quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Não sei lidar bem com a sem vergonhice disfarçada de loucura

Para mim gente que não gosto tem cheiro de vinagre. Tem gosto de vinagre. E para ficar perto tenho de respirar pela boca e concentrar-me para não sentir o seu cheiro. Não gosto do meu cunhado. Não gosto de estar perto dele. Por muitos motivos, não só pelo fato de que já mencionei, mas porque me irrita simplesmente! Primeiro porque é daqueles artistas ou que se acham artistas, ele até pode tocar razoavelmente bem violão e guitarra, mas pelamordedeus é um martírio andar sempre a dedilhar um canção. Assim como a passar o dia todo a cantar trechos de músicas chatas. Deve ser por isto que mãe e filho dão-se lindamente. Um a cantar música chata, outra a cantar música chata religiosa. 
Ponto dois: chegou aqui na terça pela manhã sem avisar. Tem problemas com álcool (e drogas) e estava em uma reabilitação em um sítio de freiras, mas estas mandaram-no sair mesmo sem saber se tinha alguém em casa. Estamos falando de 9 meses de reclusão em que as saídas são liberadas uma vez a cada dois meses apenas por uma semana e é para ficar em casa. Foi a surpresa mais amarga que já tive nos últimos meses. Estávamos nós começando a curtir uma certa privacidade (meu enteado ficou aqui uma semana e volta na próxima quinta) e chega este coiso. E ao invés de ir para a praia com a mãe dele, não, vai ficar aqui até amanhã e volta domingo à tarde e fica até terça. 
O caso do meu cunhado merece uma explicação melhor, até porque eu mesma não sei como classificar esta figura. Como já mencionei nunca trabalhou na vida. Teve uma filha e quem pagava a pensão era a mãe dele. Anda sempre com umas ilusões de que é um grande músico, as tantas alguém contrata ele e a sua banda e vão nos dois primeiros dias e depois nunca mais aparecem. A sogra já alugou uma sala na paróquia para que ele desse aula de violão para crianças, ele nunca apareceu para dar aulas nas horas marcadas, a sala servia para reunião de seus amigos lunáticos metidos a músicos. E a mensalidade ele ficava com o dinheiro para ele. A sogra pagou a carteira de motorista e deu-lhe um carro. Ele todos os meses tinha multa e por último sofreu um acidente que deixou o carro sem perspetiva de conserto. O carro era usado para ir e levar os amigos para a praia, não preciso dizer quem pagava a gasolina nem o seguro. Um policial disse para um amigo dela que o carro já estava visado, que sabiam que transportava drogas e estavam à espera da próxima vez. 
Nestes problemas de álcool (que drogas a sogra não admite), o dito já fez horrores. Bateu, ameaçou, pegou para vender, incomodou até não poder mais. E agora andava internado. Se disser que não tenho medo, estarei mentindo. Mas o meu medo anda de mãos dadas com a repulsa que sinto. Não é cristão, não é certo, mas é o que sinto. Sinto repulsa e sinto raiva porque ele faz o que quer e nunca há consequências, há sempre alguém para lhe passar a mão na cabeça.
Se parece um louco? Um esquizofrênico? Parece muito! Mas então vamos tratar as coisas pelo nome e oferecer tratamento. Mas o que me irrita profundamente é que se trate como uma pessoa normal, mas na hora do aperto consideram que afinal ele não é bem bom da cabeça. Ora, cá para mim, uma sujeito assim devia ser internado para sempre ou então: rua! Ainda bem que vai embora amanhã...

Repita comigo: nunca mais reclamo do meu corpo pós-gravidez




Para uma chinesa de 27 anos, o tempo parece ter passado mais rápido que para outras pessoas. A mulher, identificada apenas como Wu, adquiriu uma aparência de idosa, com rugas e flacidez na pele do rosto, depois que deu à luz o filho, no ano passado.
Em entrevista a uma emissora de televisão local, Wu disse que evita sair de casa, com medo de enfrentar os olhares dos outros. Ela quase não encara espelhos e fica arrasada quando alguém se refere a ela como se fosse uma idosa.


Reportagem aqui: http://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/chinesa-de-27-anos-adquire-aparencia-de-idosa-apos-dar-luz-7374508.html#ixzz2Jb6WS65k

Quero morrer minha amiga



Tenho um amigo antigo dos tempos de escola. Nunca nos perdemos de vista e agora depois das redes sociais fiquei sabendo que ele terminou o mestrado. Tem 28 anos, a minha idade praticamente, e agora tá se achando a bolachinha mais recheada do pacote. Tá certo, ele vai entrar agora no doutorado na área da medicina (ele é da engenharia informática) a fim de desenvolver um projeto com máquinas e leitura de novas formas de exames de rastreamento. Agora por último andou dando uma de professor universitário na faculdade em que fazia o mestrado e ganhou um prêmio de professor destaque do ano. Diz a má lingua da minha outra amiga que estudou lá, que eles dão para qualquer um, do tipo uni-duni-tê-escolhi-você. Tudo bem, vá que esteja errada, mas daí a dizer que ser professor mudou a vida dele, que é a melhor coisa do mundo e que todos deveriam experimentar esta sensação maravilhosa de fazer a diferença na vida de alguém, já é demais! Guri, realizo tu em uma sala com 30 pivetinhos de 15 anos que não querem nada com nada e jogam papelzinho na tua cabeça enquanto tu escreves no quadro. Mas eu sou boazinha, és meu amigo e por isto vou te dar um conselho: não comas mais nem um hamburguer quarteirão* que senão vais explodir! A sério!! Ainda tens um ataque cardíaco antes de ser doutor e para isto não preciso ser nenhuma máquina para prever. Cara, és o estresse em pessoa, ligado nos 220, qualquer hora entras em curto, entendeu?! Quem avisa amigo é.

* o meu amigo almoça e janta no Mac Donalds.

Meus vizinhos mafiosos



Aqui ao lado vendem droga. Todo mundo sabe. Vem de carro ou à pé, encostam rápido, chamam no portão e lá vem um dos filhos do casal com um pacotinho. Recebe o dinheiro, recebe o pacote e vão-se embora os dois. Não há violência, não há revólver na cintura, esqueçam o vaporzinho e os outros cargos do tráfico em filmes do Rio. Há pura e simplesmente um negócio, que pelo que vi hoje, de família. Quando estava abrindo a janela do quarto, deparei com a transação ali à minha frente, do velho a observar e a velha a receber o dinheiro. Uma coisa que caracteriza o ilícito é a caricatura do ato. Se fosse uma coisa vulgar era ela a pegar o dinheiro, a contar, a conversar distraidamente enquanto o põe no bolso do avental. Mas não. Aquele pegar ligeiro da mão do outro um maço de notas amassadas, a fazer tudo em modo estranho denuncia o crime. 
Pensam que é só no Brasil e só na classe baixa? Deixa-me contar dos meus outros vizinhos mafiosos de um prédio em Estoril de classe média (alta?). A família possuía cinco carros, sendo dois comerciais e populares e três carros de luxo (Mercedes e BMW). As mulheres só saíam com "seguranças", eram dois: um a dirigir e outro a acompanhar em um carro popular. Quando não estavam em serviço, os homens passavam mais de 8 horas a olhar fixamente para o nosso antigo prédio e nem faziam questão de disfarçar. A polícia já bateu a procurar o "chefe" algumas vezes, mas nada foi feito. A família de quando em vez dava festas barulhentas no último andar até horas impróprias e ninguém fazia nada porque tinha medo. O que e que tipo de drogas vendiam não sei. Mas as mulheres saíam com pacotes parecidos com um bolo a fazer "a entrega" com os dois seguranças no seu encalço que nem 20 cm deixavam de espaço entre um carro e outro. E depois era sempre a pressa, o pneu a gemer no asfalto como se aquilo fosse muito importante. E o descaramento de quem faz o que faz e não teme a ninguém.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Porque não sou tão certinha assim



