terça-feira, 30 de outubro de 2012

A ditadura da mulher polvo

Já disse e vou dizer de novo. Porque existe um tabu sobre as mulheres que querem ser donas de casa? É que não vejo mal nisto (se não for para ter uma tropa de filhos para o marido se matar trabalhando), principalmente quando é uma escolha dela e o marido aprova, o que tem os outros a ver com isto? Digo, todo mundo é livre para pensar o que quiser, mas não para infernizar a vida do resto. 
É porque não quero, ouviram bem, não quero nem gosto de trabalhar. Ah se for para eu terminar o curso de Psicologia e trabalhar no que realmente gosto ou se é para escrever e fazer disto um ofício. Sim, muito obrigada. Mas se é para queimar barriga no fogão (maneira de dizer) e andar a empregos de salário mínimo só porque tenho vergonha de dizer que sou dona de casa e este salário ir todo para uma creche, juro que tenho vontade de mandar a puta que pariu quem me incomoda por causa de emprego. 
E quando eu digo dona de casa, digo mesmo de cuidar da casa, fazer comida, cuidar da roupa, levar filho para o colégio. Não é sentar no sofá o dia todo e ver novela. Não é unhas pintadas, cabeleireiro, massagem e ginástica com personal trainer. O nome disto é peruagem. E não é que não quisesse, mas me contentava em ser apenas dona de casa. 
Eu acho que o problema está em confundir uma profissão com personalidade. A pessoa não é médica ou psicóloga ou cozinheira. A pessoa está como ou trabalha na área. A pessoa não leva para o pós vida um título ou quando se aposenta deixa de existir. Mas é a imagem que passa a sociedade quando somos apenas algo enquanto estamos "ativos" e temos poder de compra. Se estamos desempregados ou se exercemos uma atividade não remunerada como ser dona do lar, então não somos ninguém. Contribuímos zero para o sistema. E somos tratados com desprezo disfarçado, é verdade, mas mesmo assim desprezo, preconceito. 
O que me irrita não são as mulheres que trabalham e gostam de ter sua vida relativamente independente, mas aquelas que querem ficar em casa, e até podem, no entanto tem medo, vergonha, e trabalham mas chateiam e apontam o dedo sempre que podem a mim por exemplo, ou a outras como eu.  Não, não precisamos de uma revolução. Não precisamos que vocês se ergam em saltos altos por nós, não somos princesas em calabouços...é apenas uma escolha. Não queremos ser resgatadas para este mundo hostil. Só queremos brincar de casinha e ser feliz. Entenderam ou quer que desenhe?

8 comentários:

  1. hehehehe eu tbem quero ser domestica, domestica nao escrava,

    Bjos
    Maggie

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  2. eu sou dona da minha casa :) cuido de tudo. e se pudesse ainda tinha empregada para me ajudar nas tarefas, mas isso já é pedir muito... adorei o post! :)

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  3. Oi amora! É verdade que há muitas mulheres que seriam felizes assim, mas não tem coragem pois a hoje o preconceito não está mais para aquela mulher que quer ser independente e sim par aquela que gosta de ser dona do lar. Eu agora ando em um momento complicado, mas é a minha vontade quando nossa vida se ajeitar.
    Bjinhos

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  4. ah como me revejo nestas palavras, sou dona de casa (tou de liçença por 3 anos da minha mais nova) mas ja tenho algumas saudades de trabalhar e ter 1 vida mais social, pois porque aqui os bébés estao em casa e eu as vezes apetece-me fugir ahahhaha, ah quando eles forem para o colegio, acho que vou precisar mais 3 anos de licença so pa descansar ehhehe
    Mas gosto mt ser dona de casa, nao ter de enfrentar o mundo hostil e ficar so cuidando dos bébés e casa e a familia em portugal acho tudo mt estranho!!
    Pra mim, estranho é trabalhar o mes inteiro para pagar um infantario, isso sim eu ja fiz quando morava em portugal, a coisa mais ridicula que tive de fazer mais pelo peso social (uma mulher tem de trabalhar, senao é uma inutil!)....
    Marina

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    1. Que legal Marina!! Mas eu sei que estar em casa com criança cansa e muito!! Fiquei com o meu filhote até os 14 meses dele e tinha horas que eu queria sumir! Incrível como eu "descansava" quando ia treinar na academia, ficava contando as horas para o marido chegar e eu voar para lá.
      bjinhos

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  5. Ola,
    Estou lendo seu blog e gostando muito. Gosto do seu jeito honesta de dizer as coisas.

    Vi essa postagem já antiga, entendo o que quer dizer, mas pessoalmente eu não acho sensato.

    Percebi que gosta de falar sobre a verdade nua e crua, então vou tentar falar sem floreios... seu marido é bem mais velho que você, se hoje com ele trabalhando já é difícil, como vai ser quanto ele realmente for um idoso e não puder trabalhar e tiver muitos gastos com remédios, médicos, etc?

    Se você não trabalhar e ele morrer antes de você (o que é provável, dada a diferença de idade), você vai viver de pensão (que geralmente não passa de salário mínimo)?

    Penso sim que vc deve se formar na faculdade que vc quer, estudar, se aperfeiçoar, seguir seus sonhos! Não estou dizendo que deve perder a vida infeliz num sub emprego.
    Mas deve também pensar no futuro, pois hoje vc é jovem, amanhã se um dia seu marido vier a faltar, você estará mais velha e será muito mais difícil para recomeçar do zero.

    Desculpe-me se ofendi ou algo assim, só quis dar minha opinião.
    Beijos, flor.

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  6. Olá Marcia! Seja bem-vinda! Entendo-te e também já pensei nisto, mas hoje a nossa situação mudou. Além de um salário minimo, o marido tem agora direito à aposentadoria aqui da França o que dá uns quatro mil reais, dá para viver. Agora a minha vida está muito aberta porque em proimeiro lugar estou estudando francês para que possa me comunicar e depois vou ver o que posso fazer da minha vida.
    Beijinhos

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