Eu já falei disto muito recentemente, mas enfim, volto a falar porque isto realmente me deixa enojada. É feio, muito feio esta ânsia que vejo nas pessoas que emigraram que comem merda e querem arrotar caviar para os outros. Porque o importante mesmo é mostrar que são pessoas de sucesso, quando a gente que está mais perto sabe que não é bem assim. A minha cunhada mora no Havaí e vive falando mal do Brasil, é que lá nos EUA é que é bom, lá se tem qualidade de vida, lá se tem os melhores serviços, mais segurança, um multibanco a cada esquina. Quem a vê falando e expondo sua vida na rede social e fotos de carros e viagens, pode questionar-se se ela é médica, advogada, publicitária. Nada disto. Ela trabalha como faxineira, como camareira, como massagista de hotel, enfim nada contra as profissões que são muito honestas, mas nada de glamouroso em se segurar uma esfregona, não é verdade? Nada de glamouroso em se trabalhar 12 horas por dia, em se tirar uma folga a cada quinzena, em ser demitida por causa de uma lesão e nem sequer ter direito a indenização. Nada de mal também em não se ter seguro de saúde público, nem garantia de aposentadoria, pois sendo privada, pode a empresa falir e vai-se todo o dinheiro sem nenhuma garantia de reavê-lo.
O primo do meu marido mora na terra do tio Sam há duas décadas e também é a mesma história, tão repetida em frases do tipo: sou rico, tenho uma casa com piscina de água salgada (vejam como sou excêntrico), para mim se o presidente se reeleger ou não tanto me faz porque vou ali investir na bolsa (da mulher?) e já saio com um BMW novo. Quem o lê não imagina de que todo o esforço que foi enriquecer partiu do sogro e não dele. Não que a pessoinha não tenha trabalhado, mas de fato só chegou lá porque já encontrou o caminho feito. Quando leio estas coisas dá vontade, mas dá tanta que venho aqui no blog desabafar. É que sei que é inútil, ninguém muda ninguém, mas me revolta cuspir no prato que comeram por muitos anos, me revolta esquecerem que os seus pais tanto fizeram para lhes dar o melhor possível, pagaram curso superior e tudo. Esta foi a vida da minha cunhada, saiu do Brasil com um diploma para trabalhar de camareira primeiro na Austrália e depois nos Estados Unidos. Não acho mal de todo se for para uma experiência, ou para dar um pontapé inicial no mercado de trabalho, ou se for para aprender a língua. Mas ficar mais de dez anos estagnada em sub emprego e com um discurso de que apesar de limpar a sujeira dos outros lá é melhor, não entendo.
Eu mesma já trabalhei na fábrica da Triumph, já trabalhei em restaurante e não tenho vergonha. Mas nunca quis dizer ao mundo de que tinha uma vida de princesa. Isto não existe, não é a realidade de 99,9% dos brasileiros que emigram. Acho mal, extremamente mal quando ainda por cima se passe a escrever Brasil com "Z", é porque agora esta gente não quer ter mais nada com nossa língua, nem quer ter mais nada com as suas raízes. E como bons estrangeiros que são já começam a olhar "aquele bando de brasileiro" com vergonha, com nojo, com preconceito. Gente assim só é brasileiro na hora de dizer que está com saudade do churrasco e gente assim só se pinta de verde e amarelo quando o Brasil ganha um jogo. Gente assim já não faz falta e já vai é tarde.
O primo do meu marido mora na terra do tio Sam há duas décadas e também é a mesma história, tão repetida em frases do tipo: sou rico, tenho uma casa com piscina de água salgada (vejam como sou excêntrico), para mim se o presidente se reeleger ou não tanto me faz porque vou ali investir na bolsa (da mulher?) e já saio com um BMW novo. Quem o lê não imagina de que todo o esforço que foi enriquecer partiu do sogro e não dele. Não que a pessoinha não tenha trabalhado, mas de fato só chegou lá porque já encontrou o caminho feito. Quando leio estas coisas dá vontade, mas dá tanta que venho aqui no blog desabafar. É que sei que é inútil, ninguém muda ninguém, mas me revolta cuspir no prato que comeram por muitos anos, me revolta esquecerem que os seus pais tanto fizeram para lhes dar o melhor possível, pagaram curso superior e tudo. Esta foi a vida da minha cunhada, saiu do Brasil com um diploma para trabalhar de camareira primeiro na Austrália e depois nos Estados Unidos. Não acho mal de todo se for para uma experiência, ou para dar um pontapé inicial no mercado de trabalho, ou se for para aprender a língua. Mas ficar mais de dez anos estagnada em sub emprego e com um discurso de que apesar de limpar a sujeira dos outros lá é melhor, não entendo.
Eu mesma já trabalhei na fábrica da Triumph, já trabalhei em restaurante e não tenho vergonha. Mas nunca quis dizer ao mundo de que tinha uma vida de princesa. Isto não existe, não é a realidade de 99,9% dos brasileiros que emigram. Acho mal, extremamente mal quando ainda por cima se passe a escrever Brasil com "Z", é porque agora esta gente não quer ter mais nada com nossa língua, nem quer ter mais nada com as suas raízes. E como bons estrangeiros que são já começam a olhar "aquele bando de brasileiro" com vergonha, com nojo, com preconceito. Gente assim só é brasileiro na hora de dizer que está com saudade do churrasco e gente assim só se pinta de verde e amarelo quando o Brasil ganha um jogo. Gente assim já não faz falta e já vai é tarde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário