quinta-feira, 12 de maio de 2016

A moral ja nem é de cueca, é pelado mesmo

Collor (impedido em 92 e hoje senador) dando lição de moral e fazendo-se de vitima.
"Jamais o Brasil passou por uma confluência tão clara por crises na politica e na moralidade".
Gente, o C-o-l-l-o-r dando lição de moral, vou repetir porque é tão surreal que não consigo levar à sério. Ainda por cima envolvido na lava jato com propinas que rondam quase 30 milhões de reais! 


Chora, não vou ligar...





Quando conversamos pela primeira vez sobre o impeachement, disse ao marido o que eu achava que ia acontecer. Ele, cheio de dar de ombros, ria, nã, isto não vai passar na câmara. Pois e lhe disse oh, sabe o que mais? Ai que vai foder tudo, ela sai, Temer assume, entrega o pré sal aos americanos, passam uma caralhada de leis a favor dos grandes empresários (que são quem financia aquela porra toda), inflação aumenta, desemprego também. Corta-se ainda mais em saúde e educação. Cambada evangélica pira em leis contra o aborto, contra o direito dos gays,  falar em demônio e em deus no plenário será corriqueiro. E a coxinhada feliz porque a corrupção já não incomoda tanto assim e veja bem, toda essa merda ainda é culpa do pt mesmo que se passe vinte anos. 
E o mais triste é que não precisa ser mãe Dina para adivinhar o futuro, basta um pouquinho de testa: a maquina estatal sempre tão incompetente, demonstrando nestes últimos dias tanta pressa e eficiência, como podemos ser trouxas em acreditar que é para o bem do povo? 
Dizem que até foguetes soltaram quando saiu a decisão do senado. PMDB espalhando no facebook  a cara botocada de Temer com a mão no queixo  (segurando para não rir?): "Falta pouco para unir o Brasil e fazer um governo sem rancor e sem ódio".  Não estou conseguindo lidar com tanta cara de pau, com tanta burrice junta. Mas é apenas questão de tempo para chorarem as pitangas de um governo liberaloide que esta se fodendo para o povo. E eu? Vou festejar, já diria Beth Carvalho em uma composição para sambar na cara da direita, desta vez, uma direita tosca, pobre, que vai descobrir tarde demais que foi barrada em sua própria festa. 

terça-feira, 3 de maio de 2016

Eu podia 'ta' robandu, eu podia ta matandu', mas eu to aqui pedindo sua atenção no instagram

"Me segue que eu sigo de volta", likes ou corações em fotos minhas vindos sei la de onde, seguidores que "aparecem" do nada, "troco elogios em fotos". Que que é isso minha gente? Trocar elogios? Ja não basta os falsos que a gente ja recebe nas redes sociais?
Ai ai estes mendigos de atenção...

Pirulito que bate bate (aqui a versão é outra)







Janela que bate bate
janela que já bateu
quem bate agora é ela
quem bateu antes fui eu.



Eu achava feia as persianas da casa de trás. Não sei porque, mas acho que não combinam com casa e sim com apartamento. Agora, depois de passar o dia para cima e para baixo fechando o trinco das janelas, acho que eles tão é certos. Que beleza que nada, com esta ventania doida, é o de menos.

Assim não tem como te defender

Uma  pessoa* é assalariada, é classe média (baixa). Uma pessoa se preocupa com a quantidade de imposto que pagam os coitadinhos dos empresários. Uma pessoa quer o 'estado mínimo' e o fim da carteira de trabalho. Uma pessoa acredita que desta forma o patrão ira repassar o dinheiro que seria gasto com encargos sociais para o seu salário. Uma pessoa tinha que ser otària assim la no inferno. Não há limites para a burrice, realmente...




*saudades Game of Thrones 

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Uma dùvida

Será que o vizinho está esperando fazer 30 graus para aposentar a lareira? Gostaria de que as minhas roupas cheirassem a amaciante e não fumaça. Obrigada.

Momento dã

Fazia mais de um ano que eu não tinha relógio de pulso. Foi daquelas coisas que tá, vai se levando com a barriga, é caro, fica para o outro mês e para o outro. Ontem chegou pelo correio o que eu havia "namorado" na amazon. Agora ando assim: que horas são meu deus, ando como uma barata tonta, chego a subir ou descer para a sala para ver as horas na box da tv ou ando à cata do celular até notar (às vezes tarde demais) que trago a resposta comigo. Ja não vou mais rir do marido quando procurar pelos óculos que traz na cara. Mentira, vou rir sim.

Agora não tem desculpa

é o que dizem os vídeos das mamães fitness. A proposta é fazer exercícios envolvendo as crianças: então é abdominal pra ca, criancinha correndo em volta, prancha com a criancinha passando por baixo, triceps com a cadeira atrás e a criancinha no colo. Bah, não. Sinto muito, mas estes vídeos ao invés de inspiradores me agoniam. Se eu tenho de fazer exercício pensando que posso machucar meu filho ou me machucar, prefiro não fazer. No meu caso, quando estou com fones pedalando na elíptica, prefiro não pensar se o Fabian está escalando o portão da rua ou no lado de fora da grade da escada com um vão de quase dois metros de altura abaixo dos pés (coisas que ele fez esta semana). Acho melhor me exercitar quando o Fernando estiver em casa ou agora quando ele voltar às aulas, de manhã antes que a preguiça chegue. Não consigo conceber um momento que é para mim como tomar banho ou escovar os dentes, não ter o mínimo de tranquilidade ou descontração.

