Geralmente o que noto são aqueles chavões: ah eu sou gordo, mas sou feliz! A gente tem que se amar do jeito que é! A minha madrinha sempre empunhou a frase "sou assim, este é o meu modelinho". Mas com muito quilos a mais ela vive resignada a uma poltrona o dia todo. Não vejo nenhum amor ao seu corpo, apenas preguiça, resignação e tristeza.
As pessoas tem muito não me toques hoje em dia porque gordura virou doença, virou compulsão alimentar, virou genética. Virou desculpa. A maioria é gorda porque come. Ninguém pega calorias do ar que respira nem da água que bebe. Eu sou gordita porque como doce, porque muitas vezes tenho que preencher meu vazio com comida e por uns instantes fico bem, mas logo a ansiedade volta e começa tudo de novo. Gordura devia ser tratada tanto com dieta (odeio esta palavra), como com exercício, como em um psicólogo. Porque a gordura é só consequência de uma situação que não conseguimos resolver sendo honestos conosco. É quando desistimos de nós, deixamo-nos vencer pelos problemas. Deixamos que o estômago passe a decidir o que antes o coração desertou.
Não existe felicidade onde há desequilíbrio. E não venham com aquela história de diversidade e blablabla porque todo mundo sabe que a máquina que é o nosso corpo foi feita para estar em movimento. E quando movimento se carregamos 20, 30, 40 quilos a mais?
Lembro de ouvir a palavra dieta quando tinha a volta do onze anos e era magra. Bem magra. Mas a minha mãe achava que eu tinha que me cuidar e vigiava muito minha alimentação. Depois resolveu fazer uma dieta vegetariana e todos os dias por alguns meses íamos em um restaurante macrobiótico. Se ela soubesse o impacto que teve esta modinha dela na minha vida, talvez não tivesse feito isto. Hoje sou uma pessoa que simplesmente odeia verduras, qualquer tipo de alimentação saudável, legumes e frutas, algumas como muito de vez em quando. E doces que eram proibidos e algumas raras vezes tínhamos em casa, passaram a ser o meu consolo nas horas difíceis. Desde que fui morar com o marido, abusava deles, no entanto mantinha a forma malhando 5 vezes na semana durante duas horas. Depois da gravidez não pude mais manter esta ritmo e o resultado tem sido uma barriga terrível, pernas flácidas e pipocada de celulite. Sou tão nova para me sentir assim, para entregar os pontos deste jeito. Admito, sou gorda mas apesar de comer quase tudo que quero, não sou feliz. Claro que o meu corpo não é o único motivo, mas ajudaria olhar para ele de manhã e voltar a sorrir.
Gordo não é feliz. magro não é feliz. A felicidade é outra coisa.
ResponderExcluirAh, e se tu ò nany, em vez de estares a falar emagrecesses 10 kilos eras mais feliz? Era, olhava para mim e era mais feliz, mas não tinha se calahr resolvido alguns assuntos que me fizeram engordar ao longo dos anos.
A comida nunca me rejeitou. Nunca me disse que não era boa, que os outros é que tratavam melhor, escreviam melhor, faziam melhor e tinham melhores notas. A comida, ainda hoje me reconforta e está lá para mim. E eu gosto tanto dela, de toda ela. Sou pouco esquisita.
Era mais feliz com menos 10 kilos era, mas era mais feliz ainda se tivesse coragem de resolver (cá dentro principalmente) esses assuntos.
Concordo Nany! É por isto que só dieta do não emagrece...temos que fazer dieta no cérebro também lol. Por isto que às vezes vemos os gordinhos que emagrecem e logo depois voltam a engordar.... As coisas tem de ser bem resolvidas senão o corpo volta a sua forma inicial.
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