E nem tão egoísta! Foi-se a época em que se alugava filmes e muito torci ansiosamente para que alguém liberasse tal filme ou para ver se o meu nome que estava na fila para alugar, já era o próximo. Hoje com a internet, isto parece um pesadelo distante. Há quem "alugue" filmes sem pagar e há quem baixe da net. Há ainda quem pague para ver filmes? De qualquer forma, se um filme é mesmo bom, faço questão de vê-lo no cinema, mas se é do tipo "ahn...nhé" não tenho dúvidas e baixo (toma lá Twilight). Então agora depois de termos nos desfeito (abandonado) a nossa coleção de filmes originais em dvd comprados na Fnac, não tenho lá qualquer sentimento de culpa quanto a isto. De certa forma é a vida me devolvendo o que era meu!
Para aqueles amigos não puritanos e sem medo de ir para o inferno, recomendo este site para quem é apaixonado por filmes e séries e morre de medo de contrair algum vírus por este "pecado". É um ótimo  site, bem completo e com legendas em português do Brasil. Tem vários formatos, inclusive Blu ray e quando ainda não está bom, eles avisam. E o melhor: é gratuito. Como diria a minha avó: aprende enquanto sou viva.
Importante dizer que é preciso ter um programa para baixá-los: Utorrent ou Bitcomet por exemplo.


Últimas aquisições:
Ana Karenina - 2012
Lincoln - 2012
Fligth - 2012
Les Miserables - 2012

Todos com ótima resolução.

Les Misérables



Pena, a fotografia está linda, o Hugh Jackman é um ótimo ator, mas não passamos da primeira cena. Ok, passamos, mas paramos na hora em que o padre desmente o roubo e dá dois castiçais para o Jean Valjean. Se sabia que era um filme musical? Sabia, mas achava que era mais do tipo Disney, em que há umas cenas em que cabe bem uma música e lá aparece os personagens cantando. Não imaginava que era todo o tempo. E o marido diz: imagina como seria chato se  cantássemos a todo momento? E saca lá um tenor: O Fááááábian já se cagoooooouuuuu. E tá muito fedidooooo! Sim, e imagina uma briga de bar assim: Levaaaaaa este vagabunddoooo daquiiii! Ele não quer pagaaaaarrr, que vá cair em outro lugaaaaaar! Eu não vou. (Ele não vai) Os bêbados cantam em coro. Eu não vou. (Ele não vai). Eu nãããããooo vooou. Antes vou-te aos beiços, porque ninguém come a minha mulheeeer sem apanhaaaaaaar. (Realiza um agudo no fim, que é o grito da mulher atrás do taberneiro). 
Back to reality, oh lord! Vejam os Miseráveis em francês, tem outro encanto. E a mini série é muito boa mesmo, é de prender até o fim.

A psicóloga vai ao psicólogo

Estava visivelmente inquieta desde a última vez que lhe pusera os olhos. Sorriu e sentou-se como de costume no lado esquerdo do sofá, assim vez por outra, podiam escapar pela janela seus olhos castanhos. Depois do embaraço dos primeiros minutos lhe disse: então?! Então, ele sorriu e lhe devolveu a pergunta: Então, como tem passado? Bem... Os olhos a encarar o tapete retangular e os bicos dos pés. Seguiu-se um silêncio pausado. Ele sabia esperar.
Sabe, tenho pensado que ando a sofrer antecipadamente. Ele nem se foi e já sofro a sua ausência. E tenho tido raiva de mim, acho que o prendi demais. Se talvez não fosse tão dependente, ele já poderia ter ido, arrumado um emprego e já ter condições para nos levar com ele. Mas eu fui fraca. Tive esperanças. "E agora?", lhe pergunta. Elas morreram de tristeza uma a uma. Os olhos queriam fugir através dos vidros, pairar pelo céu azul e de poucas nuvens. As lágrimas também se preparavam para partir, mas ela segurou-as, assim como ao marido. Ninguém a deixaria só, na penumbra de seus medos. 
Ele ajeitou-se na cadeira e com os olhos ternos lhe ofereceu a mão. Era este o seu modo de ajudar. Sorria com os olhos. Sorria firme, com direito a rugas e tudo. Sorria sem vergonha e seguro de que era naquele momento o único porto que ela avistava.
Ela deixou que as lágrimas lhe colorissem os olhos de rubro. Era a cor do amor e da libertação. Escravas de sua amargura e egoísmo, elas podiam correr soltas pelos contornos de seu rosto. E surpreendiam-na com afagos pela pele úmida, nos vincos de um choro compulsivo. Ele apenas olhava e continuava a lhe estender a mão. Desta vez a mão de verdade, a de carne e osso trazia uma caixa de lenços. Ela agarrou com força substancial  em meio a visão desfocada dos sentimentos.
Tenho pensado ultimamente...que vou precisar de um trabalho. Daqueles de braço e alma. Daqueles que esfregamos o chão com escova e os rejuntes até ficarem brancos. Vou precisar de ocupar as minhas forças para que o tempo passe depressa e para que me impeça de construir e destruir expetativas na minha cabeça. 
De certa forma, um psicólogo não deixa de ser um faxineiro. Ele invade a casa com permissão para levantar as sujeiras escondidas embaixo do tapete, tirar o pó dos cantos, lavar o chão com água limpa, esfregar as janelas da inconsciência. Mas o trabalho em si deve continuar a ser do dono da casa. Porque o faxineiro não vai todos os dias e é importante aprender a conservar a casa. Senão o trabalho do faxineiro não renderá o dia que passe a organizar e limpar. 
É importante estarmos bem, e se não estivermos, a pedir ajuda. A ajuda sempre vem para quem a procura. É necessário fazermos uma faxina em nossa casa primeiro, todos os dias antes de sair a faxinar a dos outros. Corremos o risco de levar o nosso pó para casas alheias e o nosso olhar acomodado ante a sujeira. Ninguém disse que ia ser fácil. Afinal limpar é mais complicado do que parece. Pega um pano, molha na água, torce um pouco, desliza nos móveis, torna a repetir. E quando se tem o serviço pronto, passamos o dedo no primeiro móvel e notamos que o pó instalou-se novamente. Limpar é um trabalho árduo. Há que aceitar o pó. Porque ele sempre volta. É da natureza do pó se acomodar. Mas é da nossa natureza continuar a limpar.

