Talvez o mundo de agora não seja dos jovens, mas são eles que de alguma forma preparam o mundo que serão dos nossos filhos amanhã. São eles quem levantam os braços inconformados e lutam por uma realidade menos segmentada, só de relance lembro-me de casos como o movimento diretas já e o impeachment do governo Collor. E agora mais recentemente tivemos o exemplo da revogação do aumento das passagens de ônibus em Porto Alegre de 3.05 reais para os 2.85 anteriores.
Não é que não existam pessoas com mais idade a lutar, mas é inegável que a "mão-de-obra" massiva para a transformação é jovem. Com o tempo, infelizmente, a tendência das pessoas é ir sedimentando ideias e crenças, principalmente o conformismo com o sistema econômico e cultural. Há o pensamento de que não adianta nada mexer-se do sofá, cancelar compromissos de família ou a simples rotina de um domingo de sol. Para quê ir ao centro da cidade protestar pelo que quer que seja? O jovem, talvez por a recém estar vivendo o mundo adulto, ainda carrega consigo a fantasia da infância de que tudo é possível, basta querermos, irmos em busca. O jovem traz mudança, transgride, choca com seu modo de ser, causa inveja dos que já não são mais jovens e que negam que fizeram o mesmo anos antes.
O jovem desde os tempos mais antigos é visto com desconfiança por aqueles que repetem as normas sociais como de um rito se tratasse. A maior mágoa é a de que não respeitam a ordem. Pois claro, a ordem vista por olhos jovens é uma coisa absurda. Só olhos jovens e que ainda veem de fora, podem espantar-se com o processo de auto-sabotagem do nosso sistema capitalista. Só um olhar jovem para indignar-se ante privilégios de classe, a admiração tola por deuses do saber que andam a contradizerem-se em atos e palavras.
Digo eu que tenho o meu lado velha há muito, tinha desconfiança também da juventude. Tinha porque temia a mudança (ainda não somos melhores amigas, mas pronto), idolatrava uma ordem que mesmo sabendo não ser justa, é algo que conhecemos bem. É uma ordem que pagamos caro, a custa de muita alienação e uma mídia cooperante. No exterior uma manifestação é protesto, no Brasil é bagunça, é furdunço. Na Grécia, Espanha e França é habitual vermos notícias do povo incontido, da força juvenil a querer ser ouvida entre tantas vozes mais poderosas. Não somos um povo habituado a lutar, é verdade, somos um povo que desde os "descobrimentos" tomamos a postura de abdicar quase pacificamente de nossos direitos. Sim, tivemos lutas, guerras e guerrilhas, no entanto em sua maioria foram revoltas feitas pela própria classe abastada quando se encontrava insatisfeita com as decisões do Estado. Foram lutas para perpetuar a ordem e não para pô-la de cabeça para baixo. Porém também somos um povo jovem, um país jovem e que agora está se conscientizando do seu poder de mudança. Na minha cidade em dois meses foram dois protestos que renderam frutos e é só o começo. Mas são pequenas vitórias como estas que vão semeando a ideia de que o poder está ao nosso alcance, e para isto é preciso muito mais do que um "like", é preciso pernas e mãos e vontade de viver um mundo melhor.
confesso, nao consegui ler até ao fim, desculpa...:) nao me apetece, mt longo, hoje tou com preguiça ihihi
ResponderExcluirBjs
Marina