Aqui ao lado vendem droga. Todo mundo sabe. Vem de carro ou à pé, encostam rápido, chamam no portão e lá vem um dos filhos do casal com um pacotinho. Recebe o dinheiro, recebe o pacote e vão-se embora os dois. Não há violência, não há revólver na cintura, esqueçam o vaporzinho e os outros cargos do tráfico em filmes do Rio. Há pura e simplesmente um negócio, que pelo que vi hoje, de família. Quando estava abrindo a janela do quarto, deparei com a transação ali à minha frente, do velho a observar e a velha a receber o dinheiro. Uma coisa que caracteriza o ilícito é a caricatura do ato. Se fosse uma coisa vulgar era ela a pegar o dinheiro, a contar, a conversar distraidamente enquanto o põe no bolso do avental. Mas não. Aquele pegar ligeiro da mão do outro um maço de notas amassadas, a fazer tudo em modo estranho denuncia o crime.
Pensam que é só no Brasil e só na classe baixa? Deixa-me contar dos meus outros vizinhos mafiosos de um prédio em Estoril de classe média (alta?). A família possuía cinco carros, sendo dois comerciais e populares e três carros de luxo (Mercedes e BMW). As mulheres só saíam com "seguranças", eram dois: um a dirigir e outro a acompanhar em um carro popular. Quando não estavam em serviço, os homens passavam mais de 8 horas a olhar fixamente para o nosso antigo prédio e nem faziam questão de disfarçar. A polícia já bateu a procurar o "chefe" algumas vezes, mas nada foi feito. A família de quando em vez dava festas barulhentas no último andar até horas impróprias e ninguém fazia nada porque tinha medo. O que e que tipo de drogas vendiam não sei. Mas as mulheres saíam com pacotes parecidos com um bolo a fazer "a entrega" com os dois seguranças no seu encalço que nem 20 cm deixavam de espaço entre um carro e outro. E depois era sempre a pressa, o pneu a gemer no asfalto como se aquilo fosse muito importante. E o descaramento de quem faz o que faz e não teme a ninguém.
a segunda parte da historia foi em Portugal?? bolas, tens ca uma sorte com vizinhos lol
ResponderExcluirMarina
Sim, foi! Esqueci de mencionar que o prédio tinha lojas embaixo e eles alugaram uma delas para servir "fachada" do negócio. A loja estava sempre fechada, mas tinha anúncio na frente com telefone e tudo, mas era falso.
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