Eu tenho uma teoria absolutamente empírica e baseada no meu egocentrismo. As pessoas enxergam mal e querem enxergar assim. Seja positivamente, anulando qualquer defeito de uma pessoa ou o contrário e não há nada (ou quase nada) que quebre este ciclo. Talvez uma situação de grande carga emocional pode fazê-lo, mas como ia dizendo, as pessoas enxergam mal, encontram-se presas em uma espécie de passado cristalizado, misturado com a confirmação de crenças e ideologias antigas. Quanto mais cedo aceitarmos que mudar esta informação não é páreo nem para MacGyver, melhor será. Deixemo-nos lá, presos em uma bolha em retalhos de pensamentos e antecipações do que quer que façamos, e aceitemos também o fato de que as pessoas já tem um enredo para nós em suas cabeças.
E sabendo isto, não quer dizer que enxergue muito melhor que os outros, simplesmente estou ciente desta disfunção partilhada entre a humanidade. Sempre desconfiei de carolas que passam o dia a rezar (como a minha sogra), tantos pecados comentem no meio que nem uma Salve Rainha pode resolver. Desconfio de médicos que fumam, de nutricionistas gordos, de psicólogos intolerantes, de bloggers em que tudo lhes acontece (de bom e de ruim, há que separá-los por categorias), de crianças extremamente limpas, e às vezes até de mim e das minhas teorias. Tenho lá meus enredos a respeito destas pessoas, faço as minhas conjecturações e concluo que muitas vezes estou certa, porque as vezes que não estou não contam (não é o que fazem os cientistas?). Concluo que em primeiro lugar, a minha sogra continua em seu lugar cativo de uma velha filha da puta que não quero nem morta que venha na minha casa, porque quem diz mal, diz mal sempre que pode, por telefone ou ao vivo. E ainda por cima, burra ao achar que a minha madrinha não me ia contar os absurdos que disse de minha pessoa. A imagem dela continua lá, por mais que faça de boazinha, que diga que isto são coisas antigas, porque sou rancorosa e não consigo agir normalmente com alguém que já me chamou de vagabunda e outros mimos, é uma imagem de uma pessoa mesquinha e reles. Posso enxergar muito, muito mal, mas agora me convém que assim seja.
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