alteram o produto. Todo mundo depois come literalmente o pão que o diabo amassou e não sei porque, mas na maioria das vezes é o pai quem morre, faz um sacrifício para que o resto da família fique a salvo. E assim termina, todos em lágrimas a fugir e sim, clichêzão é a casa posta para vender novamente e não raras vezes podemos ver outra família mudando-se para lá. Isto é a forma mais fácil de garantir uma continuação e por mais que a tentação seja grande...don´t, tende a ser mais fraco ainda sucessivamente. Vide atividade paranormal, pior que big brother.


Drama
Dizem que a Mag Ryan andou pegando umas dicas com a Thalia.

Drama mesmo é aguentar todas as dificuldades que assolam a vida do mocinho/a assim sem descanso, como se ele estivesse se afogando em um mar tempestuoso: quando pensa que vai respirar, lá vem uma onda e entorna o caldo outra vez. Mas é claro que ao fim podemos respirar aliviados e ele também, porque encontra finalmente o amor de sua vida, que é geralmente aquele amor adolescente que deixou em uma cidadezinha para tentar ser alguém na capital. Também é importante lembrar que ele tem sempre um passado a que se envergonha, muitas vezes foi uma criança mal tratada, criada em um orfanato ou pelo tio bêbado. Qualquer semelhança com novela mexicana não é mera coincidência. Todos os roteiristas devem saber quem é a usurpadora e a Maria do Bairro.

Comédia romântica

A Jennifer só tem duas expressões: cabelo preso e cabelo solto. Não, este biquinho não é uma expressão.  

Você sabe que é uma comédia romântica quando a Jennifer Aniston está no elenco. Ah e aquela outra mocinha como é mesmo o nome? A Sandra Bullock... Bem este filme é daquele gênero para ver em tpm (ou não). A mocinha é uma pessoa desenquadrada, faz o tipo tímida atrapalhada que nunca se envolveu verdadeiramente com ninguém e afirma de maneira veemente que não irá se casar, porque a cada vez que olha o cunhado tarado a se meter com a empregada, treme de medo.  E assim como quem não quer nada ela conhece o mocinho, a princípio vão ser implicantes mutuamente, mas aí passam por alguma experiência de sobrevivência (presos em uma floresta da amazônia, trancados em um elevador, carro quebrado no meio da estrada, etc) e de repente uma voz lhes avisa que tem tudo a ver um com o outro. Que se amam e que serão felizes para sempre. Este filme não surpreende de maneira nenhuma já que qualquer um pode prever que o casamento reunirá todo o elenco, inclusive aqueles que apareceram só por alguns segundos durante o filme.

Ficção Científica

Salvar o mundo é fácil. Quero ver é aturar a sogra no final de ano.


Este gênero tem três vertentes: ou é sobre ets ou sobre robôs ou sobre ets. Os medos da raça humana  (ou pelo menos dos norte-americanos) são explorados ao extremo, o medo de serem conquistados, ultrajados e transformados em escravos ou em alvo de caça. O medo de que o fruto da evolução tecnológica tais como microondas, geladeiras frost free, depiladores elétricos, um dia ganhem vida e se rebelem contra nós. O medo de haver outro universo paralelo, um outro eu, que talvez se tivesse seguido outro caminho, não seria realmente eu, mas que ainda sou eu. Estes tipos de filme nunca conseguem explicar nada e chegar a uma conclusão lógica, mas sempre saem como sucessos de bilheteria, porque ninguém quer admitir que não entendeu nada. Nem o autor.
E é uma maravilha quando acabam com as naves inimigas, são explosões e mais explosões no meio do universo (e sabe-se que o som não se propaga no vácuo, mas todo mundo esquece disto quando está procurando pela pipoca). Como última cena aparecem os grandes heróis da Terra que por coincidência são sempre (norte) americanos, carregando a bandeira dos EUA balançando ao vento. And that's all folks.
Não, da próxima vez que os ets quiserem invadir a Terra, esperamos que eles passem pelo Brasil, assim já ficam para tomar uma caipirinha e de quebra saem de destaque no carnaval. Será que nos States não sabe o real significado de "conquistar" lol?




sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Sem mais a declarar meretíssimo

E o que os EUA querem fazer para que não aconteçam mais massacres? Proibir que menores tenham acesso a armas de fogo? Proibir por consequência que menores possam frequentar qualquer tipo de organização ou escola de tiro? Apertar a legislação e permissão ao porte de armas ou mesmo iniciar uma campanha de desarmamento civil? Não, não, não e não. Eles querem é por homens armados em frente as escolas. Tá vendo, problema resolvido. Depois não digam que é só no Brasil que as coisas acabam em pizza.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Vida de imigrante

Tenho visto aumentarem as reportagens sobre imigração, eu mesma já coloquei um link para uma e um fato recorrente é a reclamação de alguns portugueses sobre o problema dos vistos, a demora, a dificuldade que é conseguir um. Em primeiro lugar, quero deixar claro que não sou contra a imigração, eu acho que as pessoas tem o direito de buscar o melhor em qualquer país, de recomeçar como eu e outros amigos o fizemos em Portugal. Acontece que tem um problema: as pessoas acham que vão ser tratadas como brasileiros ou como acham que os brasileiros são tratados em Portugal, aliás, há a ilusão de que nós fomos ou somos muito bem tratados e de que para nós foi fácil conseguir ficar legal. Nã queridos, não é bem assim. Não é lá por ser um país de terceiro mundo que não devemos de ter burocracia, leis, regras, etc. Só para ilustrar, meu marido saiu do Brasil já empregado no ano de 1998 e naquela época tinha de ir regularmente à Espanha no Consulado Português para pedir o visto de residência. Ele ficou dois anos ilegal porque simplesmente além da espera de um ano (a previsão era de um ano em média!), perdeu mais um pois os seus papéis foram extraviados durante o processo. Antes de haver agendamento no SEF, era preciso enfrentar uma fila gigantesca, muitas vezes tinha de ir de madrugada, faltar ao trabalho (o que como era RV implicava em ser descontado), ser pessimamente atendido. Também há o preconceito por estar ilegal, muitos patrões não aceitam fazer o contrato que poderia servir de entrada ao visto de trabalho e sim muitos foram enganados assim como outros o foram no Brasil, ao trabalhar e não receber. Quanto a mim, fiquei mais de seis meses ilegal, isto porque contei com a ajuda de uma advogada porque eram impedimentos e mais impedimentos por parte do SEF para liberar a papelada, sendo a mesma novela para renovar o visto. E mais tarde, depois de três anos de casada consegui a cidadania (que demorou a volta de nove meses) pelo meu marido estar há mais de seis anos legalmente no país. Ora com o acordo bilateral entre Brasil e Portugal isto é possível para ambas nacionalidades. Acreditem que é bem pior quando se trata de outros países como Espanha, Argentina, etc. E por acaso lá fora é diferente? Nesta semana uma amiga do marido conseguiu a cidadania canadense após 10 anos, a minha cunhada tem o green card depois de casar com um americano, no entanto já morava lá há bem mais de uma década. Eu acho justo. Acho justo que seja para ambos os lados, morar seis anos legalmente ou estar casado com um cidadão há pelo menos três é bem razoável. Mas é claro que entendo que estes comentários vem de alguém que pouco sabe sobre a vida de imigrante e ainda tem muito a aprender. Porque como dizem por aí, pimenta nos olhos dos outros é refresco. Não é que sejam uns coitados que caíram no conto do vigário, é que agora sim vão viver a vida "fácil" que os imigrantes tiveram em Portugal.

