terça-feira, 25 de setembro de 2012

No divã

Olho para o espelho e constato: minha pança aumentou. Minha cara voltou a parecer-se com uma bolacha Maria. Oh céus, que raiva! Mas sei que isto tudo se deve ao fato de eu ser tão ansiosa e tão pessimista ao mesmo tempo que acho quase imprescindível adoçar um pouco a minha vida. E como e como. Às vezes fico pensando...quando temos certeza de que estamos fazendo a coisa certa, de que estamos sendo pacientes, dando um tempo para a vida? É uma linha tênue que separa a persistência da teimosia. E eu não sei até que ponto estamos sendo mulas a insistir e se iludir com a cenoura que nunca alcançaremos. Passou segunda e ainda não obtivemos resposta de São Paulo. Provavelmente a resposta é o silêncio. Exaspera-me não conseguir escutar meu coração ou fingir que não consigo porque dói demais saber que daqui uns dias o marido se vai. Tenho medo. Tenho medo de que não consiga um emprego fixo, que ganhe para trazer nós dois até ele. Tenho medo que isto leve a uma separação. E to muito chateada com isto tudo. Tenho raiva e não consigo deixar de sentir raiva desta vida. 
Um dia minha vó disse uma coisa que concordo plenamente... "não adianta, todo mundo pode dizer que entende, ou mesmo tentar entender, mas só aquele que tá ali com o sapato apertado é que sabe como dói."  Se tem uma coisa de bom nisto, é que estou aprendendo que não sei nada sobre empatia. E que por outro lado os outros também não sabem nada. E que nestas horas quando não se tem nada melhor para se dizer, o melhor é ficar quieto.

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