Stress pós-traumatico

No caixa do supermercado, um bebê chora no carrinho. A mulher com que ele estava, à volta de uns quarenta anos, enfiou nervosamente as notas do troco na carteira, a moeda ficou pelo caminho. As suas mãos estavam tão atrapalhadas e apressadas que levou mais tempo do que se fizesse com calma. Enquanto isto, o Fabian repousava o queixo sobre o tapete das compras, quieto, apesar de eu ter lhe negado minutos antes meia dúzia de coisas. Sempre que presencio este tipo de cenas sinto um desconforto la no fundo. Ainda não esqueci o inferno que foram os primeiros anos e não consigo achar 'graça' em bebês e crianças pequenas. Olhei para aquela mulher e quase pude sentir o seu cansaço, mas tão logo a notei, mais rápido ainda  desapareceu porta à fora, levando o bebê que chorava. A senhora do caixa elogiou o Fabian, como era bonito e grande, coisa e tal, agradeci sorrindo, mas na minha cabeça ainda pairava aquele choro, aquele choro parece que nunca pára aqui dentro.

sábado, 23 de abril de 2016

Hipocrisia, a rainha absoluta

Um escritor que sigo, conhecido por seu humor acido fez um post sobre os casamentos com grande diferença de idade de uma forma que foi além do arrogante. Considerando-se como um juiz desbocado no quesito "relacionamento", decretou que não haveria e nem nunca  poderia haver amor em casos deste tipo. Eu até reconheço que na maioria das vezes os exemplos de homens velhos de contas recheadas com moças exuberantes, quase sempre cheira a interesse. Mas quem sou eu, alias, logo eu né, para afirmar assim com tanta certeza que ali não há nem nunca haverá amor? 
Que ele escreveu o que muita gente pensa? Verdade. No entanto, esqueceu-se o dono de sauna, ex-dono de puteiro, o que tem seis filhos cada um de um relacionamento, ou melhor, co-relacionamento, bigamia, vá, onde é que ele encaixa o "amor" entre uma foda e outra. Não é por nada mesmo, é que não sei o que fazer com o meu casamento de quase dez anos (com um cara sem grana), se não é amor, segundo o digníssimo escritor, é o que então? 

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Trilha mais que atual



Alento saber que mesmo depois ler de tanta merda (inclusive de parentes), há uma luz no fim do tunel: ex colegas de historia <3

Luto ou luta?

Olho para o meu filho, um português filho de brasileiros, sendo criado na França. Uma das coisas que mais gosta de dizer é que é 'brasileiro', todas as vezes que joga futebol com o pai, ou todas as vezes que perguntamos: Fabian, o que tu és? "Sou brasileiro" vem naturalmente. Agradeço ao fato de hoje ele em casa, de férias, não fazer a mínima idéia do que está acontecendo com o seu país de eleição.
Poderia usar palavrinhas panos quentes para dizer que estou triste, não, estou puta, estou revoltada. Revoltada com um bando de salafrários com ficha suja que se põem como bastiões da moralidade para tirar uma presidente cujo nome não consta em qualquer acusação, somente com base em pedaladas fiscais que não é considerado crime nem aqui nem no Brasil, sendo amplamente usadas por praticamente TODOS os governantes.
Estou revoltada com estas pessoas que de repente resolveram brincar de política. São imbecis que acreditam que depois da Dilma, vão tirar o Temer, depois o Cunha, depois tiram os deputados todos assim como quem derrota adversários de vídeo game. Será que bebem? Será que é de nascença? A estupidez é de graça e hoje é motivo de orgulho. Acham por acaso que a canalhada vai sair de livre e espontânea vontade só porque ( deixa eu imaginar aqui com muito esforço o pessoal de verde e amarelo, o #vemprarua e o #movimentobrasillivre nas ruas depois que o PT sair) um bando de gente desarticulada quer o fim da corrupção? O fim da c.o.r.r.u.p.ç.ã.o articulado por corruptos, o fim da corrupção por quem votou no Aécio Neves citado mais de cinco vezes na operação lava jato e com processos arquivados sobre desvio de verbas, aquele com o aeroporto nas terras do tio, o do helicóptero com pasta de coca (estes últimos de conhecimento público ANTES das eleições)? Acham mesmo que podem ser levados à sério?
Enquanto tem orgasmos pelo que bradam ser o fim do PT, já teve gostinho do porquê foi lhes dado este espetáculo: a lei de terceirização geral aprovada rapidamente e ainda há mais para vir, muito mais. Quem tá rindo litros são os grandes empresários, que estão tendo agora o retorno de seus investimentos com juros e correção monetária e o idiota tá lá pensando que tá abafando, que a voz das ruas foi finalmente ouvida.
Solução? Guerra civil, Revolução Brasileira, liberdade, igualdade e fraternidade. Rolar cabeças, família Marinho, família Neves, Guerdau, etc. Revolução não se faz pedindo com licença, obrigado. Até então a massa mesmo, os pobres, continua espectadora, nem a esquerda nem a direita conseguiu seduzí-los. Vai ver estão acostumados a estar sempre à margem, acham que ali é seu lugar. 
Às vezes a raiva é tanta que eu acho bom que eles consigam tudo o que querem, porque aí sim vão ver o que é crise de verdade, como disse o meu marido, eles não sabem ou se esquecem o que era receber por semana porque no fim do mês o dinheiro já não valia nada. Querem Bolsonaro presidente? Tomem (no cu depois e sem vaselina). Só realmente fico com pena de algumas pessoas que não merecem passar por isto. Vai ser o "eu avisei" mais doído de todos, é isto que eu sei.

