Gosto muito de olhar postagens indignadas a falar de corrupção, de superfaturamento, de mensalão do Pt, etc. Gosto principalmente porque lembro-me assim por alto de um dos meus parentes ter tido um cargo de confiança: para efeitos de contabilidade recebia 6000 reais, mas na prática recebia apenas 2000. O resto era reembolsado pelo político. Agora intriga-me, se sabia disto tudo porque concordou? Porque não procurou outro emprego e até denunciou esta pessoa?
Outro conhecido vivia falando do jeitinho brasileiro (olha que Deus o tenha ou não), do Pt, das falcatruas deste país, difícil acreditar que esta mesma pessoa de tão boa índole tenha feito milhentos empréstimos e não tenha pago nenhum.
Uma outra parente foi nomeada para uma junta que julga os processos das pessoas que recorrem pelas multas de trânsito, está a mais de dez anos nesta função, sendo que foi nomeada pelo marido, então chefe de um dos órgãos competentes. E esta mesma parente fala que é a favor de retirar as regalias dos políticos, inclusive daqueles que beneficiam familiares. Jura? Se eu bebesse, poderia agora saborear tudo ao gosto de um bom vinho, com os dentes e lábios avermelhados de gozo.
É engraçado também pensar em uma parente do marido que fala, fala, fala mal do Brasil e no entanto irá receber quando a mãe morrer a pensão do pai militar (que convenhamos é um baita de um privilégio por não ter feito absolutamente nada). Ah, mas peraí, só quem pode receber são filhas solteiras. E ela é casada. Acredito que vai esclarecer este equívoco e abrir mão desta polpuda pensão. Gosto de acreditar na bondade inata das pessoas (só que não).
As pessoas acham que o problema está em Brasília. Não está. Está muito aquém disto, Brasília é só a ponta do iceberg. O problema está nesta mania de querermos levar vantagem, se for para o nosso bem que mal tem? O problema está em 200 milhões pensarem assim ao mesmo tempo. Não dá certo, é como as pessoas do metrô que não querem deixar os que já estão lá dentro sair. Fica todo mundo embolado e perdido no meio de seu egoísmo. E digo isto porque sou anjo? De maneira nenhuma. Já tive a minha quota de mesquinhez, mas uma coisa é certa, olhar para o nosso rabo é a melhor maneira de mudar.
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