Foi uma legítima novela e história da creche do Fabian. A mãe me acusava de não ter sensibilidade para ver as necessidades do Fabian, que ele precisava urgente de atividade com crianças da idade dele. Ora sensibilidade eu tenho, não tenho é dinheiro, ainda mais para por na escola que ela quer. Meio turno nesta creche custa mais de um salário mínimo e como disse, por mais que trabalhasse ainda ia faltar dinheiro para a mensalidade. Ela disse que iria pagar metade, mas mesmo metade fica muito caro para mim. Depois fala que não quer impor nada, não é verdade, se escolhesse outra escola mais barata, teria de pagar tudo.
Aos poucos fui me enjoando desta história. Era sempre mais do mesmo, mesmas discussões, mesmas acusações, e as tantas estava cansada desta luta de braços. Cedi com a possibilidade de fazer as tarefas domésticas, mas ela não quis. Depois fui procurar emprego porque ou saía de casa ou enlouquecia. Mas cansa muito porque tudo o que a mãe quer é controle, é impor as regras dela. E se não faço sou dura, não aceito a realidade, não vejo o que é melhor para o meu filho, enfim. Hoje o meu padrasto resolveu que iria pagar a escola nos primeiros meses até eu arrumar trabalho, depois vou contribuir com uma parte da mensalidade.
Esta escola se baseia na pedagogia Waldorf que nada mais é do que o resgate à infância de antigamente, o brincar no pátio, na terra, com brinquedos artesanais de madeira e bonecas de pano. A alimentação é toda orgânica, as professoras tem mestrado em pedagogia e são cuidadosamente escolhidas, há aulas de música e expressão corporal. Nas paredes não há números, nem cores, nem figuras com nomes de animais e respetivas fotografias. Na sala há um colchão branco como aqueles sofás das arábias, com almofadas e um dossel. O chão é de madeira e a casa é antiga, da década de 20. Lá fora há um barco afundado na areia, há casas de madeira e pontes e escorregador. Há também uma pequena casa de barro com detalhes em fundo de garrafa de vidro.
Enquanto conversávamos sobre a adaptação do Fabian, o cheiro de pão recém saído do forno inebriava a sala. Estava na hora do lanche das crianças. Já havia passado pela entrada e visto a turma dos bebês a fazer piquenique no parquinho. Duas jarras de suco natural, frutas e bolacha integral. O Fabian correu solto enquanto preenchi a ficha e ainda bem que uma das secretárias se ofereceu para dar uma olhada nele enquanto isto. Creio até que a adaptação nem seria necessário, tamanha é a vontade do Fabian de estar lá. Vai entrar no turma dos de 2 anos e meio até 4 anos, e é o mais novo, porém da altura dos coleguinhas.
Segunda feira vou fazer a entrevista com a professora e terça começaremos a adaptação.
Que maravilha de escola!!! Se houvesse por aqui uma assim, eu nem pensava 2 vezes!!
ResponderExcluirO sortudo do Fabian vai ser bem feliz ai, tou contente por voces!!
Vai dando noticias da adaptaçao dele.
Bjs
Marina
É uma escola boa e daí o preço ser o dobro das outras... Esta escola tem a minha idade já, não é novinha.
ResponderExcluirLá em Portugal tinha uma a caminho de Lisboa, mas tinha horários impossíveis, tipo fechava as 17 hrs, além de ser acessível só para quem tem carro.
beijinhos