Em tempo, alguém que deseja que Bolsonaro seja presidente, o cara que além de toda a sua escrotidão, dedicou seu voto ao torturador de Dilma na ditadura, não espere que meu respeito vá além de não desejar a sua morte ( que não desejo nem a do meu pior inimigo). Como eu disse, ser chamado de imbecil é elogio para esta gente.

Monsieur Mistral



Tenho certeza que tudo seria melhor se eu soubesse brincar de Pollyanna, mas como disse Clarice Falcão, não seria eu...
Queria dizer primeiramente que a casa é muito boa, três andares vão garantir umas pernas oh la la, ainda mais quando estou no quarto e lembro que deixei roupa na máquina. Mas sério, ter pátio é tão bommm! Não me preocupar com os vizinhos de cima que estão dormindo à tarde e que os pulos do Fabian vai acorda-los, é um alento. O Yoshi anda como pinto no lixo, e volta como um porco com as barbas cheias de folhinhas e as patas molhadas pelas lajotas. Descanse em paz dona neura, ninguém disse que era  fácil. 
De todas as coisas que seriam diferentes do que eu imaginava e, que me custariam algum tempo para me adaptar, não pensei nele. Ele me bagunça os cabelos e dança com eles para um lado e para o outro, tanto que quando entro novamente estou como a Marge Simpson. Estender roupa é tarefa hercúlea, digna de desafio de talkshow. Quem irà estender toda a roupa no varal em dois minutos? Valendo! Ahhh caiu...caiu... E as camisas ganham vida própria, se balançam ao som de Macarena e caem exaustas na grama. Depois rolam. As mantas e lençóis se enrolam sobre si mesmos como bichos desesperados para se verem livres, até soltarem-se dos prendedores e caírem também. O vento parece  assobiar Let it go. E rir. 
Cheguei a conferir no google a quantos km ia ele, pensei ser mais a de cem, pois a impressão é de que vivo um tornado a cada dia, mas não, apesar de parecer mais robusto, Monsieur Mistral é como o nosso Minuano, la do Sul. "Sempre que me acontece alguma coisa importante, está ventando". Ana Terra nunca diria isto a menos que sua vida fosse como daquelas bloggers famosas, pois segundo já ouvi dizer, aqui venta 300 dias por ano...

Lindo dia para um passeio. Seria uma pena se o vento pensasse o mesmo.

sábado, 26 de março de 2016

Pergunta de gringo

Então, mas vocês no Brasil vão para as escolas de samba pra aprenderem a sambar ou é uma disciplina na própria escola regular?



Fiquei me imaginando de salto 20, com uma calcinha de strass atochada na bunda, entre as aulas de matemática e geografia. Quem tropeçar ficava de recuperação. Sério, eu pensava que o povo era mais culto, enfim...

terça-feira, 22 de março de 2016

No mundo da Ticolândia

Fabian muito preocupado indaga ao pai:

- PAI! Tu sabia que a mãe não tem tico?

 ***


Certo dia se vira para mim:

- Mãe, eu já sei onde tá o teu tico: tá escondido atrás da tua bunda!


***

Hoje:
- Mãe, como tu faz pra fazer xixi sem tico?
- Sento no vaso.
- Não mãe, mas como é que sai xixi se tu NÃO tem tico??

***

- Fabian pára com essa coisa de ficar de tico duro na sala! Já viu o teu pai assim na sala? Não né?
Suspira para mim e fala com voz de "Dãã", sorvete na testa:
- Mãããe... o tico do pai é grande, ele não fica duro...

Ahhh Nosso Senhor do Tico me tira deste filme!!


Até tu Yoshi?

Tarefa ingrata para uma pessoa com transtorno obsessivo-compulsivo: dar banho, secar e pentear o cachorro com toda paciência do mundo, passar a mão dividindo o pêlo no mínimo quatro vezes. Soltar o cachorro. O cachorro se sacode, se esfrega no sofá, nos pés da cama e volta uma daquelas bolas de feno que rolam em filme de faroeste. Volto a pentear e passar as mãos. Cachorro volta a se sacudir. Eu volto a passar apenas as mãos. Estamos nisto a meia hora já.


Para quem não conhece, esta é a figurinha que quase me enlouquece.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Claramente eu



Agora vai, vai que vai dar tudo certo!


                                       Resumo da minha vida de 2012 até hoje hahaha!

