quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Dos dias

Tenho andado triste nestes últimos tempos. Nada me anima. Bléc, pra que acordar, mais um dia nublado e chuvoso e frio em que nada acontece?! É um nada dividido em sirenes de ambulância que passam agora de três em três horas. Bem que tento, afinal ainda tenho motivos para levantar da cama: buscar o Fabian na escola, fazer comida, limpar a casa (nem por isto...dona Neura cadê você??). E a parte que me irrita é que nem sei bem porque ando assim, então já tenho a minha casinha que tanto adoro, as minhas/nossas coisas e...suspiro...não me falta nada. Ou falta? É nostalgia ou será que estou caminhando para a lenta e dolorosa adaptação?  
Sempre imaginei que fosse uma pessoa que não se agarrava ao passado, mas isto não é verdade. O que acontece é que de fato mudar é um transtorno, esta parte de se reinventar, de (re)começar, de criar laços e voltar a sentirmo-nos em casa leva tempo. Ainda acho que Deus é um tremendo sacana, me colocou em Portugal, agora me fez subir de nível em um país em que é ainda mais difícil de fazer amizades do que o último. Enfim...um passinho de cada vez.

2 comentários:

  1. eh tb ando assim, eu nem sei bem explicar, dou muitas graças de termos vindo pra fora, mas ao mesmo tempo sinto a minha vida estagnada, só vivo em função dos meus filhos, ainda não arranjei trabalho. Tem dias q eu me acho uma sortuda por poder acompanhá-los assim, mas tem outros que parece q a MINHA vida empancou, e sinto que não é isto q eu quero pra mim...mas vamos pensar que isto vai andar pra frente ah vai!! beijinho

    ps não sentes que é difícil os outros compreenderem o q sentimos? de alguma forma ás vezes sinto-me um balão prestes a explodir com tanto sentimento controverso q por aqui vai, mas não sinto abertura da parte de ninguém pra desabafar, porque fico sempre achando q o outro não vai entender...por isso é q eu gostava de conseguir expressar-me de outra forma, através da escrita, mas não consigo, não é pra todos...

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  2. Sofia, força podes falar aqui! Acho que os emigrantes são pessoas muito sós e que se não tem um círculo de amigos/conhecidos, passam por depressão. O marido diz-me que nós dois bastamos para ele, mas eu penso que mesmo estando feliz por estarmos juntos, sinto falta de algo mais, de conviver, de ter amigos para visitarmos e recebermos em nossa casa de vez em quando. Sinto-me desenquadrada, e este encaixe aqui na França promete ser um processo longo...
    beijinhos

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