Hã?!

Surpreendida por não haver um meio termo entre desenhos violentos e desenhos/programas babacas que são chamados "educativos". É que ver uma meia falar não é propriamente estimulante, nem aqueles desenhos em que todo mundo, mas todo mundo ao mesmo tempo é sempre bonzinho e a única discussão que há é entre colorir o sol com amarelo ou laranja. Mas veja bem, não podemos ser preconceituosos com as outras cores, afinal também é bonito pintar o rio de roxo, o sol de verde... 
Alguém avise os criadores, escritores, sei lá, de que crianças com dois anos possivelmente fariam um trabalho melhor. (Isto a julgar pelas histórias que o Fabian inventa). 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Nosso leãozinho

Não há certo nem errado: há sentimentos.

Desde que me lembro há em mim duas pessoas: aquela que sou e aquela que tenho de ser. Durante a minha infância e adolescência este questionamento foi crescendo a medida que ia entendendo que as outras pessoas deixavam escapar um pouco de si em uma conversa ou discussão. Foi então que apercebi-me que não estava só. Mas junto desta dualidade vinha a culpa, a culpa por não conseguir ser quem eu sou, a culpa por ter de fingir o que não sinto, o medo de não ser amada por eu mesma, pois que quem era amada era a outra, aquela que eu podia mostrar.   
Fiz terapia por mais ou menos seis anos e foi a melhor coisa que me aconteceu. Abriu os meus horizontes, fez-me questionar os meus valores e pensamentos. Lembro-me de algumas vezes dizer que sofria porque não conseguia demonstrar amor ou simpatia por determinada pessoa ou situação. E lembro-me também dele me perguntar o porquê. Porque eu deveria sentir amor? Porque eu deveria sentir pena? Porque eu deveria sentir o que quer que fosse por alguém ou por mim? Não, eu não deveria. Esta é a outra. Eu não tenho de me sentir culpada por não conseguir ser o que os outros esperam de mim. A única pessoa a quem devo fidelidade sou eu. A mim devo honestidade, aceitação. Não estou querendo dizer que por isto vou sair aí agindo à louca, machucando gratuitamente as pessoas, nem dizer bem feito por isto ou aquilo que fizeram. Apenas falo na quietude do ser. Para mim não é preciso fingir, posso ser eu com todos os defeitos e posso ser eu (em pequenas medidas) com o mundo. Calar não é fingir. E por isto me calo quando não concordo com algo, quando o que penso não é o que a pessoa queria ouvir. Calar é respeitar o outro e a si mesmo. É como fazer as pazes comigo, pois para mim calar não é consentir, calar é uma forma de conviver sem me trair. 
E este blog tem sido a minha terapia desde então, muitas vezes quase que o imagino sentado a minha frente a me escutar e questionar. Ele sempre me dizia para observar os meus pensamentos, mas não me prender a eles, a deixar ir, a aceitar, a questionar. E questionando-me constantemente, dizendo coisas que não gosto de ouvir, tenho me conhecido melhor. Tenho trabalhado a culpa que há em não ser sensível  em relação a grandes tragédias, em primeiro lugar porque sou constantemente exposta a isto pelos jornais e tv, em segundo porque o sentir como, quando e em que intensidade, é relativo. Posso sentir alguma coisa por alguém em determinado momento, e depende do meu estado de espírito sentir mais ou menos, porque acho que o sofrimento nos torna um pouco egoístas. Mas quando sentir, tenho de realmente sentir. Tenho de me imaginar na situação do outro, sentir a sua dor por alguns minutos, tenho de pensar o que faria, tenho de mandar pensamentos de amor. Porque para mim isto é sentir, isto é ter empatia com outro ser humano. Não é dizer que horror e virar as costas. 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O cafajeste italiano