Moda fit

Tenho notado a quantidade de vídeos de gente fazendo coisas perigosas para aparecer ficar magro, e hoje magro não seria bem a palavra, mas com baixo percentual de gordura. São aquelas pessoas que tem orgulho em mostrar as veias pulsando descaradamente, transformando seu corpo nas árvores do filme "Guerra dos Mundos", brrrr... 
Uma jovem ficou paraplégica por cair de uma barra enquanto fazia abdominais invertido, um cara morreu por não aguentar o peso no supino, fora lesões na coluna por exercícios mal feitos ou  joelhos que se estouram por conta do excesso de "quilometragem".
Parece que o outro lado de ser fit é colecionar algum tipo de lesão, simplesmente porque o que esta em jogo é apenas o ego ao não escutarem os limites do corpo. Este lema de No pain, no gain nem sempre quer dizer otimos resultados, às vezes pode significar apenas meses de fisioterapia para poder fazer  movimentos que antes eram tão simples como andar. 
Ainda não estou satisfeita com meu corpo, mas não é por isto que vou colocar minha saúde em risco. Aqui tem uma coisa engraçada, existe tanta regulamentação das mais variadas profissões e estabelecimentos, mas na área da atividade física há um limbo total. Pelas academias que frequentei e pelo que tenho lido, é comum não haver qualquer fiscalização por parte de um profissional nas salas de ginástica. Então temos os alunos entregues ao próprio bom senso (se o tiverem). O resultado aborrece até a mim, que apesar de não ser formada, vejo cada coisa de arrepiar os cabelos. Depois de tantos anos de musculação, se torna óbvio saber as posições seguras para utilizar nas maquinas e exercícios, mas há gente que faz tudo errado e pior: tudo errado com muito peso. Fico sempre na duvida se devo alertar, mas na maioria das vezes não falo nada com medo de ser mal interpretada. 
Nesta academia que eu frequento, nem pagando a mais posso ter um treino feito sob medida. Tenho optado por relembrar alguns dos que me foram passados nestes anos e agora estou em uma mistura de cardio com exercícios funcionais que tirei do youtube. Tenho o cuidado de só pegar dicas de professores verdadeiros, como o personal dos famosos Mario Black, não destas criaturas de fit-realityshow. Não tenho pressa em virar uma idosa num corpo de 31, eu hein. Povo maluco.


sábado, 19 de março de 2016

Alice

Tenho sonhado com a decoração da nossa futura casa e me deparei com um site (Etsy) de pessoas que fazem artesanatos e vendem ali, uma espécie de amazon mais exclusivo. Pela primeira vez me ponho a pensar em juntar este desejo de personalizar o nosso lar com a paixão pela Alice no pais das maravilhas. A ideia não é transforma-lo em uma atração da Disney, mas ver uma coisa ou outra para alegrar os olhos. Gosto muito da almofada, acho que esta vai parar no meu sofá.





 

A velha história de pôr paninhos quentes (aqui não funciona)

Tenho alguns amigos portugueses no facebook tremendamente preocupados com a situação do Brasil, estão tão preocupados (ops, esqueci as aspas de novo) que esquecem que proporcionalmente o seu país não deve menos em falando de corrupção à sua ex-colônia. Ora vejamos, falando honestamente, há gente que se compraz com isto e não esconde, mas o interessante é que em nenhum momento tive amigos brasileiros a darem uma atenção que seja ao que se passa do outro lado do Atlântico, e a crise ainda está pesada por lá que eu sei. Fica a impressão de que hoje os portugueses (talvez alguns, vá) vivem muito mais em função de nós do que nós deles, seja através de novelas, músicas, ou de notícias de escândalos políticos. A história não cansa de nos lembrar que o mundo dá voltas...e desta vez sou eu quem fico feliz com a ironia de tudo isto.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Eu gostaria de ser de direita

Gostaria de ser como 90% das pessoas que conheço. Queria acreditar que o problema do Brasil é de um só partido, que uma rede poderosa de TV sabe o que é melhor para mim assim como soube em 64. Queria acreditar que se hoje estou onde estou é porque mereço, não porque fui privilegiada desde o momento em que nasci. Que o problema da violência é falta de cadeia, que os pobres são pobres porque são vagabundos que não se esforçam o suficiente e queria repetir que "não se deve dar o peixe, tem que ensinar a pescar" cada vez que falarem em politicas sociais. Queria deitar a cabeça no travesseiro com a consciência tranquila de que estou do lado dos bons, mesmo que tenha xingado virtualmente e vibrado com a multidão histérica que agride qualquer um que tenha uma camiseta vermelha ou tenha cara de comunista. Queria também tirar a carta mágica que acaba com qualquer discussão: vai para Cuba! Terminando com as hashtags #forapt e #foradilma que ficam sempre bem. Queria torcer pelo  impeachment da presidente acreditando estar lutando contra a corrupção, ainda  que 1/4 da comissão que irá julgá-la responda a  acusações criminais no supremo tribunal federal. Queria ser de direita como a maioria das pessoas que conheço. Dizem que os idiotas são mais felizes, mas o problema é meu. Eu é que tenho uma certa queda para a melancolia, não sei lidar com o ódio disfarçado de justiceiro, tenho a mania de pensar, ler e contextualizar demais. E por isto não consigo me "endireitar", não adianta, até a genética está contra mim: sou canhota, de esquerda desde pequenininha. E no fundo digo que "ainda bem" que assim é.

segunda-feira, 14 de março de 2016

So hard to stay, too hard to leave it...

Há dias vivendo em um clip do Nickelback, começo a cair em mim de que é preciso abandonar mais uma vez a segurança de um lugar que já fiz meu. Perambulo observando as calçadas, o detalhe dos muros, a expressão das pessoas, como se pudesse com muito esforço captar uma fotografia da cidade. Dói-me deixar o mar e a maresia que me invade perto da marina quando levo o Fabian na pracinha. O sol se esparramando sobre a água esverdeada e serena, o grito das gaivotas confundindo-se ao das crianças. Como eu disse quando cheguei, sempre imagino ser para sempre, penso nos amigos de infância que o Fabian fará e nas nossas mãos entrelaçando-se tortas por aí. Faço uma novela, vivo nos quatro minutos de música de um rock mela-cueca. Isto me dá segurança, mas não é real. Quantas foram as amizades de toda uma vida que o Fabian não viveu e quantas sombras de nós dois desapareceram em ruas anônimas, sem deixar rastro?
A mudança sempre implica uma morte para dar lugar ao novo. Por enquanto vivo neste limbo que não é coisa nenhuma, só um sentimento vago que não sei explicar direito, um vazio que ainda está cheio, a falta de uma coisa que não se foi (ainda).


