Estava sentada no sofá quando uma mulher se aproximou. Ela vinha sorrindo, nunca a havia visto na vida nem no sonho. Sabia, tinha a certeza de que se tratava da primeira vez em que nos olhávamos. Ela sentou. Tinha o corpo arredondado e os cabelos castanhos um pouco abaixo dos ombros. Ficamos um tempo nos observando, até que ela quebrou o silêncio. Estendeu as mãos para mim e disse:
- Obrigada! Obrigada por me trazer o meu filho!Fiquei embevecida com aquele sorriso tão sincero. Acho que nunca obtive tamanha gratidão de alguém. Estendi-lhe por minha vez, as mãos em concha para dentro das dela.
- Teu filho não. Nosso filho. - Sorri.
E foi assim que soube que aquela doação de óvulos dera frutos, ou melhor um fruto, um menino. Hoje deve andar quase a fazer um ano e sinto-me muito feliz por ter ajudado a realizar o sonho deste casal. Sinto como uma intuição mais forte do que qualquer lei física, que aquele encontro realmente aconteceu em outro plano e que aquela mulher, aquela mãe, teve a vontade de expressar toda a felicidade que sentira cinco meses depois de engravidar.
Que arrepio...lembro-me dessa fase quando comentaste no forum da APF.
ResponderExcluirSusana
Coisas destas acontecem tanto comigo...ainda debato-me para saber a razão disto.
ResponderExcluirbeijinhos