A tia dizia que viver na Itália era a melhor coisa que lhe tinha acontecido. A tia casara com um italiano e não precisava neste exato momento estar a limpar as borras de café no balcão de um bar sujo de Palermo. E a única coisa que lhe enchia os pensamentos era a música dos titãs Go Back. A música incorporava-se em seus dedos e quando via estava a murmurar e sacudir a cabeça enquanto o pano ficava castanho e a  fórmica insistia em ficar apenas borrada ao invés de limpa. O sino que anunciava a chegada de um cliente tocou, ela virou-se ajeitando o avental. Tinha a franja sobre os olhos quando deu com o par de olhos mais azuis que o mar mediterrâneo, sentiu os pelos do braços a eriçarem. Nunca fora mulher destas coisas, de arrepiar, de acelerar o coração por qualquer um. Sinceramente nem lembrava-se se algum dia sentiu isto a não ser por aquele homem de metro e noventa e olhar insistente. Ele fechou a porta atrás de si, pois já estava habituado que a mola estava quebrada desde sempre, deixando o frio e a chuva fina longe dali. Queria dizer-lhe com ar emburrado que o estabelecimento fecharia dentro de minutos, mas conteve-se sem saber se o fazia pelo seu  italiano ser terrível ou se porque o homem sabia disto e mesmo assim perseverava com aquela mania. 
Às vezes ela permitia-se olhar por de trás de um manto de timidez quando lhe preparava o café e o pão  que usualmente pedia. Devia ter 35 a 40 anos a julgar pelas têmporas que tinham caracóis mais prateados que no resto. A barba devia ser estrategicamente aparada para manter-se sempre barba por fazer de dois dias, coisa que ela não apreciava em homem nenhum. Mas o pior disto era o sorriso e a aliança na mão esquerda. E sua solidão. Por ela seria capaz de não reconhecer-se e fraca, deixar-se levar por alguns minutos nos braços de alguém. E assim foi quando naquele dia ele fizera mais um convite para um passeio pela praça (que ela suspeitava que o fim seria no hotel mais próximo). 
Ele amparou cuidadosamente seu braço quando trancava a porta, pois que tremia de frio e nervosismo, embaixo do guarda chuva que ele pacientemente segurava. Era como a chapeuzinho sendo levada para a casa da vovozinha pelo lobo mau. Mas não era assim tão inocente, neste caso a chapeuzinho era tão culpada quanto o lobo. E assim eles saíram um pouco abraçados pela chuva fina e gelada, que molhava seus pés e a barra da calça justa. Ele ia lhe dizendo coisas no caminho, algumas ela entendia, outras não tinha mesmo vontade de esforçar-se para isto. Mas era algo como aproveitar o momento, carpe diem, estas coisas. Perguntava-se se este seria o lema de todos os traidores deste mundo a fim de justificarem o fogo desmedido por entre as calças.
Chegaram no quarto e enquanto ele servia um vinho que havia pedido no balcão, ela engolia-se na cadeira. Olhava para a janela e via-se refletida no vidro húmido. No entanto o vinho descia e uma onda de calor brotou em seu corpo já tão cansado de culpa. O homem lhe explicava que estava apenas preso às mãos, mas que o membro não tinha qualquer parte no compromisso que havia feito alguns anos atrás. Pôs-se a beijar-lhe a nuca e afagar-lhe os seios. Alguma coisa dentro dela sentia-se crescer e esquecer do mundo, deixando apenas atenção para o seu corpo jovem. 
Foram finalmente para a cama. Revezavam-se no poder que exerciam sobre o outro. Eram momentos de paz e gozo, de dor e presença. Riram. Exploraram. Deixaram que seus corpos se conhecessem. E dali conseguiram um empate, dois a dois. Entre mortos e feridos salvaram-se todos. E não sabe se foi pelo vinho ou pelo sexo, haviam fugido horas sem que percebesse. Agora nos lençóis brancos apenas ela, nua e crua de vergonha. O cafajeste devia estar dizendo habilmente mentiras em sua boca adocicada pelo seu perfume. Ela levantou-se ainda sem equilíbrio, os cabelos confusos em espirais, os pés tontos de encontro às roupas. Pelo menos ele havia pago o alojamento, ela até poderia passar a noite longe de seu quarto alugado em Corleone. Mas vestiu-se e deixou o lugar, pelo menos isto podia deixar. Já que ao cafajeste ninguém abandona.  E quando finalmente o céu a tinha sob custódia, maldisse a tia, a lua, os deuses todos, encolhida no casaco carmim. Tinha raiva desta sina feminina que procurava o amor em qualquer esquina, e que ao mesmo tempo desculpava os homens que partiam incólumes a sua vida. Dizia a si que nunca mais com aquele estrangeiro, mas sabia que a solidão voltava... e não só voltava como nunca a abandonou. 

Para quem é chato como eu

Eu detesto passas, frutas cristalizadas e todas aquelas coisas que colocam em um panetone e durante muito tempo tive o trabalho de tirar pacientemente como quem vai comer melancia aquelas porcarias todas. Acontece que para minha sincera alegria inventaram o chocotone que cada espacinho é agora substituído por... um espacinho vazio com uma pincelada de chocolate. Os melhores, os bem servidos são o olho da cara, portanto para aquelas pessoas chatas (e pobres hahaha) como eu, vai a dica: comprar um chocotone de uma marca barata e rechear com o que a imaginação pedir. Meu natal tá salvo!! Thanks google.
Faça um buraco no panetone e voilà asas e calorias à imaginação



Com o famoso brigadeiro


Recheado com mousse de maracujá
Recheio de sorvete

Nós por cá

O Fabian ganhou dos meus padrinhos um balde com um monte de animais de zoológico, mas eles não vem nas cores originais e sim todos pintados de uma só ou amarelo, ou vermelho, ou azul... Agora ele começa a agrupar por cores, mas não sabe ainda mais que as duas: malelo e memelho. As outras eu tenho de dizer e ele repete. Quanto aos animais, está na fase do leão, às vezes vira-se para nós e faz "ruarrr" como o Simba do filme. Os leões são os que ele mais gosta do zoo, leva-os até para o banho. A zeba para ele é um papalo, a lhama, um mé (ovelha) e às vezes fica confuso com os animais das mesmas cores porque acha que deveriam ser da mesma espécie também.
Hoje demonstrou alguma curiosidade sobre o penico, veio trazendo ele do quarto e pôs na sala. Eu disse que podia mostrar para ele que pode pedir para fazer xixi e cocô. Pela primeira vez aceitou tirar a bermuda e a fralda para sentar. Ficou ali uns segundos e pediu para botar a calça. Eu sei que não devo pressionar, que uma hora dá o clic e sinceramente até não tenho paciência para ficar correndo atrás dos xixis pela casa. Se ele estivesse na creche com o exemplo de outras crianças, certamente já estaria mais avançado, mas é o que se pode fazer. Só peço que tenhamos a chance de retomarmos nossa vida. Aliás, este é o único presente de natal que peço. 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Como irritar o marido

Por bem alto a música do Abba "Fernando". If I had to do the same again I would, my friend, Fernando, só para te ver assim! Lol!!!