A minha sogra é uma alma caridosa



Pois é, muito carola e muito caridosa, assim como manda a cartilha. Desde que vim morar com ela e hoje mesmo estando só nós três, somo invadidos pelo telefone a tocar milhentas vezes ao dia. Sabem porque? Para pedir dinheiro donativos para instituições de caridade. Quando estava aqui a sogra explicava (???) que ia viajar e que só voltaria a contribuir quando voltasse da praia depois de março. Mas elas continuavam a insistir. A insistir. A insistir. Aí davam a volta na velha e lá conseguiam mais um dinheirinho naquele mês. E assim sucessivamente. Agora que ela não está, somos nós a dispensá-las, a inventar desculpas e às vezes a sermos grosseiros.
- Alô
- Alô, poderia falar com a Fulana?
- Ela não está, quer deixar recado?
- Quando ela volta?
- Olha, não sei quem tu é, não vou dar informações.
- Eu sou a Andreia da associação dos enchedores de saco, quero saber quando ela volta.
- Bem, ela não vai mais contribuir, tá?
- Mas ela disse que quando estivesse fora ia deixar o dinheiro com algum filho.
- A Fulana não me disse nada, ok? Tchau.

Isto sou eu a ser educada. Precisam ver a sutileza do marido! Não sei quanto ela dá para cada instituição, mas sei que são muitas, talvez 20, por aí. E estamos falando de uma pensão do exército de um alto cargo, não é qualquer 1000 reais. Por mim, tanto me faz, o dinheiro é dela e se quiser dar para o filho-adolescente-de-55-anos, só posso lamentar. Pois bem, o problema está em dar sem saber para onde e se o dinheiro está mesmo a ir para instituições sérias ou para o bolso de qualquer estelionatário. Já que ela nem se dá ao trabalho de visitar os centros que ajuda. É só bater alguém aqui dizendo que é da associação dos velhinhos coçadores de saco a pedir uma mãozinha de madeira automática para coçarem o dito, que ela dá. E segue dando enquanto pedirem. E estas moças do demo que ficam ligando todos os dias, nada mais são do que um call center a que supostas instituições se utilizam para cobrar as doações (doação não deveria ser voluntária?). Ou são mesmo alguma gang da caridade a ligarem de uma casa com piscina enquanto riem dos otários que lhes bancam os luxos. Não sei, acho que se fosse só por mixaria não se davam ao trabalho de ligar tantas vezes. 


A idade de sair de casa

É cultural, sem dúvida. E também exige um pouco de vergonha na cara, vá lá. Eu saí de casa com 21 aninhos, mas confesso que não foi por mérito meu. Não tinha emprego, não aluguei e muito menos comprei apartamento, mas tão e só porque casei. Como antigamente. 
Nos EUA é comum os jovens trabalharem desde os 16, quiçá talvez antes, e aos 18 fresquinhos irem embora de casa. Alguns sortudos para estudar, custeado pelos pais ou através de um crédito educativo que lhes cobra as suas almas. Mas e os pobres? Os pobres saem mesmo assim. Vão à sua vida, xô, xispa! Ou casam e tem filhos ultra cedo, ou trabalham em 3 ou 4 empregos, recebem o pagamento por semana e vão morar naqueles prédios populares. 


E nós os latinos? Uma mãe norte americana com certeza torceria o nariz ao ver os "jovens" de 30 anos a viver com os pais. Aqui é muito comum, seja porque se emenda o fim do curso com o mestrado e mais tarde o doutorado, seja porque o salário é muito curto para custear a vida sozinho, seja pela mordomia de ter casa e roupa sempre lavada. A verdade é que muitas vezes um jovem tardio, como chamo, só sairá de casa quando encontrar um grande amor, daqueles que possam dividir as contas. E não é raro ver que quando o amor acaba, eles voltem à casa paterna.  
As mães americanas simplesmente não entendem a nossa abnegação com estas crias criadas. Posso até antever os olhos consternados ante à explicação de uma mãe brasileira, na tentativa de amarrar os filhos com os seus braços enrrugados. A primeira mãe também ama os seus, mas entende que é preciso liberar para que alcem voo por si mesmos. Entende que o seu trabalho está feito, embora em momentos de aperto os possa acudir, eles tem prazo de validade e o prazo termina quando fazem 18. A segunda mãe, acha que o filho nunca está pronto na maioria das vezes, está a espera de um trabalho e salário melhor, está à espera de uma nota de dissertação, de um artigo publicado na revista acadêmica, de que o aluguel fique mais acessível ou que ache algum colega para dividí-lo. E assim eles vão ficando e passada a fase da adolescência a convivência é mais ou menos tranquila, não fosse o ônus por estar de certa forma protegido do mundo.
Quando os filhos trabalham e se esforçam para a independência futura, pode até entender e aceitar. Agora um filho com mais de 50 anos, que nunca trabalhou e vive como adolescente, inclusive com mesada e direito a saídas na night (que por acaso é meu cunhado), este sim era capaz de provocar enfarto na mãe americana.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O meu espírito empreendedor diz...

que um dia vou ter uma franquia das Três Marias! 










Com quanto podemos viver no Brasil?

Bem, a pergunta por si já está errada, pois que o país é imenso e também imensos são os padrões de vida. Portanto, reformulando: com quanto podemos viver (bem ou confortavelmente) em Porto Alegre/RS?
Foi feito uma média e todos os valores estão em reais:
Aluguel de um apartamento simples de 2 quartos em um bairro de classe média (baixa): 1000 a 1200
Condomínio: 100 a 200
Mercado mensal: 500
Luz: 80
Água: 60
Internet 15 megas: 100   
Tv a cabo: 100
Gasolina: 2.60 o litro
Carro popular usado: 18.000  a 25.000 
Creche privada: 730 a 1200
Plano de saúde familiar Golden Cross: 908 - para uma pessoa na faixa dos 30, outra quase 60 e um menor de idade.
Restaurante barato: 9 reais
Restaurante caro (para a classe média): 70
Refrigerante de 2 litros coca cola: 3.19
Lata de cerveja de 350ml: de 1.69 a 2.83
Sapato/ sandália no shopping: 90 a 270
Calça jeans feminina no shopping: 70 a 214
Ingresso de cinema para uma pessoa: 16 a 30 (dependendo dos dias da semana)
Mac Lanche Feliz: 16.90
fraldas huggies/turma da mônica tamanho XL contendo 72: 59.90

E isto é só por cima...portanto um ordenado de 3000 líquidos (que é o que ofereceram algumas vezes para o marido, infelizmente o processo também não foi para frente) não seria suficiente. Digamos que para viver bem ou como vivíamos em Portugal (antes desta disparada de impostos), precisávamos de uns 7000 reais. Isto comportava plano de saúde, aluguel, creche, carro usado e as despesas básicas da casa. Conclusão: até em Paris a vida é mais barata!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Saudade de quando...



Tinha este corpinho! Não sei porque, mas bateu uma vontade enorme de ficar loira de novo...

Ultra recomendo



Para quem pensa em um dia (que não seja muito tarde please) dar "aquele jeitinho" na imagem, este site é ótimo. Tem fotos de antes/depois, muita informação sobre as cirurgias mais cotadas no Brasil: aumento de seio e lipo, tipos de próteses, evolução das cicatrizes, enfim. Tudo que queria saber!
Sou uma despeitada admito. Agora com estes 16 kgs a mais tenho alguma comissão de frente, mas não é a que gostaria (um tanto flácida e um peito maior que o outro ). Sei que quando ficar magra de novo ela vai sumir, então o meu desejo era ter uns 270 ml em formato gota (que dizem é de longe o com resultado mais natural) e uma plástica no nariz, para deixar isto mais delicado e não com jeito de nariz de porquinho. É o meu sonho, que está ali ali com uma lua de mel nas Maldivas. Embora preferia que o jeitinho fosse dado antes da viagem: auto-estima check, marido feliz check.

ps: esta moça usou 280 ml e uma prótese redonda.