sexta-feira, 11 de março de 2016

Não sei deixar para a ultima hora

Brinco que sou tão preguiçosa, mas tão preguiçosa que resolvo as coisas logo que é para ter mais tempo livre para fazer vários nadas. A ultima vez que tive paciência para algo, fiquei 9 meses de molho, então a mudança que é para o fim do mês, esta praticamente pronta. A vida se encontra  novamente encaixotada  para a próxima etapa. Hiper faxina feita, faltando apenas guardar as poucas coisas que deixei para usarmos até la, agora é que o tempo se arrasta, nunca mais chega abril para por tudo em seu lugar . Podia mesmo era dormir e acordar com o trabalho pronto, ou contratar uns chineses (vi um video de uma empresa de mudança chinesa em que até os bibelôs eram postos novamente como estavam na casa anterior: um luxo!). 
Resta-me apenas riscar os dias que nos separam no meu calendário mental, que é como eu, não deixa nada para a ultima hora, principalmente saudade.

Coisas estranhas

A pessoa usou drogas, a pessoa engravidou cedo,  a pessoa mesmo assim acha-se no direito de apontar o dedo, a pessoa vem descontar toda a sua raiva e xingar virtualmente quem não tem nada a ver com as suas péssimas escolhas. Cresça menina, vai respingar o ódio que sente de você mesma em outro lugar.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Ouvi um amém?

                                   E livrai-nos das sobrancelhas definitivas...amém.
(tanto os modelos asas de águia como os Ronald McDonald) Obrigada.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Eu e o peso

Eu quando volto a caber em uma calça hahaha!




Estou prestes a completar um ano que resolvi perder peso (de novo) e já se foram 18 quilos, ufaaa! Não foi fácil, o tempo passou muito devagar...me arrastei para a academia vezes sem conta, vi o peso estagnar por semanas, meses, e mesmo tendo colocado o balão, não foi nem de longe magica. Quando estava morando no Brasil postei no blog um antes e depois com o mesmo vestido (é, eu amo muito ele!!), mas nesta montagem eu já tinha emagrecido pelo menos uns 6 quilos e não tenho quase nenhuma foto de quando comecei a "dieta", percebe-se bem o porquê.
Estou feliz, mas ainda falta perder um pouco mais, quero ficar com 60. Fico horas experimentando roupas que não passavam nem nos joelhos e imaginando como vão ficar depois de voltar ao meu corpo pré maternidade. Saber as vezes que olhei as peças cuidadosamente penduradas como se fosse em uma loja (o dono do apê tem centenas de cabides para saias/vestidos/calças) sem nenhuma esperança de voltar a vestir...guardei por teimosia mesmo, e hoje já servir em 70% do guarda roupa, nossa, eu to me achando, to me querendo, to tudo de bom! Não tem nada melhor do que a gente sentir-se bem na própria pele!


Hoje - 67 kgs





quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Pronto

As mães-neuróticas-sadomasoquistas do face denunciaram em massa o perfil daquela moça e o derrubaram. Cada vez me convenço mais o quanto esta gente é doente e precisa de tratamento. Tenho pena dos filhos que dizem amar...

Update filmografico

Exposed


Ta bem que o meu queridinho andou fazendo uns filmes merda como o "Bata antes de entrar", mas acontece. Este começou na mesma onda non sense e eu quase achei que iriam apelar para os ETs (temos uma teoria em que quando o cara não sabe como terminar o filme, enfia logo uma nave espacial e está feito).  A parte boa: é metade falado em espanhol. Se o filme não partir do pressuposto que 7 bilhões de pessoas falam inglês já ganha pontos. Mas é fraco, não vou negar. Valeu a pena ver o Keanu repetindo varias vezes o "meu" nome, algumas inclusive bem safadinho. Uuuui...


O quarto de Jack


Resolvi dar uma chance, pois a sinopse não tinha me agradado. Pensei se tratar daqueles filmes melosos, mas tive uma bela surpresa. Incrivelmente realista, até mesmo na forma como o menino-narrador coloca suas impressões sobre a vida, na relação exaustiva entre mãe e filho, nas birras de ambos, na angustia e nos momentos "leves". Recomendo!


O regresso


O Léo esta medonho de feio, barbudo e com os cabelos tão oleosos que dão bem para fritar um quilo de batatas, mas eu adorei o personagem e vibrei a cada momento de sua vingança. As tantas era eu mesma que queria esganar o vilão!
Assisti em uma tarde muito fria, o que fez mais efeito do que se estivesse em uma sessão 3d. Já ouvi dizer que o filme é longo, eu  não achei...mas talvez seja porque fui vendo por partes. De qualquer forma, mesmo tendo como lema "a vingança é um prato que se come frio" e bota frio nisso, achei encantador as cenas de pai e filho, e mais uma vez, vários diálogos no dialeto dos Pawnee fecharam a veracidade da coisa. Teve até um pouco de francês para animar. Tenho notado que há cada vez mais filmes priorizando a língua original dos personagens e eu acho isto lindo demais. Será que os norte americanos perderam a preguiça de ler legendas?  Fica a duvida.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Se a minha mãe tivesse dito