A adolescência da velhice

Minha vó e minha mãe vieram passar o domingo com a gente e foram embora hoje cedo. Ontem fomos à praia e enquanto a vó e o neto brincavam no mar, fiquei conversando com a minha vó sobre a vida. Eu adoro conversar com ela, também adoro ela de paixão, senti muitas saudades quando morava em Portugal, saudades de visitar a casa dos meus avós, pena por não estar junto deles nos momentos bons e menos bons e por não estar presente quando o vô passou desta para melhor. 
Muita coisa mudou na nossa vida, o vô era a cola que nos unia literalmente, com seu jeito estourado e com aquele monte de palavrões que dizia, sempre foi uma pessoa sincera, vai daí que lhe puxei alguma coisa, não consigo fingir o que não sinto, mas ao contrário dele ao menos fico quieta. Acontece que quase 5 anos se passaram e só agora consigo enxergar mais a vó, pois ela andava meio que à sombra dele. Agora a vó clama por sua independência. Ela reclama por ter a vida especulada pelos quatro filhos, por ser puxada a fazer o que eles acham que deve fazer. Ela ainda aguarda que o meu tio que comprou a casa lhe dê a parte dela na herança do vô e espera com este dinheiro poder viajar, alugar um apartamento para ela ter sua privacidade, comprar um carro, em suma, ela quer aproveitar o que lhe resta da vida. Cada filho tem a sua visão sobre o que seria aproveitar a vida: minha mãe quer que guarde dinheiro para o caso de precisar mais adiante de uma clínica ou para doença. O meu tio quer muito provavelmente um quinhão deste valor, já que sempre esteve na merda e sempre estará. O outro tio que vai lhe pagar o valor, quer que não torre tudo de uma vez e que não dê para os outros irmãos, a outra tia também quer um pouco já que tá a espera do terceiro filho e as coisas nunca são fáceis. E no meio disto está a vó com 74 anos, louca para ter a sua independência, prestes a dar o grito do Ipiranga ela sonha e fala nisto quase sempre que conversamos. 
Isto me faz pensar sobre o ciclo da vida...nós nascemos e somos cuidados, crescemos, "adolescemos" em busca de liberdade, de ar, ficamos adultos e donos de nós, depois envelhecemos e voltamos a lutar por nossa vida, desta vez não contra os pais, mas contra os próprios filhos. É triste, mas tudo que é triste é um aprendizado diz a minha vó, ela quer mais é ser feliz. E já sabe de cor e salteado a lição de que liberdade traz sempre a consequência de nossas escolhas. Ela sabe que se gastar tudo e um dia precisar, vai provavelmente depender do SUS e que nenhum filho terá a possibilidade de pagar quatro mil reais para um lar de idosos. Mas se ela for feliz o quanto dure aquele dinheiro, aquelas viagens e a tranquilidade de um canto só dela, já valeu a pena. Quantos anos mais vai viver? Dois, cinco, dez? Que viva então intensamente, da melhor forma que ela achar e mande os filhos se catar, porque a rebeldia também faz parte da adolescência da terceira idade. 

Sobre sentir pena

Este final de semana fomos massacrados com tantas notícias sobre (mais um) tiroteio sem razões explicadas nos Estados Unidos. Pais chorando abraçados, crianças aterrorizadas, discurso do presidente. Tá e depois? Será que era suposto sentir pena? Ou torturar-me porque era incapaz de simpatizar com o sofrimento alheio? Já disse aqui que não consigo falar coisas só porque ficam bem, quero entender porque não consigo ir além do "que horror", isto esboçado quase sem emoção. Não penso que aqueles pais ou crianças tiveram culpa, mas também não penso no autor como um monstro isolado, ele é pura e simplesmente produto da sociedade americana. Sociedade esta que acha bonito ter uma arma como tem um iPhone. Que acha natural e "saudável" alistar uma criança com 7 anos em um clube de tiro, sim, quem não acredita veja Tiros em Columbine. Sociedade que criou em modos exponenciais o jogo do "ser popular" nas escolas, que seria como um estágio para a vida social adulta, tamanha é a importância que tem para os norte americanos. Uma sociedade que já começou muitas guerras que por consequência matou muitas  crianças de outras etnias, uma sociedade que ainda mantém uma guerra e que indiretamente está por trás de 99% de outras só pelo fornecimento de armas. Uma sociedade que está se lixando para o meu país, onde também dezenas de crianças morrem por dia, seja por vítimas do tráfico de drogas, pela fome e miséria (que diminuiu, mas ainda não está extinta), por assaltos, etc. E era suposto sentir pena das vossas crianças? Não. Não sinto. Sinto muito, mas não sinto nada. 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

"Os gringos no Brasil"

Reportagem sobre o novo fluxo imigratório, vale a pena ver! Principalmente para quem está ponderando emigrar.
Programa profissão repórter

Esta podia ser a trilha da minha vida#



Grande Ana Carolina!
Para mim que tudo era saudade, agora seja lá o que for...eu só quero saber em qual rua minha vida vai encostar na tua!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Buenas tpm mode on

Receitinha básica de pudim de chocolate

2 latas de leite condensado
2 caixinhas de natas ou creme de leite (aqui no Brasil)
6 ovos
10 colheres de achocolatado
granulado para decorar

Colocar tudo(menos o granulado)  no liquidificador e bater até ficar homogêneo, depois despeje em uma forma plástica. Levar ao microondas por 6 a 7 minutos, dependendo da potência do aparelho. O bom é que fique menos tempo porque fica com a consistência mais cremosa. E está pronto! Servir bem gelado :P



quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

E o Papa já tem twitter

Acho que é oficial: tenho um blog, um perfil no facebook e um no esquecido orkut, mas não faço questão de ter twitter. Devo ser uma das últimas pessoas conectadas a ter. Acho um saco aquilo, é como mandar sms para toda sua lista e a grande porcaria é que agora podem conectar esta conta com o face, AHH!!! Recebo coisas que nem quero saber, com comentários e assuntos do tipo narrador de futebol, status do dia: estou no banho, ah que água gelada, xiiii esqueci a toalha. Caramba, esta gente não larga o celular?! Eu acho interessante o que as redes sociais tem feito com as pessoas. Antes existia um filtro. Hoje tudo que é merda que se passa na cabeça, elas publicam. Simples assim. 
Agora só uma observação. O Papa seria mais moderno se revisse algumas das suas declarações ao invés de criar uma conta no twitter...