Nem todo evangélico é fanático, mas 99% dos fanáticos são evangélicos


Casinha do Edir Macedo



Esta é a conclusão a que chego lendo tais comentários sobre a tragédia em Santa Maria. Um bando de hipócritas isto é o que são. Acho tão engraçado que só se faça caridade pensando em um suposto trono de Deus, que só se dê dinheiro com medo que a comunidade lhes veja como avarento, que só conversem com os seus amigos se forem evangélicos e que os que não são devem ser evitados a não ser para serem "catequizados" (diga-se azucrinados). Uma religião que destrói laços familiares, desculpa, mas para mim, é escravidão. Uma religião que proíbe que se faça o que se gosta, que se vista da forma que quiser, que se deixe o cabelo somente como o pastor dita. E por falar em pastor, não é de hoje que milagrosamente (com o perdão do trocadilho) estas pessoas enriquecem. Isto é do que? É Deus lhes recompensando pelo trabalho árduo? 
Uma religião que se preocupa mais com o diabo do que com Deus, mais com a tentação do que com o amor, mais com o dinheiro do que com a verdadeira caridade, tem sido considerada a praga do século 21 no Brasil. Até uma emissora de  tv eles já compraram, além das maiores rádios de todo o país. Em breve estaremos mergulhados em um mar de Edir Macedo e gang lta. E é disto que tenho medo. Não tenho medo da violência por si mesma. Mas tenho medo da violência às minhas crenças e de todos os brasileiros.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Absurdo

Voluntários abriram caminho para os bombeiros
Boate Kiss com lotação para 1000 pessoas


Absurdo. Absurdo. Não me pus a comentar a bolsa da menina, até porque sou contra dar antena para idiotices destas. Agora absurdo, 240 pessoas aproximadamente, em uma cidade pequena do meu estado, perderam a vida em uma boate. Absurdo. Show pirotécnico de um dos músicos, que é proibido em lugares fechados, palco de madeira, teto de espuma, cortinas. Alvará vencido desde Agosto de 2012, portas de banheiro confundidas com a saída de emergência. Seguranças seguindo ordens para não deixar as pessoas saírem sem pagar. Absurdo. Mais de 240 mortos e 50 feridos. Corpos enfileirados no ginásio à espera de que os pais e familiares os vão reconhecer. Absurdo não é uma bolsa. Absurdo: jovens universitários em festa para o fim de seus cursos,  terem suas vidas exterminadas por tão pouco. Por ironia do destino, um instrumento para situações de emergência, um sinalizador. Absurdo.
A propósito, as minhas primas que vão todos os finais de semana nesta boate, graças a Deus não foram ontem.


Adenda: 116 pessoas feridas e 233 mortos de acordo com as últimas notícias.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Como eu me sinto quando procuro as ex do marido na net


Eu: Tu transaste com isto? E achavas bonita?
Ele: Mas ela era bonita. Ainda é um pouco...
Eu: Uuuui! Um arraso...

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Eis aqui alguém que não se esconde


Chegamos naquela salinha improvisada, ele esperou que entrasse e chaveou a porta. Ali ficamos, mede isto, afasta aquilo, aperta ali, escorrega lá. Até me sentir completamente enquadrada em números. Mas faltava aquele, o terrível, do qual não podia me esquivar. Então como vai ser?, pergunto-lhe. E ele: com meias por favor. Está preparada? E eu, sim, como sempre. Não sou uma mulher de rodeios, subi com firmeza e já antevia o resultado. Ele exclamou, "pô". Um pô assim, seco. Não era de muitas conversas. Também eu olhei para baixo timidamente. Um número saltava e ele anotou. 76.6 quilos de medo, 28.5% de ansiedade. Sim, no meio disto não esqueceu dos meus 55 quilos de paciência (afinal havia alguma) misturada entre ossos e músculos. E água. Sou assim uma pessoa com sobre peso, ainda não obesa de angústias, mas com prescrição para chegar no mínimo aos 66 de bom senso. Avisei o professor de que esta se tratava não da primeira, não da segunda, mas da terceira vez que isto me acontecia. Tenho tendência para o desatino disse a ele. Ou talvez não, disse a mim mesma. 
Não sei o que se passa comigo. Tenho ânsia de tempo. Quero que ele passe, mas ao mesmo tempo quero que congele. Dá para entender? Não? Então vou explicar como aquele chocolate me chama assim, de fininho, pede-me que lhe segure e lhe ponha na boca. Sentiu? É doce, não como a vida. Muito melhor que servir nas calças naquele momento. Não, não consegues perceber. É a forma como ele se derrete na boca, a língua que lhe massageia entre o céu, transformando-lhe em um pouco de alegria pastosa. Aí ele desce garganta abaixo. E eu preciso de mais. É um doce, mas também pode ser um salgado. E o tempo, diria-me ele. O que tem o tempo a ver com isto? Ah, já esqueci-me. Está vendo, é por isto que preciso de manter a boca ocupada. Há qualquer ligação nos canais bucais com a passagem do tempo. Se estão ocupados, o tempo não tem vez. Não é simples? Agora deixa-me explicar como saíres disto, disse ele. Eu, como? Não, não come. Fecha a boca, assim. Mas então...e o tempo? Ele sacudia os ombros: deixe apenas que passe. Deixe que o tempo passe.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A academia e as minhas esquisitices

Quando penso em academia, a primeira imagem que me vem à cabeça é isto.

O marido ri das minhas músicas, eu aqui acho-me muito eclética e orgulho-me disto. Há de tudo, rock, reggae, samba e pop, muito pop. Sabem porque? Desculpem-me os taradinhos do jazz, da música clássica, da bossa nova, mas para mexer o bumbum só mesmo coisas com pegada. Aliás é só procurarem na net que está mais que provado que as músicas que auxiliam no aumento do ritmo cardíaco devem ter as batidas mais rápidas. 
Outro ponto, procuro sempre ir nos horários menos movimentados. Detesto aquela dança das cadeiras, detesto gente que usa um aparelho e deixa suas marquinhas de suor. Eu limpo sempre. Tenho muito em mente o que não gostaria que me fizessem.
Tenho o cuidado de tomar banho antes. Simplesmente não consigo suar sabendo que já suei antes e que talvez o desodorante possa ficar vencido. E coloco na virilha também. Sim, tem gente que acha que é só por na suvaqueira que o negócio fica resolvido. Mas não. É só ir ali no abdutor e adutor para verem que é mesmo necessário um jeitinho ali nas partes.
Quando estava magra ia com roupa curtinha, hoje tenho espelho e vou de short mais comprido e nada de barriga de fora (por enquanto).
Evito olhar para os espelhos. A mim parecem aquelas coisas de atração em parque. Achatam até não poder mais, as tantas ando a procurar o pescoço e as pernas ficam ali entre o pernil de porco e os braços, dois salames dos gordos. Não. Olhar para os espelhos da academia é uma morte à auto estima. Parece que quanto mais fazemos mais gordos e disformes ficamos. 
Maquiagem na academia? O Jhonny Depp entende disto!

