segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Emigrar para o Brasil

Ora vejamos bem...se eu tivesse algum amigo que esteja pensando em emigrar para o Brasil  que dicas daria? Primeiro lugar, deve-se se possível ter um pé de meia, passagem não é de graça, dinheiro para os primeiros meses, é fundamental. Apesar de se falar que o Brasil anda possante, muito crescimento, muitos empregos, não é bem assim. Quem acompanha a minha história por aqui vê que nem sempre é falta de vontade. E depois, há empregos e empregos. Se há empregos para trabalhar em shopping e restaurante? E empregada doméstica e entregador de jornal? Há muito. Resta saber até que ponto você vai querer começar do zero, até onde se sujeitaria a ir para pagar as contas. E depois, começo é difícil em qualquer lugar. Levará pelo menos uns dois meses para arrumar emprego e talvez um ano para que a vida corra novamente sobre rodas. 
Segundo: não faça contas. Não faça conversões. Se eu digo por exemplo que aqui uma secretária ganha em média 1500 a 2500 reais (esta última se for bilíngue), não vá pegando a calculadora para transformar em euros. Isto porque aqui se vive e come em reais, conversão é coisa de turista. O custo de vida varia de acordo com a região, sendo que as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, apesar de terem maior percentagem de empregos, são as mais caras para viver. As regiões do nordeste são mais baratas, as do sul, como onde vivo, são caras, mas a qualidade de vida e serviços é melhor. 
Terceiro: você vai precisar de paciência. Paciência para se adaptar à língua, à cultura, ao ritmo de trabalho (que é bem mais exigente). Vai enfrentar preconceito, vai ter saudade. Vai querer desistir... É mais fácil quando não se vai sozinho, quando se tem alguém do lado para partilhar as derrotas, um ombro para chorar e outro para dar ânimo. E quando se é apenas um casal, também é diferente de quando já se tem filhos. Tem que procurar escola, dependendo da idade existe um período de adaptação maior. Mas acredito que as crianças neste sentido, saem-se melhor que os pais. 
Quarto: você vai ter que conviver com a sensação "não-pertencimento", cada coisa diferente vai fazer você lembrar de que aquela não é sua terra e isto às vezes parece desesperante. No entanto, para alívio geral o povo brasileiro é acolhedor, não é tão difícil fazer amizades. Mas você vai comparar tudo, desde o primeiro dia. É normal. "Lá" vai ser sempre melhor do que "aqui". Depois passa... e inverte-se a situação. Acredita em mim. 
De qualquer forma, além de coragem, é bom levar na mala, um pouco de esperança e boa vontade. Ninguém é tão duro que não consiga mudar e se adaptar. E é por isto que estamos aqui até hoje não é?

4 comentários:

  1. Obrigada pela dica!!!
    Aqui em França é quase assim como falas-te mas nao ha O calor humano como o povo brasileiro, nada a ver!!!!!!!!!
    Aqui todos sao frios e distantes, desconfiados...Tive de vir para ca por causa do marido, mas se soubesse o que sei hoje, acho que nao vinha, nao!!! Para mim o dinherio nao é tudo!!! Agora é verdade que o sistema de saude é mt bom aqui, super organizado!! Gosto disso! Nao vamos pra novos e temos 3 filhos, e isso ja conta muito!
    Como eu gostava de ter emigrado para o Brasil!!!
    Quer trocar comigo???
    Beijos

    Marina

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  2. Sabe, eu gostaria de estar no teu lugar, apesar de tudo...pra mim vai ser difícil aprender a língua, sou meio pateta para essas coisas lol.

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  3. Você é portuguesa? Já está no Brasil há muito tempo? Eu sou carioca mas vim para Portugal com 11 anos de idade. Agora tenho 34 e vou voltar para o Brasil! Você pode deixar seu e-mail? Obrigada!

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  4. Oi Laura! Bem-vinda! Não, eu sou brasileira e vivi 6 anos em Portugal,... Agora to indo pra França mês que vem, mas qualquer coisa que precisar, pode perguntar.
    Meu email é nyninha@gmail.com
    Beijinhos

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