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Papai Noel tem que ser rico

É de se perguntar...precisar, não precisa. Tem brinquedos suficientes e que muitas vezes sequer brinca, prefere empurrar um banco ou mesmo ir à praia e correr para o mar. É que é natal e vejo pelos blogs a fora que compraram já os presentes e fico a pensar nas desigualdade de padrão de vida e principalmente de preços. Já tinha dito aqui quanto custava criar um filho no Brasil, assim como também já havia dito que as pessoas querem desembolsar em média 500 reais para presentes de natal. Ainda ontem olhamos os preços de brinquedos nas lojas aqui da praia e o susto é sempre grande. Já estava acostumada a gastar 20 euros para um bom brinquedo, no máximo 35. Pois aqui não achei um que fosse abaixo dos 90 reais. Vi um piano que custava 144 reais, uma moto com motor custa 489 reais, um caminhão de plástico por 90... Se há brinquedos mais baratos daqueles de 1.99? Há. Uma moto que compramos para ele bem fragilzinha. Brinquedos bons não existe por menos destes valores. Se o papai noel passasse por aqui (que não vai), vejamos o que ele poderia optar desta lista:

Mickey Mouse Club house

Preço: 199.90 reais
Carro Relâmpago (ou Faísca em PT)

Preço: 404.88 reais
Mini velotrol Hot Wheels
Preço: 189.90 reais
Troninho Fisher Price
Preço: 179.90 reais
Submarino aventura Imaginext 
Preço: 149.90 reais
Trem Thomas and friends
Preço: 159.90 reais


Os preços foram tirados do site:

Dois pecados doces

As minhas tentações preferidas são ultra fáceis de preparar. Isto porque além da gula, meu outro nome é preguiça. Então quando alguém resolvia jantar ou mesmo passar lá em casa, ia para a cozinha fazer mousse de maracujá. Agora o brigadeiro (ou negrinho como chamamos aqui no sul), deixava para quando víamos um filme, atirados no sofá, cada um com uma colher. Cá entre nós, orgasmo até é bom, mas só dura alguns segundos. O doce nos leva aos céus por muitooo mais tempo. semressentimentosmarido#
Receita do mousse:
2 latas de leite condensado
2 caixas de creme de leite/nata
a mesma medida de uma lata de leite condensado, encher com suco de maracujá concentrado.
Bater tudo no liquidificador por um minuto.

Receita do brigadeiro:
duas latas de leite condensado
3 colheres de sopa de achocolatado
Misturar e por em um pote plástico
vai ao microondas por 2 min, abra e mexa
mais 2 min, abra, mexa e observe para não transbordar
mais um min e e só deixar esfriar (um pouco). 

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O que eu deveria saber antes de ter um filho

É uma das coisas que reflito regularmente. Debato-me com a questão da maternidade, talvez porque me assuste quando leio certos comentários em um determinado fórum e reveja-me em alguns casos. Sei que não tenho qualquer direito de ir lá e dizer para a pessoa o que penso, mas posso e devo dizer para mim como me sinto. 
Em primeiro lugar, um filho não traz felicidade. Ou pelo menos não traz felicidade plena. Não existe um "e foram felizes para sempre" e ponto no seu conto de fadas como a por fim a todo sofrimento de uma vida, toda esta busca e esta revolta com o mundo por não termos aquilo que queremos e quando queremos. 
Um filho não nos torna melhores. Ele nos torna diferentes. O melhor é por sua conta. Depende de nós e não dele. Depende de nós resolvermos este conflito interior que é chegar do outro lado e estar surpreso que os comerciais de margarina que toda a gente falava não incluem a nós. 
Um filho ou lutar por um filho não deve ser a razão da nossa vida, pelo motivo de que a vida que começou dentro de nós, agora é do mundo e sendo do mundo, vai ter suas próprias escolhas e seguir o seu caminho em algures depois de duas décadas. E você vai morrer porque ele resolve morar na China? Vai deixar de respirar? Vai deixar seu companheiro para se mudar para perto? Não? Eu conheço gente que fez isto, não, na verdade levou o marido para viver na Itália para onde mudou-se o filho.
Um filho não salva casamento, não é nenhuma garantia de laço afetivo entre duas pessoas. Um filho não serve como desculpa para esquecer que ainda é mulher. Um filho não serve como paliativo para solidão. Muitas vezes você vai sentir-se ainda mais só mesmo tendo alguém que exige atenção 24 horas por dia. Um filho não quer dizer que se vá ter alguém para nos cuidar na velhice. E finalmente, um filho não irá despertar o amor que não se tem. 
Quem pretende ter um filho, pretende-o na maioria das vezes, mesmo pensando o contrário, por motivos egoístas. Quer ser feliz, pensa que só será depois que for mãe, acha que ter um filho a tornará uma pessoa melhor, pensa na sociedade, pensa na sua dor por não conseguir engravidar, pensa na injustiça, na inveja quando vê alguma grávida. Pensa em dar amor. Mas o amor não surge assim que se realiza um sonho. Ele precisa ser exercitado, esticado qual massa de pão, às vezes soqueado e exposto a alta temperatura. O amor não vem de graça. Não vem depois de noites mal dormidas, de cheiro à leite azedo, do corpo deformado pela gravidez, da falta de tempo para as coisas mais simples como escovar o cabelo. Um filho não traz o amor por tabela. Um filho nos faz despertar para uma realidade nova e nem sempre a que imaginamos. Mas um filho nos desconstrói e deixa-nos em uma encruzilhada. O que vamos fazer desta escolha cabe a nós. Um filho não nos faz pessoas melhores. Nós é que por termos um filho, achamos por bem mudar. E minhas filhas, custa muito, nada é mágico como vos contam. As pessoas só gostam assim de dar um "ar cor-de-rosa", faz parte da maternidade, se alguém contar como realmente foi, poucos seriam loucos para tentar. 

