As minhas primas e a família dela do interior tem um jeito de ver as coisas que não compreendo. É que elas consideram até as primas em décimo grau como parente, e é um tal de primo para cá, primo para lá que chega a fazer impressão. Já disse por aqui que tenho um meio irmão. Não, na verdade tenho dois: o Matheus e o Lucas (que coisa original, parece aquela dupla sertaneja lol). Há uns tempos atrás andei fuçando no google o nome do primeiro e o sobrenome que meu pai biológico negou-me. Só então fiquei sabendo que tenho outro irmão. Eles devem ter 25 e 23 anos respetivamente, fazem faculdade de engenharia informática e são uns nerds. Novidade! Só entram em redes sociais para jogarem e comecei a imaginar uma forma de me aproximar do mais velho, visto que para mim fazia mais sentido. Descobri facinho o email dele da faculdade e lhe mandei uma pergunta apenas: oi, você é filho do .....? Não esperei grandes respostas, bem na verdade até esperava, mas não queria criar expetativas. Depois de uns dias ele confirmou-me e me perguntou quem era. Prontos, fisguei. Contei-lhe da minha história, tipo novela mesmo, sou tua irmã e tal, to casada e moro em Portugal, me formei na ufrgs, etc. Depois de um tempo, um smile e uma frase. Era só eu perguntar e ele respondia monosilabicamente, mesmo deixando claro que não queria um centavo da herança do pai deles. Se tem coisa que me irrita talvez mais do que as pessoas curtas e grossas, são estas que a gente puxa assunto e eles não desenvolvem. As tantas ficamos falando para as paredes e desistimos. Acho que era a sua intenção desde o início, embora nunca chegou a ser mal educado comigo. A sério que não entendo, imagino eu no seu lugar, se com esta idade alguém me dissesse que tenho um irmão e que quer me conhecer, ver afinidades. comparar narizes e boletins. A sério que não entendo a falta de interesse, a sério que mandei-lhe a merda em pensamento. Às favas com a porra do sangue! E com desgosto vi que na única foto que ele tem na net, temos algumas semelhanças...
Para mim bastou de ilusões, a minha família é o meu marido e o meu filho. A estes devo a minha preocupação e atenção. E fico muito satisfeita que nisto estamos em sintonia, que o marido pense exatamente como eu. Para que família? Para retratinho de Natal? Para intromissões? Para fofocas? Não obrigada. Família é aquela que cabe dentro da nossa casa, e a propósito, pouquíssima gente agora vai ter o prazer de visitá-la. Questão de poucos dedos de uma mão (tá bem, só a minha avó, vá).
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