É um fato: o humor é espremido entre uma combinação de estereótipos em que sempre o lado gozado é o que sai em desvantagem. Seja em piadas de norte-americanos, argentinos, portugueses e brasileiros. E entre os últimos temos o regionalismo subdividido em gaúchos, mineiros, cariocas, baianos e paulistas. Há quem defenda que temos de saber rir de nós próprios e concordo, no entanto, ao mesmo tempo que tento aprender a rir quando acusam os gaúchos de serem todos viados, quero também rir do baiano que é preguiçoso e do carioca que quer levar vantagem e acaba se dando mal. Não aceito piadas de um lado só.
Também há quem defenda que é preciso bom senso por parte de quem faz humor: não é inteligente se por a contar piadas de judeu em um auditório repleto destes, nem de falar de temas delicados como enfiar Hitler goela abaixo apenas para fazer graça. Ainda que provavelmente a mesma piada seria bem recebida em um lugar mais "neutro" por assim dizer.
No Brasil há um programa escandalosamente intitulado "Pânico", supostamente de humor, em que explora até a exaustão mulheres gostosas em roupas indecentes. Chamou-me a atenção uma postagem no Facebook sobre um tal estupro praticado por Gerald Thomas em Nicole Bhals, uma das apresentadoras. Em primeiro lugar, não considero uma passada de mão constrangedora estupro, foi assédio sexual sim, mas estupro é coisa de mídia histérica. Em segundo lugar, deixa aceso o eterno debate mas afinal quem é o culpado: o tarado que se expõe antes às câmeras ou a mulher que deixa-se tocar e perpetua este estágio de objeto sexual? É uma questão antiga a de culpabilizar a mulher pelo comportamento inadequado dos homens. Mas ela estava de saia curta, estava pedindo uma passada de mão na bunda, ou ela estava com os seios saltando, e um não quer dizer um sim disfarçado, é o que dizem. Aqui no caso, o "tarado" defende-se que entrou na brincadeira e que de maneira nenhuma o faria em uma situação normal. Até acredito, mas o que ele quis fazer ao tornar explícito o que segundo ele qualquer marmanjo tem vontade de fazer, foi infeliz... Por exemplo, tenho uma tara pelo George Clooney, assim como outras mulheres, mas nem por isto se o visse iria direto nos seus "documentos".
Por outro lado, não quero pôr-me aqui a comentar a falta de roupa da Nicole, até porque não é um personagem, na vida real veste-se assim também. As francesas usam micro-saias inclusive para trabalhar, mas em nenhuma parte as vejo descritas como meros objetos sexuais. E qual é a diferença? Postura. Minha filha, postura é tudo. Não é o comprimento da roupa em si, mas a forma da mulher se apoderar de seu corpo que determina o modo como este será percebido. Enquanto a Nicole está sendo muito bem paga para mostrar as belas coxas, permitindo por sua vez, um humor baseado no estereótipo de mulher bonita e burra, mulher esta que aceita que os homens lhes digam coisas, que aceita ser (como eu digo) uma mulher-frango, em que se tira a cabeça e aproveita-se as coxas e peito, não pode exigir outro tratamento. É como se plantasse batatas à espera de couves. Não, não é preconceito, só um pouco de ação e reação. Atenção que aqui falo de um caso específico e não de todas as mulheres que usam roupas curtas, até porque eu sou adepta de pele à mostra.
Assim, qual seria o limite do humor? Primeiro ponto: para haver humor é preciso um bobo da vez. Ponto. Não vamos ser ingênuos quanto a isto. Segundo, o humor pode e deve ser inteligente. O humor serve para aliviarnos da realidade da vida, nem sempre com tanta piada como gostaríamos. Agora o tipo de humor que o Pânico (e quem diz Pânico diz Praça é nossa, Zorra Total, e inclusive alguns programas portugueses que tive o desprazer de ver) que exploram a mulher-objeto, para mim não tem a mínima graça.
Reportagem Aqui.
Assim, qual seria o limite do humor? Primeiro ponto: para haver humor é preciso um bobo da vez. Ponto. Não vamos ser ingênuos quanto a isto. Segundo, o humor pode e deve ser inteligente. O humor serve para aliviarnos da realidade da vida, nem sempre com tanta piada como gostaríamos. Agora o tipo de humor que o Pânico (e quem diz Pânico diz Praça é nossa, Zorra Total, e inclusive alguns programas portugueses que tive o desprazer de ver) que exploram a mulher-objeto, para mim não tem a mínima graça.
Reportagem Aqui.
Este sim, li ao até ao fim...ai ai, tudo o que mete sexo, ou afins, aguça a curiosidade eheh
ResponderExcluirMuito trste estes tipos de programas, mas nao sinto aquela "ofensa" a mulher, compreendo o teu ponto de vista, mas nao vejo ofensa...Ofensa so mesmo para quem faz estas figuras trstes!!! e isso nem elas sentem, ou sentem??? o dinheiro compra mt coisa!!!
Bjs
Marina
Marina, segundo a própria Nicole foi constrangedor, mas ela lá está fazendo um quadro e sujeita-se a isto.
ResponderExcluirO BRasil explora muito a sexualidade feminina, por exemplo, tem um quadro no Zorra Total que tem strip tease sempre, há anos. A mulher fica só de calcinha e não tem a mínima graça uma piada que é exaustivamente repetida a cada domingo. Muita coisa do humor fica para trás e só o que se vê é sexo. É a isto que me referia.
beijinhos