A democracia da praia



Há mulheres do tipo tábua de passar, sem peito nem bunda
há mulheres com muito peito e muita bunda
há mulheres com culote
há mulheres com bunda empinada e estrias
há mulheres com peito caído
e há aquelas com bunda cheia de pelancas
há mulheres de pernas torneadas e varizes
há mulheres de barriga tanquinho e coxas gorduchas
há mulheres magras e com manchas na pele
há mulheres com o quadril estreito e ombros muito largos
há mulheres que tem as pernas compridas
e há também as que são redondinhas
Na praia há de tudo...
menos mulheres perfeitas
porque deve ser difícil sair de um catálogo
e transformar-se em mulher de verdade.


Meu nome é Blonde, James Blonde


Olha ela aí toda coquete
Eu sou uma loira frustrada. Sim, a minha alma é loira, infelizmente o cabelo recusa-se a ser. Mas pronto, próxima encarnação só desço se for loirinha da silva e de quebra com uns olhos cinzentos. Agora falando de loiras que não são de farmácia, mas de salões de luxo, a Beyoncé, que diga-se de passagem é uma mulata linda de viver, não está muito favorecida com estar cor. E porque? Quem acompanha imagens da cantora vê que ela foi passando do modelo natural a chapinha, a ruivo, a castanho caju, a mexas loiras e mil e uma mexas e tinturas depois, ostenta este loiro califórnia das fotos. Acontece que este loiro é lindo, a Beyoncé idem, mas os dois juntos, não. O tom de pele mulato não combina com cabelos muito claros, fica com aquele visual plastificado daquela amiga da Barbie, sabem?  Além do que quase não conseguimos notar os traços harmoniosos de seu rosto, este é um problema (ou solução se a pessoa for feia) quando o cabelo é excessivamente loiro. Ela ficaria muito mais bonita se fizesse um dégradé com a raiz escura até as pontas mais claras. 
Assim:
Cleo Pires
E poupa no que realmente interessa (para ela): nos cabelos. 

Não é só educação que se traz de casa, a língua também

Acho que a língua é uma coisa importante para mim. É como comunicamos, é parte da cultura em que nasci e fico um pouco incomodada quando vejo casais que criam seus filhos em outro país e não se dão o mínimo de trabalho de ensinar o seu próprio idioma. Talvez não seja caso de estudarem logo quando pequenos um curso particular de português, por exemplo, mas falar em casa a língua paterna já ajuda. 
Caso nos mudemos para França, faço questão de ensinar ao Fabian. Não quero que seja mais um que quando for de visita tenhamos que "traduzir" tudo para ele. Ah, a propósito, acho ainda pior quando são os próprios pais quem se esquecem de seu idioma natal, quero dizer, uma coisa é já não lembrar se xícara é com x ou com ch, outra é já nem saber mais como raciocinar em português. 

Tá rolando aí

E a poucos dias para o fim do mundo...eu não sei se emagreço para morrer bonita ou como para morrer feliz!

domingo, 9 de dezembro de 2012

O pobre moderno

Nos sábados à noite há um quadro de humor no qual uma mãe e sua filha adolescente (Adelaide e Briti respectivamente) pedem esmola no metrô. Até aí nada demais, infelizmente ainda há muitos pedintes no Brasil. O diferencial é que no meio da ladainha de se fazer de coitada, ela abre a caixa de sapato e tira de lá um iPad para falar com o marido. E quando pede dinheiro é para futilidades tais como maquiagem ao invés de material escolar porque a filha também tem direito de ser como as outras meninas. Tem muita gente contra este quadro, mas eu confesso que até acho graça. Nunca estivemos diante deste chamado pobre emergente na tv. Lembro-me que o primeiro sinal de inclusão da classe C como é politicamente correto dizer, foi com a vulgarização de telefones celular. Hoje quem é que não tem? Os carroceiros tem, os papeleiros tem, as faxineiras, os lixeiros. Depois vieram os dvds, as tvs de tela plana e mais tarde as de plasma. Ultimamente tem sido o ar condicionado, aqui no sul faz tanto calor como frio intenso. 
A "culpa" disto é do governo Lula, dizem alguns e apesar de tema de grandes discussões, foi dele o trabalho de reerguer o país, de diminuir a miséria. Hoje há fome, sim, mas principalmente no sertão nordestino. O Brasil no geral, tem visto a ascensão do pobre moderno, onde há dinheiro para não haver fome e também há dinheiro (mesmo que seja em prestações) para aquisição de bens antes considerados de classe média. A política atual tem convergido para este fim, aumentam-se as chances de pagamento, carnês, cartões de crédito, no campo da educação com a criação de cotas nas universidades públicas para pobres, negros e índios que ano que vem chegam a 50% das vagas.  
Hoje o que o pobre busca é a igualdade de status com a classe média. E para eles, sonhar não custa. É dividido em dez vezes e a primeira parcela só vem depois do carnaval.  

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Cinco resoluções de fim de ano que nunca são cumpridas

Esta é para você que ano após ano come sete passas (que aquilo é ruim como o inferno), come um prato de lentilha, põe um real embaixo do prato e esquece-se de guardá-lo no resto do ano. É deve ter sido isto que deu azar no que já passou né fia? 
Na minha singela opinião as pessoas deviam deixar-se destas superstições e também daquelas promessas que fazem a si mesmas, talvez até já sabendo que não vão passar disto mesmo...de promessas. Agora que você já botou a calcinha vermelha para ter sexo do bom o ano inteiro, que tal ver aqui as piores resoluções de reveillon? (très chic).

Vou emagrecer
Ah vai. E começa agora depois de se empanturrar de churrasco, farofa, pudim e keep cooler. Não, deixa, depois do dia 1 eu juro que começo. Aí vem carnaval, a páscoa, dia das crianças e amiga, tá chegando o natal e...deixa lá. Não diz: faz. Um segredo para o sucesso: não conte a ninguém que quer emagrecer. Nem a você. Agora sim, respira aliviada e encolhe a barriga porque amanhã a ex dele vai te ver na net.