Às vezes eu sinto como se estivesse contando coisas surreais, inventadas pela minha cabeça, de um país imaginário: o país em que nasci. Quando ela me olhou aqui em casa, sentada à mesa, e perguntou porque  não queria mais filhos, eu pensei em mentir. Mentir nunca foi o meu forte, embora o silêncio sim. As palavras foram saindo sem concordância verbal ou boa entonação, mas eu contei o que representava ser mãe na minha cultura. Ela ouvia tudo com admiração, como uma criança que escuta um conto de fadas. Passado já dois anos e meio aqui, consigo ter clareza o suficiente para ver o quanto é doentio a maternidade para nós. Esta anulação absurda, este campeonato de sadomasoquismo para ver quem é que sofre mais e, obviamente, quem sofre mais tem lugar garantido no pódio das mães-perfeitas e ganha de prêmio o seu chicotinho dourado. 
Se a professora entendesse português e tivesse paciência para ler os comentários de ódio dirigidos às mães que não vão em cantigas e falam "mermo" o que pensam, oh la la. Estreito é o caminho da verdade universal sobre ser mãe e se pisamos um pouquinho fora dos dogmas... 
Isto surgiu por causa do tal "desafio" do facebook de colocar fotos que mostrem o quanto gostam de ser mãe. Ora, que desafio tem em uma coisa que fazem a toda hora? Em meio a isto, uma moça ainda dando os primeiros passos na maternidade, abriu o jogo sem dó, e é claro que choveram xingamentos, os quais eu mesma já estou acostumada. Eles nunca mudam. Vejamos:
- Se detesta ser mãe então porque teve filho? 
Hummm, ovo ou a galinha? Como é que alguém pode gostar ou não sem antes passar por isto? Não é uma semana com filhos de amigos ou sobrinhos que vai dar para saber.
- Mas ser mãe é uma coisa sagrada, filhos são bênçãos do senhor!!!11
Taí uma coisa que me deixou aliviada, segundo a professora, este tipo de idéia obsessiva com a maternidade aqui só floresce nos núcleos de famílias extremamente religiosas. O que graças a Deus (hahaha) são cada vez menos representativas face à mulher francesa.
- Na hora de revirar os olhinhos não pensou né? Somamos aos que já vão para a praga direto com "agora aguenta, bem feito!". 
Esses são para mim os mais contraditórios e os que fazem toda a argamassa cuidadosamente passada para exaltar a maternidade cair por terra. Quer dizer que filhos não são mais tão bons assim? Agora eles são jogados nestas mulheres como se pedras se tratassem, como a punição pelo pecado de sentirem tesão (o que às vezes nem é o caso) durante o coito. Quer moleza? Queria uma boneca? E acharem que somos egoistas e mimadas porque queremos existir? Que vontade de sentar com essa jovem e conversar (os comentários estão abertos apenas para amigos de amigos) que tudo bem se sentir cansada, acabada, triste. Ainda tem muito pela frente e ela precisa se fortalecer, ainda bem que pelo menos há algumas boas amigas com ela. 
- Pensa se a tua mãe tivesse escrito isto, que lixo tu te sentirias.
Era justamente  o assunto do post, porém não consigo ser concisa sobre isto, acho que há tanta coisa para ser falada e ultimamente tenho visto que mais mães abrem a cortina, o que me deixa feliz mesmo. Se a minha mãe tivesse verbalizado que não fui a melhor coisa que aconteceu na vida dela, eu a entenderia profundamente. Não me sentiria culpada, pois a todo momento fazemos escolhas e ela fez a escolha dela em não ter abortado, mas eu sinto, eu quase posso sentir-me no lugar dela, a solidão, os julgamentos, a responsabilidade. Eu sei que eu não estava nos planos, ao menos não avulsa, fora do combo mamãe-papai-filhinha. Eu sei que nada saiu como ela queria, que a família ajudou, mas também se intrometeu muito, que fomos morar em um estúdio que eu não queria, mas que lá ela pôde ter um pouco de paz. Depois que fui mãe, consigo ver a mulher por trás deste mito. Consigo ver as dores, as frustrações, o que abdicou por minha causa. E tudo bem se não valeu a pena, nem todas as nossas escolhas valem e é ok se arrepender. 
Não desejo nem à mais insuportável mãe de facebook, a minha maternidade sufocante, 24 sobre 24 horas, completamente sozinha a não ser duas vezes por mês quando o marido vem nos ver. Não sei o que vai ser do futuro deste blog e se algum dia o Fabian terá acesso a ele. Mas de uma coisa eu sei, quero que meu filho não esqueça de que sou um ser imperfeito, cheia de manias e falhas, quero que ele saiba que não podemos mandar nos sentimentos e que é difícil, mas às vezes necessário, falar sobre coisas doloridas para que possamos curar-nos.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Maternidade consciente

É a segunda vez que você vê um menino dar um soco na cara do seu filho.
Assinale a opção correta:
( ) Diga para ele contar para a professora.
( ) Diga para que ele converse com o menino e pergunte o porquê deste comportamento sem perder a calma, afinal, crianças são como nós, eu vi uma 'coach da maternidade' dizer.
( ) Diga que chore e "conte tudo para sua mãe, Quico". (Entendedores entenderão )
(X) Diga para que dê um soco no nariz do menino. Melhor, um chute no saco que dói mais.
Como dizem na minha terra: dou um boi para não entrar numa briga, mas dou uma boiada para não sair. Vê se o moleque enfrentando uma dor horripilante destas se não vai pensar duas ou três vezes antes de bater de novo no Fabian?
Um grande foda-se para a criação à moda Gandhi que tive,  se eu soubesse me defender, teria tido muito menos problemas na minha vida.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

