Nasci no verão. Nunca nenhum dia em que me lembre, choveu no meu aniversário. E isto podia dizer muita coisa e ao mesmo tempo não dizer nada. Sei que não sou uma pessoa ensolarada, de janelas abertas à brisa de verão. E talvez seja porque tenho carência de calor, que necessito sofregamente de todos os raios que o sol aqui depositar. Preciso de dias longos, de noites quentes, de praia, de mar ou piscina. Preciso das cores dos outros. Dizem que gostamos mais da estação em que nascemos, não sei, pode ser mais uma superstição cheia do rigor aprovativo do povo, mas comigo ao menos deu certo. Eu gosto é do verão. No inverno murcho... caem-me as esperanças no chão e fico a olhá-las amareladas e tristes, sinto-me nua. Fujo da rua e de qualquer desproteção. Vejo meus galhos quebradiços e dou-me conta do quanto me dobro quando o vento me castiga. A espera...inverno é espera. Alguns dormem esperando. Eu não, fico solenemente à espera dos brotos de uma vontade indomável de ser feliz.
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