Vou ter mais paciência com meu(s) filho(s)
Tá bem, você sabe que isto é heróico. Ninguém que tenha filho vai te condenar se vez ou outra tenha vontade mandá-los para aquele lugar que todo mundo sabe qual. Em primeiro lugar saiba que contar até 20 é humano. Contar até 100 é o nirvana. E você vai precisar de umas quantas encarnações para isto e não um ano só. Então aceite que eventualmente se pareça mais como uma louca do que aquela mãe/dona de casa do filme de Nicole Kidman



Vou guardar dinheiro
Será possível que todos os lojistas abriram um complô contra sua carteira? São bolsas, vestidos e sapatos e assim voa até o 13º. Às vezes nem é só para você, são camisas polo para o menino, sapatos de verniz para a menina, cuecas para o marido (para ele não ficar tristinho). Uma dica: se não há um propósito concreto, a poupança fica pelo caminho. A viagem dos sonhos, o intercâmbio do filho, o curso de extensão. Os motivos tem que ser maiores que mais uma bolsa cor de acerola com azul real. 



Aprender uma língua
O mundo respira em inglês, mas tá certo que você não vai além do I love you, mas sabe pedir help quando o jaburu é mais feio do que pensava. Uma notícia para quem não aprendeu inglês ou espanhol na escola: você não vai aprender nunca mais! Muahh! Imagino a hermosa da minha professora com ar conspirador, ela já sabia. A menos que você se mude para os Estates por um ano no mínimo, não adianta cursinho de conversação que serve apenas para flertar com aquele professor gato. Ah e não fique chateada se as crianças de seis anos saibam conjugar o verbo to be. Aceite que seu inglês não vá além da música dos mamonas. Ou tente outra coisa mais fácil, quem sabe alemão?




Ser feliz
Esta é clássica. Até os homens querem. Mas surpresa das surpresas você quer ser feliz sem Prada, sem  um Versace nesse corpinho? E depois onde que a felicidade vai andar? Sacudida num ônibus, levando passada de mão dos homens das obras? Nã! A felicidade tem vergonha de sair com você. Ela detesta más companhias... é por isto que ela escolheu passar a temporada este ano no palácio de Buckingham. Viu que phyna? Mas pronto, falando sério agora se as pessoas soubessem que ser feliz 365 dias por ano só com xanax, ficariam mais aliviadas e orgulhosas ao olhar para trás e ver que são sim, na medida do possível, felizes. 
E vocês, que promessas costumam fazer no final de ano? 


Confissões de uma noveleira assumida

Estranho mesmo é olhar para as novelas e ver os atores mais moços que há vinte anos atrás. É ver as caras inchadas quase sem expressão quando a profissão que escolheram exigem-na, aliás, grita por rostos com sentimento, por movimentos credíveis, por sorrisos e beijos apaixonados. Mas não. Muitas vezes penso que os zumbis tem melhor atuação. 
Outra coisa é o fato da mocinha com mais de 30 passar direto para mãe de adolescentes, depois para mãe de filhos adultos quando atinge a idade da loba (quem vê novela sabe). E aos 50 é só a vovó da turma ou a solteirona ah e como poderia esquecer, também pode ser vilã. Raros são os exemplos em que uma mulher madura tem grande protagonismo, as exceções devem ser Fina Estampa (Lília Cabral) e Senhora do Destino (Susana Vieira). A tv não combina com rugas. Pelo menos é o que faz crer estes últimos anos de cultura noveleira. É o que tem de certa forma obrigado não só atores, como também artistas a se fantasiar de jovens com AVC. É triste, empobrece. E o problema de quem começa é mais ou menos como tatuagem: já viu alguém parar nas estrelinhas no pé?

Domingo de chuva

Ela balançava os pés sobre a poça de água que se formara com a chuva do dia anterior. Vez por outra molhava a ponta dos sapatos mary jane e a cada vez que passava-os pela poça eles ficavam brilhantes para logo após arrastarem no barro que circundava a água turva. Ficou assim por longos minutos a observar as pombas caminhando com seus pescoços para frente e para trás. Estava triste. Antes. Mas agora não sabia o que sentia e se sentia. Mas sentia sim, um vazio. Tudo dentro dela parecia branco. Um oco. Um eco. Poderia ouvir-se a gritar por dentro se houvesse voz. Mas não havia. Então pensou que talvez sentisse saudade de si. Queria visitar-se e não sabia como. Havia muito tempo que não se via, que não se falava. Talvez já nem lembrasse mais o seu endereço. 
Mais pombas voavam e voltavam. Algumas eram corridas pelas maiores quando encontravam comida. A inveja, a cobiça, também existem na natureza, não é privilégio nosso. Nós apenas damos nomes. Complicamos. Escondemos, enquanto deveríamos aceitar que em algum momento seremos o vilão da história dos outros. 
 As pombas bicavam-se por miolos de pão. Algumas pessoas fazem o mesmo por dinheiro e atenção. E enquanto todo mundo fingia que isto tudo é pecado, ela concordou em perdoar sua ausência para ser feliz. Ela vestiu-se da cabeça aos pés, preenchendo-se do vazio. E enquanto todos teimavam em ser uns para os outros, ela foi embora pensando que não havia nada mais triste do que alguém abandonado por si mesmo. E agora não sentia-se triste. Não sentia saudade. Mas sentia. Sentia-se



Acontecenavidareal#

O Fabian e o pai foram no mercadinho da esquina comprar tomate. Chegando lá entra e diz para a moça do caixa: Tomati.
A dona do lugar que sempre derrete-se quando ele vai lá diz para o marido:
- Ele é teu filho?
- Sim...apesar de parecer mais meu neto. Mas já estou acostumado.
- Não...não é por isto. É que ele é tão bonitinho!
O marido com sorriso amarelo:
- É que puxou a mãe.


Ps: hahahah o que eu to incomodando ele até agora por causa do "bonitinho"!

Mais ou menos isto lol!


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Conceito de beleza aos dois anos

Isto aconteceu há muitas semanas atrás, enquanto nos debatíamos com a escolha do pedreiro em ser "natureba" e não usar desodorante nunca, mesmo nunca.
Ao ver que o dito resolve por um milagre tomar banho e lhe aparece com os cabelos domados cacheados e limpos, o Fabian exclama com alegria:
- Olhaaa, tá munito hã?!