Não entendo quem vá malhar e suar como se fosse para uma festa. É rimel borrado, é batom vermelho, é perfume daqueles de deixar qualquer cristão tonto, é brinco exagerado, argolas até o queixo. Será que enquanto se está de quatro a levantar caneleiras isto lhes confere alguma dignidade? Acordem moças, ainda não inventaram um longo em suplex, adivinhem porque!
Quando estou lá na elíptica ou correndo (morrendo) na esteira, sou invadida por dois pensamentos tal como se de um mantra se tratasse. Realiza uma morena linda, escultural a correr soltinha de biquini branco ao lado daquele mar caribenho. Ela é leve como uma gazela a pular e a correr, ela não transpira, não tem mau cheiro, o seu cabelo é macio e o biquini nunca entra no rego. Maravilha. Ela sou eu, em outra vida, claro! E o segundo é assim, imaginem uma morena outra vez, ela está de vestido justo, preto de vinil, atrás dela está um Ferrari ou qualquer um destes carros aumentadores de pênis. Ela tem os saltos altos, mas anda graciosamente. Pulam fashs e homens bonitos e confusos ante a beleza dos dois componentes da cena. Ela está maquiada, mas não como uma mulher vulgar e sim como aquelas modelos que desfilam de lingerie. Agora acordem e respirem. Não esqueçam de respirar que vem aí uma subida. Lembra dos peitos. É claro que tem silicone. Lembra do nariz, esculpido pelo Pitanguy. E lembra de por tudo no facebook porque não tem graça ficar assim gostosa sem que os outros saibam.
E é assim, às vezes fico imaginando o que os outros pensam quando estão lá naquela chatice de um pé para frente outro para trás sem sair do lugar. Vocês ao menos já sabem o que penso. Esquisitices à parte, o importante é recomeçar! E eu já vou na terceira vez.
(Feel like a boss) Quantos Rocky's foram mesmo?


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Os sapos que engoli depois de ter filho


O mundo divide-se em quem tem filhos (pequenos) e os outros. Os que são ainda filhos. Os que já nem se lembram mais de como foi, mas acreditam piamente que seus filhos foram muito educados. Os que dizem "no meu tempo não era assim". Os que não suportam crianças barulhentas (ou seja, quase todas). Os impacientes. Os implicantes. Os doutores em educação com menção honrosa dada pela vida. Enfim, muitos outros. Mas há qualquer coisa em ser-se mãe ou pai de uma criança pequena e este argumento ninguém nos pode tirar: quem está ali  com a pedra no sapato, a moer-se de incômodo somos nós. Não eles. E isto faz muita diferença. 
Lembro-me de inúmeras vezes assistir ao show de alguma criança a berrar no supermercado ou em outro lugar público qualquer com um monte de gente a passar e olhar. Via aquilo e prontamente pensava "que criança mal educada", que horror! Quando tiver um filho, não vou passar por isto porque vou educá-lo bem. E como sempre o peixe morre pela boca, descobri depois de ter um que todas, mas todas as crianças saudáveis testam os pais. Não quer dizer que todas vão se atirar ao chão, mas em algum momento, estejam preparados para o pior: o olhar dos outros.
 Hoje percebo que a tal criança que se atira ao chão não é mal educada por ter tido esta atitude, antes observo a reação dos pais. Se eles fazem o que ela quer, ou se nada dizem, posso dizer que aí  está a chave para o reforço deste comportamento. Agora se os pais procuram conversar, distrair, dizer (como eu digo) pode chorar, não faço todas as tuas vontades, aí então posso dizer que esta criança está sendo bem educada. Mas claro,  é preciso ter a noção de que isto é apenas uma situação pontual. Não estamos presentes em vários momentos desta família para poder "rotular" a educação que ela recebe. E é por isto que as pessoas que não tem filhos ou que não tem filhos pequenos, não entendem o que se passa nesta questão de educação/birras. Primeiro porque como já disse, temos tendência a julgar com base no que vemos naquele momento. Ora uma criança não pode ter um dia não? Um pai não pode naquele momento lhe fazer a vontade e depois voltar à hábitos mais rígidos? Um pai não pode estar com a cabeça cheia de problemas e justo naquela situação lhe faltar as forças e a vontade para dar-lhe um corretivo ali na hora, quando o que mais lhe apetece é mandar tudo a puta que o pariu?
Quando convivemos mais tempo com uma criança, podemos de fato fazer conjecturas a respeito de sua educação, se é bem ou mal gerida e como faríamos nós naquela situação. Acontece que é apenas uma idealização, não somos nós ali 24 horas por dia, não somos nós que ficamos, somos (eu era) os que viram as costas e voltam para a nossa casinha bem arrumada, silenciosa e sem birras. Esta é uma daquelas coisas na vida em que se diz: depois que passares por isto, conversamos. Não adianta meus senhores andarem a criticar e a julgar com base em futuro do pretérito ou estarem colados ao passado (a nossa mente tem uma tendência para desvio a fim de confirmar nossas crenças). Agora uma coisa posso dizer:  preparem a vossa garganta para os sapos que eventualmente passarão por ali.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

As fraldas e os filhos (agora aguentem)

Há uma crença geral de que se a criança está em uma creche convivendo consequentemente com outras crianças ou se está rodeada de irmãos, será mais fácil imitar o comportamento de deixar sua "manufatura" no lugar devido. Acontece que do pouco, que acreditem já é o bastante, que tenho visto e lido, relativiza esta crença. O coco e o xixi, suas primeiras obras primas, estão muito mais simbolizadas individualmente através da maturação emocional e por sua vez pessoal do que relacionadas única e exclusivamente ao meio social em que esta se encontra. Portanto minhas caras, não é lá por ter irmãos ou por ter outras crianças para brincar que isto será mais rápido. Ele até tem um irmão para lhe ensinar, mas o irmão tem 28 anos e está sentado no computador com sua barba espessa, acho que pouco lhe diz sobre imitação. 
Os xixis são muitos, às vezes ele nem se importa se está molhado. Estas últimas não avisou. O coco é sempre embaixo da mesa. Já tentei que fizesse no vaso, mas ele não quer de jeito nenhum, tranca. Resolvi deixar ele fazer na calça mesmo. Depois que cai no chão, eu junto e pego ele pela mão para que veja o coco indo para a casinha dele. Sinceramente não sei se estou fazendo certo, só sei que cansei de esperar que chegasse a hora, porque a hora não ia chegar antes de vir o inverno.  

#desabafo

Por mim não me importa que o Fabian use fraldas com 18 anos. Desde que seja ele a pagar.

