Durante muito, mas muito tempo estas três letrinhas juntas fizeram um nó apertado na minha garganta. Era um nó daqueles de marinheiro, difícil de desatar. Olhava para a vida dos outros nos bicos dos pés e sentia imensa revolta, não porque os culpasse pelo meu infortúnio, mas porque sentia que não valorizavam o suficiente a dádiva que é ter um lugar para morar. Ora lugar eu tinha, não tinha era o resto todo, a privacidade, as minhas coisas espalhadas pelos cantos. Não tinha a minha alma perdida pelas paredes, em simbiose com o concreto e a tinta, quase como se dependêssemos um da vida do outro.
Não tinha casa e sem casa, não tinha lar. Mas agora...agora as coisas começam por fim a materializar-se, desenham-se por horas a fio sonhos em que tentamos encaixarmo-nos em fotos de anúncios. E ficamos como que assim perdidos entre ítens difíceis de conciliar. Tem de ser barato, tem de ser perto, tem de ser grande (pelo menos para que caibam roupeiros nos quartos) e se possível, poderia ser bonito.
Esta é a nova tarefa do marido este mês: andar a visitar vários lugares em busca de nosso novo lar. E tenho certeza de que irá encontrar um, aquele perfeito, que estará só esperando por nós.
Claro que vai encontrar e vai ser perfeito, até aposto!!
ResponderExcluirComigo foi assim, quando ca cheguei e vi o meu lar...que emoçao (apesar de termos ficado pouco tempo nessa casa, era no campo, longe de tudo e eu queria trabalhar), recordo com carinho o meu primeiro dia aqui ;)
Beijinhos e coragem ao teu homem!
Marina
Uau que legal morar no campo! Quer dizer no campo mas com a cidade não muito longe né? Eu acho lindo, só ia ter medo de ficar sozinha à noite!!
ResponderExcluirbeijinhos