Ontem o marido tentou lhe arrumar o cabelo desgranhado e úmido do banho recente e ele:
- Dêxa! To munito.
Pois então tá, para o Fabian feiúra se dilui com água. Tenho dito.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Aqui em casa

É assim:
Eu - cuido da roupa (ponho para lavar/estendo/recolho/dobro e guardo), limpo a casa (faxina e dia-a-dia, arrumar camas/lavar louça/varrer/passar pano no chão), troco fraldas, dou comida.
Ele - faz meu café e mamadeira de manhã, dá banho no Fabian, faz a comida, fica a cuidar do filhote para a mamãe correr na praia, vai ao mercado, tira o lixo, prepara o lanche, atende o Fabian na maioria das vezes à noite.
Não poderia ser diferente...aquela história de que a mulher faz tudo e o homem fica lá sentadinho no sofá no "só venha a nós" não me convence. Se é para ser assim, preferia nem casar e ficar só com a parte boa! heheh


O lado bom

Se há uma coisa boa no desemprego do marido, é a possibilidade que temos de estar juntos 24 horas por dia. Não é que eu não queira que a nossa vida se encaminhe (ainda esperamos a resposta da última entrevista), é o que mais desejo, mas seria uma besta se não admitisse que a sua presença me faz bem.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Coisa de criança

O Fabian acorda de manhã e grita: olha, olha o papai iel!!
E o marido: Não Fabian...é só a mamãe com a camiseta vermelha do papai.
Putz...acordar sendo confundida com um senhor gordo não é lá uma boa maneira para começar o dia lol.

O filtro

Dei por mim a pensar uma coisa óbvia, é certo, mas que eu até então não tinha reparado. As pessoas filtram aquilo que leem/escutam/veem de acordo com o seu próprio estado emocional no momento. Quando publiquei aquele texto sobre a convivência virtual, recebi um comentário de um familiar a perguntar o porquê de tanta amargura. E eu pensei WTF?! Amarga eu? Muitas vezes. Mas não tenho qualquer receio em admitir minha amargura, minha raiva quando a sinto, mas não, não estava amargurada quando escrevi e sequer tinha em minha mente qualquer figura particular quando o fiz. Aí fiquei martelando que tantas, mas tantas vezes mal interpretei a mensagem de pessoas e por consequência também fui mal interpretada e quantos imensos mal entendidos surgiram de falha nos nossos descodificadores internos. Quando alguém fala qualquer comentário e pega-nos em um dia não, ou quando nos sentimos fragilizadas por um assunto em particular e temos de engolir em seco algo que para nós pareceu-nos agressão gratuita, mas que para o locutor nada mais foi do que uma simples observação, muitas das vezes sequer dirigida a nós. E pergunto-me porque? Porque?? Meu coração acelera a ponto de quase saltar para soquear a criatura, minhas mãos tremem e suam e eu fico com aquele sorriso amarelo, sem reação. 
Querem um exemplo: vou lhes dar. Eu sentia-me encurralada quando morava em Portugal. Sentia-me muitas vezes em pânico, com medo que qualquer um fosse me agredir na rua por ser brasileira. E que por um desastre natural chovessem-me impropérios, esteriótipos de todo o jeito, pelo simples fato de eu não pertencer ali. É verdade que testemunhei algumas coisas que me deixaram magoada e que mesmo eu já fui alvo de preconceito, mas era pela minha diferença de idade com o marido. De qualquer forma, se fosse eu uma pessoa segura de mim, provavelmente não tivesse este ressabiamento com relação aos portugueses. E se fosse eu uma pessoa despida de preconceitos, provavelmente não temeria o preconceito dos outros. Antes acharia pequeno demais para preocupar-me. O problema é  que tememos, nos irritamos, agredimos, e tudo isto porque a chave de ignição não está no que o outro disse, mas no que carregamos no momento que foi dito. É por isto que a convivência com outro ser humano nos faz olhar para dentro. É um chamado a auto-análise.
 Porque me ferve as veias quando alguém comenta qualquer coisa menos boa sobre brasileiro? Porque me ferve as veias se escuto que não existe nada melhor no mundo do que ser mãe? Ou porque alguém faz um comentário que o vestido da filha está com os botões estourando como o meu que também está por estar gorda demais e não ter quase roupa que me servisse? (esta ouvi num Natal quando tinha ganho o Fabian 4 meses antes). As pessoas que dizem uma coisa não querem necessariamente me ferir. Podem ser comentários infelizes, podem ser apenas o modo delas de verem as coisas, pode ser apenas fortuito para "fazer conversa". Não estou no centro do mundo. Este deveria ser um mantra universal. Sente e repita comigo dez vezes: não sou o centro do mundo...não...
De vez em quando é bom limpar o filtro. Deixar o ego sair de cena, dar umas férias para o botão coitadinho de mim#. Não é fácil, mas assim quem sabe podemos chegar às mensagens que realmente importam. Aquelas vindas de dentro de nós.

Esta tal liberdade

Fico puta quando ouço/leio alguém dizer que não se tem hoje em dia liberdade de expressão. Isto provavelmente porque a pessoa em causa nem sabe sequer o que é não ter liberdade de expressão. Não digo que não haja lugares em que isto não aconteça: há. Mas no Brasil...please! Parem com esta teoria de conspiração. O Lula não é o velho do saco que está aí a caçar criancinhas e nem há um aplicativo de escuta na internet (talvez nos EUA haja... pshhhhiu...). 
O que as pessoas não entendem é que há liberdade de expressão, mas com ela vem uma coisa chamada consequência, boa ou má. Então quem fala o que quer, pode eventualmente escutar o que não quer. Ah, mas daí se todos aplaudem há liberdade e se não aplaudem deixa de haver? Como? 
Cresçam, bolas. Ninguém  nem eu, ainda bem, sei o que é falar mal do governo ou coisa que o valha e amanhã acordar com a boca cheia de formiga. Ninguém sabe mais o que é ter medo de cantar determinada música, de ler um livro às escondidas com medo de ser pego, ter um familiar ou amigo que sumiu e nunca mais se sabe da criatura. Gente, isto é não ter liberdade!! E muito se lutou para hoje virem cagalhões falar merdas em tudo que é lugar. E ainda bem que assim seja. Só não me digam que não há liberdade porque quem põe o cu à mostra (como diria meu educado avô) tá sujeito a qualquer coisa, de qualquer tamanho...