Once upon a time





Esta é uma das coisas de que não me arrependo. Uma sessão de fotos é uma recordação para toda a vida. Pena não ter dinheiro para mais enquanto o Fabian ainda tem graça. Sim porque depois dos 3 anos as crianças perdem aquela fofura, aquele rostinho de bebê e já não fica tão legal. Ele fez dois ensaios, um com três meses e outro com seis. Até hoje olho para aquelas fotos e acho que foi um bebê muito bonito, daqueles bebês Jhonson, mas sem os olhos azuis. E por mais que se faça registros caseiros não fica a mesma coisa. 

sábado, 19 de janeiro de 2013

Em São Leopoldo de novo

Arrisco-me a dizer que depois das cólicas esta seja a fase mais temida pelas mães. Alguém sabe do que estou falando? Do desfralde, pois claro! Atire o primeiro penico quem nunca arrancou chumaços de cabelo a cada vez que os queridos teimavam em fazer suas necessidades no chão e não no modelo de última geração do sanitario com música, luzes e discoteca?
Hoje foi o primeiro dia de desfralde à sério. E o resultado: vaso sanitário 0, calça do Fabian sete. E depois ainda perguntam porque não quero ter mais filhos.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

É ele, sempre ele


E cada vez me convenço mais..."quem não gosta de samba bom sujeito não é", e também..."quem não gosta de de samba ou é doente da cabeça ou doente do pé"! Nem que seja para ouvir este gato lindo cantar: deixa eu te amar, faz de conta que sou o primeiro, já vale a pena. Pelo menos para mim já é suficiente para me apaixonar (mais) pelo samba.



quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Nunca nos aconteceu

E hoje fomos comprar um celular para a minha mãe, tipo meninos de recado, pois que ela não deve sair de casa. Chegamos perto do shopping e vejo três carros da polícia. Virei para o marido, mas continuamos porque achamos que havia confusão no prédio comercial ao lado, já que era ali que estavam mais policiais. Descemos para o estacionamento, vimos algumas pessoas a deixar o local. Seguimos em frente, subimos na escada rolante e ao chegar no primeiro piso, uma enorme capa preta a tapar a visão do resto das lojas. Um monte de seguranças, homens de terno preto com fones de ouvido, alguns policiais de elite. Oi? Uma fila de gente louca para pagar o estacionamento e se pisgar dali. Haviam assaltado uma joalheira e fugiram com refém, alguns minutos antes. E havia uma bomba.  Homens do esquadrão de elite tentavam desativá-la. E a nós nada foi explicado, apenas víamos as pessoas saírem apressadas, os funcionários das lojas correrem, as portas a serem fechadas. Ainda bem que ainda restavam alguns minutos, assim rodamos nos calcanhares e saímos dali. Parece que conseguiram desativar a bomba e soltaram os reféns em outra cidade próxima. E escapamos a tudo porque eu tive muita preguiça de sair antes. Sim, meia hora fez toda a diferença. E quanto ao celular, compramos na mesma, mas no shopping do outro lado de Porto Alegre.

A sorte às vezes somos nós que fazemos

Engraçado as mães reclamarem que seus filhos com muito mais de um ano não comem nada sólido. Mas afinal porque é que dão tudo triturado para as crianças? O meu desde que enfiou uma colher de comida na boca, que come tudo amassado e com pedaços. Assim nunca houve problemas com os sólidos. Pode ter sido um pouco de sorte, porque o rapaz não é nada chato para comer, mas talvez seja também porque contribuí para isto. 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O idiotam


Esta é muito boa! O instagram virou uma espécie de diário fotográfico da vida de um proprietário de um ou mais aparelhos do famoso fruto proibido. Com o perdão da palavra, proibido deveria ser algumas pessoas terem um destes. Sim porque somos brindados constantemente com fotos em close, sorrisos no espelho, foto de olha-só-o-que-estou-comendo-agora, me, me and me again. Mas o engraçado, que enfim não tem graça nenhuma, é que as criaturas acham que estão abafando na sua mais nobre posição, porque deve haver uma separação das pessoas que tem um iPhone e as outras. Só pode. É uma forma de subir de status, não te contaram? Agora não é a fulana. Agora é a fulana com um celular com capa de glitter, todo rosa choque. É...hoje as peruas não vestem mais o seu chihuahua. Agora vestem iPhones.

Em casa de ferreiro...




Espeto de ferro sim, senhora. Pelo menos na casa do designer Steve Kuhl. O quarto que ele projetou para o filho de 9 anos, é algo impressionante.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Eu to ficando velha, eu to ficando louca



É assim...28 anos, mas eu quase diria que se pode inverter os números lol. Ao menos o dia é meu, todo meu e ainda bem que não conheço ninguém que faça aniversário hoje, o que reforça a crença de que o dia é mesmo só meu. Parabéns para mim então! E nem vem tirar meu riso frouxo com algum conselho, que hoje eu passei batom vermelho..."eu queria ter a alegria como dom e em cada canto ver um lado bom".

Odeio ser mãe

Além do que já tinha dito aqui sobre as pessoas procurarem no google "porque quero ser mãe" e virem parar aqui, descobri ha pouco tempo que também vem quando digitam "odeio ser mãe". Como imaginava quando escrevi isto, não sou a única a não gostar de ser mãe. Eu gosto do meu filho, sei que não tem em absoluto a ver com ele. Sou eu simplesmente. É como se algo em mim estivesse quebrado, ou seco. Descobri-me incapaz de dar amor. Não tem só a ver com egoísmo, com a vontade de ser eu, o eu que era antes dele. A verdade é que 90% do tempo não gosto de ser mãe. E repito, não é por ele, é por mim. Agora estando aqui com a minha mãe, tenho reparado no quanto me irrita alguém depender de mim. Fico revoltada, irascível muitas vezes. Não gosto de dar de mim. E pergunto-me o porque. Não fui uma criança mal amada, sempre tive cercada dos meus avós e padrinhos, e embora ache que a minha mãe não deu o que eu achava que merecia, sei que no fundo, do jeito dela, gosta de mim. 
Um filho muda tudo, isto muda. Meu casamento não ficou horrível, mas ficou diferente. Antes tínhamos todo o tempo para nós. Eu tinha um marido que me mimava, que fazia todas as minhas vontades e hoje tenho que dividi-lo com o meu filho. E tantas vezes tenho que contentar-me com o tempo que sobra quando o Fabian dorme. Mas isto acontece com todos os casais e não é desculpa para sentir-me assim. Realmente queria poder ajudar estas mães que como eu, sentem-se desenquadradas e doloridas  pelo fato de não conseguirem o que é suposto serem. E dói muito. Porque sentimentos não são coisas que se podem forçar. Existe um processo de conformismo, mas é um longo caminho para se chegar à aceitação e sabe-se lá ao amor. Será que por não amarmos nossos filhos não conseguiremos amar ninguém? Será que só existe esta forma de amor incondicional? Porque machuca tanto vermos esta filosofia espalhada descaradamente de que ser mãe é a melhor coisa do mundo, de que só depois de ser mãe se descobre o que é amor, de que existe algo qualquer de maravilhoso a que não fomos incluídas e para isto não se tornar mais vergonhoso, temos de fingir? Porque a saída é fingir e não ir ao fundo destas questões? Atenção que aqui não falo de mães modernas que sentiram-se "obrigadas" a ter filhos, falo de mulheres que queriam ter desde o início, mas que por motivos diversos não gostam desta experiência. O que podemos fazer a respeito disto? Um grupo de ajuda? Existe alguma forma de luz no fim deste túnel? Alguma espécie de odeio-ser-mãe anônimas? Digam qualquer coisa se há alguém aí nesta blogosfera a escutar-me.

* as meninas que estiverem interessadas, temos um grupo secreto no facebook. Mandem email ou comentário com o link do perfil para serem adicionadas. Obviamente não será publicado. Não esqueçam de olhar na pasta "outras" de mensagens do facebook, pois como o grupo é secreto, preciso adicioná-las ao meu perfil.

Editado:

POR FAVOR olhem na pasta outros das mensagens no facebook! Muitas meninas mandam os links mas não obtenho resposta...

Você percebe que é diferente quando...


