terça-feira, 24 de setembro de 2013

Um bonjour e um aperto de mão

Hoje vou ser poupadinha no meu teor politicamente correto. As pessoas aqui são simpáticas, não há dúvidas de que o são mais do que os parisienses, mas são simpáticas e só. As pessoas são simpáticas, mas não são afetuosas e isto não é nenhuma surpresa porque já imaginava que assim seria. Há um porém que é o nosso coração apertadinho ao ver que isto é uma coisa que o Fabian tem de lidar diariamente. Na escola, quando o pai o deixa, a professora o recebe com um aperto de mão e ele tem de dizer "bonjú". É isto. Não há um abraço, ui heresia se fosse um beijo.
 Ele caiu semana passada, ralou o nariz, a mão e fez uma bola na testa que com certeza deve ter doído muito. Perguntei se a professora o acudiu e deu um beijinho e um abraço e ele me respondeu que não. Quem escreve nem é daquele time de mães excessivamente corujas, mas na hora deu-me uma tristeza que tive de disfarçar para que ele não percebesse.
O Fabian é uma criança muito afetuosa e que acho como quase todas as crianças, gosta de mimo e carinho. E como já disse, hoje não vou ser uma antropóloga e relativizar as culturas, hoje quero simplesmente dizer que para os pequenos o afeto é muito importante e que os acho frios, sim. Que o Brasil tem milhões de defeitos, mas  somos um dos povos mais abertos e amáveis. E que no meu ponto de vista prefiro isto a estes não-me-toques, a esta obsessão por ver as crianças o mais independentes possível, a esta incapacidade de baixar a guarda pelo que? Tem medo que a gente morda? Guardam seu amor para quem, para os cachorros?? Pois, eu até gosto de animais, mas as pessoas deviam vir em primeiro lugar e tenho dito!

10 comentários:

  1. E Dizes muito bem! Dar afecto, beijinhos e abraços, não mina a independência das crianças, fortalece as e torna-as mais confiantes!

    Bjinhos

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  2. Estou de acordo contigo. Também acho que a cultura europeia, sobretudo, a do norte é muito fria e distante. Porém, pensei que nos jardins de infância o ambiente fosse excepcional. Tratam-se de crianças, caramba! Uma educadora deveria ter como requisitos principais a afectuosidade e carinho.

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  3. Tadinho do Fabian :(. merece dose dupla de mimo

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  4. É verdade, tb me "incomodou" um bocadinho ao início e qd o meu filho cai eu tb lhe pergunto e ele diz sempre q não...agora já me habituei, eles (crianças) tb, não me parece q tenham ficado "sentidos" com isso, arrisco-me a dizer q talvez nós damos mais importância, mas a verdade é q no infantário onde eles andavam em Portugal, era MESMO aquele carinho físico, os meus filhos eram recebidos com beijocas e abraços e despediam-se com beijocas e abraços, e qd cheguei...foi algo q tb me fez confusão, portanto percebo-te, mas aos poucos tb te vais habituar e começas a achar "normal", a gente estrafega-os de mimos em casa :)

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  5. Como me revejo nas tuas palavras!!! Chegamos aqui o André tinha 5 anos, k mudança no meu filho...Eles (os franceses)sao educados e alguns até sao simpaticos mas sao duma frieza incrivel!!! Foi tambem umas das coisas k reparei, nao ha ca beijinhos ou abraços ou kk especie de carinho...eles beijam mais os seus cachorrinhos do que as suas proprias crianças (eu sei do falo!)
    Eu até tive alguma sorte, pois o André, as quartas-feiras (aqui nao tem escola para os pequenos) tinha uma nounou docil e simpatica que somos amigas até hoje (ja la vao 9 anos) portanto nem tudo esta perdido eheheh existem pessoas carinhosas em Franca :D

    Bjs
    Marina

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  6. Mieke: Sim, tens toda a razão, também não entendo porque de quererem uma independência grande nesta idade. Acho errado exigirem as mesmas coisas para crianças de 3 anos e também para as de 4 e de 5 anos. São idades diferentes e um ano faz imensa diferença!
    beijinhos

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  7. Cláudia,
    eu também pensava que sim, que com as crianças isto mudava de figura, mas olha que são os mesmos que andam com as crianças na chuva sem proteção, que deixam nos carrinhos do lado de fora, que desagasalham as crianças para se acostumarem com o frio... enfim são culturas diferentes, mas não deixa de me causar estranhamento!
    beijinhos

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  8. Carla, obrigada e ele está tendo, até porque aqui só tem a nós. Muitas coisas até deixamos passar porque ele faz para chamar atenção... mas ele já está sentindo esta mudança.
    beijinhos

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  9. Sofia, o meu fica sentido, sempre foi sensível e muito adepto do colo... ele até hoje tem a mania de andar mexendo nas orelhas dele e de quem sente segurança. O Fabian frequentou a creche em Portugal e no Brasil e posso dizer que nas duas escolinhas as pessoas eram muito afetuosas e ele adorava ir! Aqui faz três dias que ele chega e não quer por as pantufas para entrar na sala e não quer ficar... É um baque grande para ele, inclusive as crianças serem indiferentes e não quererem brincar. Semana que vem vamos conversar com a professora sobre a adaptação dele.
    beijinhos

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  10. Marina,
    sim, imagino a estranheza! O meu também não tem escola nas quartas, ele agora já sabe que neste dia fica comigo. Pois eu acho que há pessoas assim, só espero que cruzem o meu caminho, seria um alento.
    beijinhos

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