All the time




Quando o google tentou adivinhar minha pesquisa, me deparei com: "como desenvolver a mediunidade" e pensei em meio a muitos palavrões porque alguém gostaria de desenvolver este suplício. Ah já sei, quando pensam em médiuns, logo imaginam aquele palhaço que se presta a ficar no meio do palco com um microfone dizendo que vozes lhe alertam que algures na plateia tem uma criatura que perdeu um ente querido. Oh! Quem nunca? E que alguém próximo irá decepcioná-lo ou ainda, que terá dificuldades financeiras e amorosas. Aí praticamente ele previu a sorte de 99% do público. 
A maior parte das pessoas que acham que ser médium é legal, não faz a menor idéia do que é ser de fato médium. Pensei trocentas vezes antes de escrever sobre isso, mas depois liguei o foda-se... se o blog não servir para partilhar minhas coisas de vez em quando, o melhor é fechar logo. 
Sempre tive medo da noite, desde os quatro, cinco anos até...bem, até hoje. Mas teve tempos piores...tinha dias que eu olhava para o céu escurecendo e começava a sentir uma angústia tomando conta, e eu sabia que estava só começando. Não ouvia nada, nem via, era acho eu, apenas uma antecipação do que iria acontecer depois. 
Não recordo da primeira vez, mas foram se intensificando e  até acontecer duas a três vezes na semana. O marido se não morreu de ataque cardíaco, não morre mais, porque cada vez que eu os via ao lado da cama ou no quarto à espreita, eu gritava e dava um pulo.  Alguns eram como sombras, outros tinham qualquer coisa que os diferenciava como a silhueta do nariz e outros apareciam de forma detalhada, cor de olho e tudo. Não são pesadelos, pois demoram certo tempo até se "desfazerem", também não fazem grande alarde a não ser me jogarem coisas na mesma matéria de que são feitos, coisas estas que se dissolvem um pouco antes de me tocar. 
Primeiro foram os sonhos premonitórios, uma ou outra aparição em anos, depois começaram os sustos noturnos e agora ando na fase de me importunarem durante o sono. Isto é, eu durmo e depois acordo, mas meu corpo não. Estou plenamente lúcida, saio do corpo alguns centímetros, tento encaixar a minha mão na "minha mão". Ainda esta semana, cochilei no sofá. Abri os olhos e pensei em ir para o quarto. Levantei e comecei a caminhar, quando notei já quase na porta da sala,  que algo estava errado. Eu caminhava de forma muito estranha, parecendo que tinha mola nos pés como se a gravidade exercesse pouca ou nenhuma força sobre mim. Então olho para trás e vejo-me deitada no sofá. Caminho de volta e olho bem para meu rosto como se ele fosse apenas uma coisa inanimada, um invólucro sem vida como naquele filme Substitutos com o Bruce Willis. 
Descobri que isto se chama "paralisia do sono" e que há inclusive um documentário com depoimentos de pessoas de várias partes do mundo. Se fosse apenas isso tudo bem, no entanto, são nestes momentos em que encontro-me mais frágil. Sinto a presença deles no quarto, sinto quando desloco-me do corpo e quando algo se acopla na minha nuca. Arrepios pelo corpo todo, depois uma certa dormência que por sua vez, dá lugar a uma espécie de descarga elétrica que jorra de mim para "alguém". Certa vez coloquei a mão e aquilo era como por a mão em um jato muito forte de água, como aqueles aparelhos que usam para lavar carros e muros. É indolor, mas extremamente incômodo porque eles me impedem de voltar ao corpo...sinto-me presa até terminarem o que vieram fazer. Procurei na net e vi que bem onde sinto a conexão, fica o chakra nucal, quase não se fala nada sobre ele, apenas que é ali que os espíritos costumam se ligar quando há psicofonia.
E tudo ficou mais forte depois que estou sozinha aqui, logo para quem ja é cagona por natureza, para quem já morria de medo de dormir sozinha... tá demais, tá beleza, tá ótimo. Ainda tenho que ficar feliz quando vêm sozinhos, pior quando vem um, depois outro, depois outro. Quando me seguram e eu me debato e grito e xingo e rezo, não necessariamente nessa mesma ordem. Uma das experiencias mais traumáticas: vieram três deles para cima de mim, quando finalmente consegui voltar, eu sentia-me um trapo, usada, como se tivesse sido estuprada. Eu brinco, eu rio, mas foi uma merda. Não, queridos, vocês não querem desenvolver a mediunidade nem ter nenhum contato com o mundo espiritual. Quem me dera estar na posição de duvidar dessas coisas malucas que escrevi, mas eu sei bem direitinho que isto existe. E logo aqui que é o berço do espiritismo não há um centro espirita sequer para me ajudar neste momento. E que remédio senão voltar à doutrina, voltar a fazer o evangelho no lar como eu fazia quando morava ainda no Brasil? 
Os ataques diminuíram, mas não cessaram, também, por ora, as visitas surpresa no quarto, só não sei até quando.

Pequenas coisas que moém o juízo



- Aceitar que meu filho vai falar "alouim" ao invés de helloween. Não só aceitar que ele vai falar assim, mas ter eu mesma de pronunciar o inglês de forma errada só para que os outros entendam.

- Pessoas na fila do mercado. Sério. As criaturas ficam coladas na bunda da gente, cafungando o cangote porque acham que a fila vai andar mais depressa? Tai uma lei da física que eu não conhecia: quanto mais um corpo se cola no outro, mais rápido o tempo passa. Humm, isso não vale para filas de mercado ou de qualquer outro tipo a menos que façam um trenzinho e saiam cantando conga la conga.