As histórias que inventava para as bonecas passam pela Barbie trair o Bob com o Ken, a Skipper andar a se atirar ao tio, o Tommy ser uma peste de criança, e o Ken depois de descobrir tudo, virar alcoólatra. Deve ser por isto que as minhas amigas não se cansavam de brincar comigo.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Conta aqui pra tia

É certo que as pessoas tem o livre arbítrio para escolher quantos filhos querem ou mesmo se não quiserem nenhum. Agora sabe o que enjoa, o que já está batido demais, é esta história do "aconteceu". É porque o "aconteceu", acontecia era no tempo dos nossos avós e às vezes no tempo dos nossos pais, que os métodos anticoncepcionais eram mais falhos do que os de hoje. E é incrível que  ainda exista gente que acredite na tabelinha. Sabe como se chamam estas pessoas? Pais. O meu marido teve os dois filhos por causa da tabelinha e só andava armado no período fértil. Olha que resultou nisto. Mas hoje caramba que não há desculpa para surpresa destas. Quero ver juntar pílula+ camisinha ou injeção de hormônio + camisinha feminina ou ainda DIU + anticoncepcional masculino. Quero ver sair alguma coisa daí, se sair, podem chamar McGyver. Ah e para tudo ainda há a pílula do dia seguinte caso por algum motivo porre bebedeira não foi possível se proteger. Portanto, só engravida quem quer (refiro-me a quem faz sexo voluntariamente, não a estupros ou coisa do gênero). Se engravidou, é porque de alguma maneira queria engravidar. Quem não quer mesmo, de jeito maneira, niente, pas du tout, não engravida. Simples. Então assumam lá que no fundo queriam mais um filhote e deixem com estas desculpas de que aconteceu. Tem certas coisas na vida, que só acontecem se a gente quer. E graças à ciência, filhos é uma delas.
Ps: quem não quer mesmo, faz vasectomia ou ligamento de trompas, embora o primeiro seja muito mais simples e ainda é financiado pelo governo.

Onde termina o "eu"?



Esta pergunta foi feita por um professor alemão durante o período que frequentei a faculdade de Psicologia. Afinal onde terminamos e onde começamos? Eu sou a mesma pessoa que se relaciona com o marido e também a mesma que sou com a minha mãe ou com uma amiga muito próxima? Comporto-me e sinto-me a mesma quando estou em casa com a família, quando estou no cinema ou quando estou sozinha no quarto? Sendo eu uma pessoa muito individualista, estas primeiras questões foram vistas com desagrado, porque sempre pensei na unicidade do Ser e acreditava piamente na minha personalidade. Mas isto fez-me refletir. Realmente não sou a mesma quando estou com uma pessoa que amo do que com uma que me faz o estômago se estrangular. Não sou a mesma quando estou entre amigos do que quando estou em uma sala de aula rodeada de dezenas de desconhecidos. Posso descrever-me como tímida nesta última situação, mas ao mesmo tempo sou impulsiva e também muito prática e segura quando tenho de tomar decisões. Então é um fato a ideia de que mudamos e nos adaptamos conforme o ambiente. Inclusive um animal pode ter um comportamento diferente de acordo com as pessoas que lidam com ele (vejam o "encantador de cães").  E se um animal irracional que é um ser menos complexo que nós, isto é notável, então hoje parece-me perfeitamente possível o fato do (meu) "eu" não terminar em mim. Isto faz sentido? 
Quando nos relacionamos com alguém pegamos emprestado algo de sua energia, de sua personalidade e deixamos a ele também algo nosso. Relacionar-se com alguém é uma via de duas mãos, há sempre troca, mesmo que seja inconsciente. É por isto que não acredito em ódios e antipatias gratuítas. Nós sempre temos alguma responsabilidade por aquilo que recebemos. E é isto que tento aplicar em mim. Não gosto da palavra culpa. A culpa nos remete a um ciclo de vergonha e punição e isto não nos faz avançar, pelo contrário. Mas gosto da palavra "responsabilidade", ela está ligada as consequências de minhas escolhas e tanto podem ser boas como ruins. 
Tenho a tendência de me isolar na minha dor, na minha raiva, na minha angústia. E isto é uma das coisas com as quais tenho de lutar para sair deste poço sem fim. Acontece que não acredito em sair e não olhar para trás, porque isto me cheira a camuflagem. Acredito em escutar este meu lado revoltado, afinal o que é a revolta senão a busca pela compreensão? E escutar implica em falar sozinha e me ouvir, sentir aquela dor, chorar...dar um tempo para mim e depois sim partir para outra. Mas quando achamos que estamos em outra, vem alguém e puxa-nos aquele dark side que achamos que já não nos pertencia mais. E qual é a reação mais rápida que chego? A de que sou uma coitada que sofro e que sou injustiçada porque as pessoas não veem que mudei. Mas afinal como dizem por aí, só tem de mim o lado que merecem. Não, eu não termino em mim, no meu braço ou nas pontas dos meus dedos, ninguém cabe em si mesmo. E de certa maneira todos tem de volta um pouco do seu "eu" nas relações que lhes tocam. E deve ser por isto que precisamos dos outros para vermos a nós mesmos.

Impressionante

Estamos cada vez mais perto da realidade do filme A.I.. A cara de choro é muito realista e a de surpresa também. Daqui a umas décadas estaremos programando robôs para amar? Já não duvido de mais nada.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Os signos

Como já disse, de todas as religiões que conheço, identifico-me mais com o Espiritismo. Acredito que temos muitas vidas e que estamos em constante evolução. As injustiças terrenas que vemos são obstáculos que nós mesmos herdamos do passado, através de nossas próprias escolhas. Agora sempre teve uma coisa que me intrigou e isto são os signos. Não sou muito adepta destes horóscopos diários, acho uma grande baboseira. Mas quanto as características principais de cada signo e a sua ligação a um dos quatro elementos da Terra, vejo muitas semelhanças. Não creio que o dia e a hora em que nascemos determina qualquer coisa, mas acho aqui entre nós que deve existir uma forma de categorização espiritual conforme as singularidades mais evidentes de cada um e daí a sua programação para renascimento no corpo físico respeite os meses correspondentes. 
Eu sou do signo de capricórnio, fortemente ligado à terra, que valoriza a segurança e os bens materiais. O marido é de aquário, do ar, é como anda sempre às voltas com sonhos e mais sonhos. Somos um a puxar o outro, eu a trazê-lo para a terra e ele a elevar-me um pouco mais para o céu. E agora temos um leão, do fogo. A terra apaga o fogo e o ar possibilita sua existência, tal e qual a nossa relação com o Fabian. Poderia ficar horas divagando sobre isto e pensando em exemplos que poderiam ilustrar esta minha "teoria". A verdade é que vejo em cada crença um pouco de sentido. E quanto mais abrangente e tolerante, mais me sinto atraída.  Tenho vontade de estudar novamente livros espíritas e budistas. Não que tenha grande paciência para meditação, mas acho que ajudaria na minha ansiedade, estar a aprender coisas novas e ao mesmo tempo tão velhas.

E se...?