- Carteiros que não sabem ler. Ou colocar a correspondência certa na caixa certa. Porque diabos não se guiam pelo numero ao invés do sobrenome?? Tão mais fácil...já estou há um ano trocando cartas e pacotes com a minha homónima D. Garcia.

- Meus vizinhos fofos. A tolerância por aqui funciona assim: barulho de obra? Isso é Bach para meus ouvidos. Podem demolir o prédio que ninguém reclama. Cachorro latindo? Oin que "mignon". Tardes de conversas e gargalhadas (de adultos), maravilha! Festas à noite com mulher de tacão até uma hora? Sem problema. Criança brincando na sacada? Oh que absurdo, chamem a policia. é barulho demais para os nossos ouvidos de velho. Depois sou eu a ruim, mas tem gente que ta só ocupando ar nesse mundo. *


*quando pela segunda vez o vizinho de cima mandou o Fabian ficar quieto, eu mandei-o tomar no cu. Acho que ele entendeu que tinha a ver com pescoço (cou), mas sempre ouvi dizer que o que vale mesmo é a intenção.




Bota a mão na cintura e se joga francesada!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Jeitinho

Isto é tudo culpa do jeitinho brasileiro bla bla bla


Se eu revirasse os olhos a cada vez que eu escuto "jeitinho brasileiro" eles já tinham torrado e caído como aqueles desenhos animados. O problema é quando se fala em jeitinho logo associamos à corrupção nossa de cada dia, mas não é só isso, no pais da gambiarra ele teve e tem contribuído para que as coisas evoluam. Ah e tal mas e nos países desenvolvidos as coisas funcionam, as pessoas são sérias e respeitam a lei... errr primeiro: verdade, funcionam, mas nem sempre da forma mais inteligente. Segundo...talvez. Depois que se mora em outro pais o que não falta são casos de "anarques", o pessoal que vive de golpes dos mais variados tipos. Mas voltando ao "tudo funciona", quem vê de longe enxerga só maravilhas, as linhas do trem que (quase) não atrasam, a segurança, os cartões postais. Mas não imagina que muitas vezes o sistema que sustenta tudo é sem rodeios: burro e limitado porque as pessoas por trás dele, são por sua vez...completem a frase. Ter desde cedo a noção de que devemos obedecer às regras é otimo até por ali, pois ao segui-las passivamente, se as coisas não derem certo, não faz mal, vamos continuar batendo com a cabeça na parede como aqueles bonecos de corda que encontram um obstáculo e não saem dali. Mas mudar é que não, mesmo que haja uma forma mais fácil, mais rápida e às vezes mais barata de fazer determinado trabalho. E é ai que o jeitinho entra. Temos inúmeros defeitos, mas não há como negar que o brasileiro é um povo extremamente criativo. E também podemos incluir nessa historia uma penca de latino americanos, os tais países emergentes. Porque o jeitinho nasce da necessidade, do improviso, e da falta de recursos economicos. Só agora me ocorre aquele caso de um cara no nordeste que inventou a lâmpada de garrafa pet, sua ideia ja percorreu o Brasil e inclusive outros países  pobres.
Aqui não se trata de uma noção de certo e errado, o jeitinho é muito mais complexo do que nossa falta de cidadania, o jeitinho nos moldou pela insistência e  nos ampara enquanto levamos a vida pela corda bamba, para o bem e para o mal.

No vestiário feminino (estourei minha cota de gif para 2016)

Entro no vestiário e quem é que vejo? Pois, ela de calcinha fio dental, a bunda feito duas bolas de handball durinhas sem nenhum sinal de celulite. As pernas musculosas fariam até o Roberto Carlos chorar de recalque, tudo isso em um metro e meio de altura. Ela gosta de ser o centro das atenções, sim, até eu que sou a maior das distraídas a notei enfiada em uma mini blusa e um short que mais parecia a parte debaixo do biquíni de uma norte americana. Anda sempre com uma sombra atrás: a amiga normalzinha que serve-lhe de pajem. Entro e vou atirando minhas coisas e espalhando pelo banco com a boa vontade característica de quem se submete a uma tortura. De repente baixo o volume dos fones. Estou ouvindo bem?



De longe, bem do fundo da memoria, alguma coisa me parecia familiar. Elas estão falando português? Tiro os fones com a desculpa de tirar o casaco e constato que o que parecia impossível aconteceu: três brasileiras em uma mesma academia, em um mesmo vestiário em Saint Raphael. 
Então? Falo oi e pergunto de onde elas são? 


Segundos de expectativa como se estivesse à espera de alguma deixa para começar um assunto. De repente me dou conta de que estou ouvindo a mais escabrosa das historias sobre a vida sexual e o relacionamento mal acabado da mulher de fio dental.


Olha, eu não sei que cara eu fazia, mas foi muito estranho ver duas pessoas conversando tão à vontade sobre coisas intimas crentes de que eu não pescaria nada. Todo o esforço inicial de qualquer interação morreu em mim faz muito tempo. Não tenho mais essa ânsia de dizer que também sou brasileira e puxar assunto com uma pessoa que nunca vi na vida. Fica a dica para as minhas compatriotas (que elas não irão ler, paciência) de não se pensarem indecifraveis, sendo que frequentemente franceses falam um pouco de espanhol. Hoje acho muito mais divertido dar corda e ver até onde vão as fofocas.

Falo?