E se o mundo dos bloggers fosse como a vida real? Seria assim:






Lulu fechou a janela do quarto da filha com persianas ultra resistentes. Mandou colocar insufilme nos vidros para que ficassem espelhados e escuros para quem visse de fora. A filha de Lulu só pode frequentar a sala e a cozinha (peças com janelas amplas e sem proteção) se usar uma máscara da Tinkerbell com os olhinhos furados para que veja alguma coisa. Lulu só permite que vejam suas roupas, seu vestido de bolinhas brancas e vermelho que usou para o Natal. Lulu trata a filha pela sua inicial ou às vezes lhe chama por apelidos quando está sob observação. Às vezes Lulu vai ao contador e vê que recebeu mais de cem olhares aquele dia. Por vezes algumas dezenas lhe batem à porta, para dizer que sim ou que não (mas a maioria das vezes que sim), a comentar sobre alguma pergunta que ela lhes fizera enquanto estava no sofá da sala e o homem-mais-perfeito chegou. Lulu também recebe algumas criaturas mal intencionadas. Elas vem de máscara de esqui, batem à porta e lhe dizem desaforos, criticam seu modo de agir, a educação que dá para sua filha, o seu jeito de pensar alto para que eles escutem. Ela quase nunca os deixa entrar, às vezes responde e às vezes instala um sensor para máscaras de esqui na porta. 
De todas as coisas engraçadas que lhe aconteceram desde que resolveu deixar as portas e janelas de sua casa aberta, foi as pessoas a tocarem na porta e deixarem bilhetes: visitem a minha casa. Lá também tem janelas para ver. E tem gente para pensar alto também. Pensar com palavras. Ela sorri e vai. Outras vezes não retribui a visita por pura preguiça. Cada casa tem as suas regras e algumas chegam a ter demais. Outras de menos. Algumas parecem casas de alterne, com luzes neon e, outras parecem conventos e também há aquelas que são como aqueles filmes. Tudo está sempre no lugar. Lulu desconfia que não. Será que devem chorar para o banheiro? 
De qualquer maneira, deixar as janelas abertas foi uma decisão sua, pois também gosta de olhar para a casa dos outros. Lulu que se chama Sonia apenas para os íntimos (os que possuem passaporte diplomático para o seu mundo), acha estranho e perturbador o fato de que a internet transformou-os a todos em voyeurs digitais. E até talvez a culpa seja sua, pois mesmo quando estão dormindo, há pessoas a espiar pelas cortinas os fantasmas deles que lá ficam a nutrir-lhes sua sede de vida.

Pois então

E aquelas pessoas que moram sob o mesmo teto com o companheiro há anos e insistem em chamá-lo de namorado? Ó minha filha, não estamos no século retrasado sabia disto? Não é preciso papel, é só juntar as escovas de dente e pronto. Viu que simples? Ah e depois tem outras que chamam de namorido. Bah...só me ocorrem dois pensamentos: acham que estão vivendo em pecado ou querem permanecer virgens até o casório? Aff depois a conservadora sou eu.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Uma relação precisa de dois

Um pouco óbvio, não? A menos que possa considerar como relação a conversa que tenho comigo durante todo o tempo e que ninguém ouve. Mas sim, uma relação precisa de dois. E um comportamento precisa de outro para coexistir. O que quero dizer com isto? Quero dizer que uma pessoa só tem juízo de nós sobre nossas ações. Pessoas não lêem pensamentos, mas enxergam atos. E o que elas e nós observamos vai ser na maioria das vezes os moldes com que iremos nos relacionar. Simples ação da física: ação gera reação, que gera ação novamente. E a tendência é que um comportamento sufocante e dominador vai achar o seu comportamento submisso. Um comportamento cuidador, vai achar algum que queira ser dependente de cuidados. Descobri também que me é impossível me fazer entender a minha mãe. Não há diálogo entre nós, apenas um irritante monólogo em que escuto sempre as mesmas coisas. Hoje meu padrasto amputou o dedo e ela vem me dizer coisas de anos e anos que eles não conseguem resolver como se fosse problema meu. Sugeri-lhe que fizessem terapia de casal e a resposta dela: mas eu já faço terapia. Sim, mas se quer mudar alguma coisa, é preciso ser os dois a querer. Mas ela não se interessa nem um pouco, quer é mudar o marido. E eu disse-lhe, ou melhor tentei dizer que o comportamento crítico, super protetor e dominador, reforça o comportamento comodista, irresponsável e imaturo dele. Não gasto meus cartuchos com ximango, o que é o mesmo que dizer para não se atirar pérolas aos porcos. Não quero ter o papel de salvadora da pátria, que por si mesma já é uma luta inglória e vã, mas porra, parem de me encher os ouvidos. As pessoas querem que o mundo se adapte a elas e só. Eu até acho que me daria muito jeito nisto, mas não dá. Ao menos tenho um blog, e acho que os outros deveriam fazer alguma coisa a respeito de sua frustração. Algo como sei lá, fazer jardinagem, tricô, aula de boxe. Sei que não é fácil mudar um padrão de comportamento, e deve ser por isto que os opostos se atraem, pois o modo como o outro me vê, reflete no que sinto e ajo, assim por diante. Talvez esta relação sufocante me faça querer ser cada vez mais silenciosa e distante, digo até indiferente. Quanto mais ela me cobra, mais me esquivo. Quanto mais me exige amor, mais fria sinto-me. E estou um pouco esgotada para lutas, mas estranhamente vejo-me revoltada e incapaz de ter qualquer tipo de empatia com outra pessoa. É verdade que uma relação precisa de dois, mas precisa também de que cada um tenha o seu tempo para mudar. E tenho notado meu tempo tão apertado...

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Onde é que já vi este filme? Ah sim, já sei.

E mais uma vez isto acontece. Mais um casal a desistir de um filho porque ele não era bem isto que queriam, os médicos praticamente os empurram contra a parede com base em achologia visto que não sabem a extensão da doença. E sabe-se que nestas lides o melhor é não arriscar, não é mesmo? Agora não me venham com este papo de amor incondicional o caramba. Egoísmo, isto sim. Comodismo. Medo. Raiva. Negação. Tem muitos nomes para isto. Agora amor, não, por favor. O amor aceita. Tudo. 

Que foi bom, foi

Simplesmente adoro ver a cara do Cristiano Ronaldo a perder uma bola de ouro. São daquelas coisas que não tem preço. Não é lá pela nacionalidade dele que penso deste modo, já que se fosse por isto, sendo o Messi argentino, não estaria feliz com ele ter ganho. Eu acho que futebol não é somente jogar bem, fazer gols, pois muito vai depender da pessoa que está por trás daquele personagem. E sinto muito, mas como pessoa e consequentemente como profissional, o CR tem que crescer muito. Não quer dizer que tenha que esconder esta personalidade mesquinha e enfadonha que já não combina com a sua idade, mas pelo menos deixar a rabujice dentro de casa e calar a boca quando tem que ser. 
Lembro-me do Romário quando era criança, achava-o um bom jogador, no entanto, este ego inflado só atrapalhou sua carreira. Vejo que o mesmo está acontecendo com o Neymar. Tá são bons a fazerem dribles, a fazerem gols, mas daí a se acharem a bolacha mais recheada do pacote, ninguém merece. Se até o melhor jogador do mundo, que todo mundo sabe que é o Pelé, sempre foi u,a pessoa humilde, porque estes jovens acham que são grande coisa? Quero ver é jogarem com aquela roupa simples de algodão ao invés dos tecidos high tech, quero ver calçarem aquelas chuteiras de couro duro, sem a leveza e tecnologia dos Nike e sem o preparo cuidadoso e cirurgias e tratamentos quando se arrebentam em campo. Quero ver CR, quero ver Neymar, quero até ver Messi nestas condições. Hoje ser craque é infinitamente mais fácil do que nos anos 50. Não quero dizer que hoje não existam talentos e que tudo é fruto da tecnologia, no entanto, não sou ingênua a ponto de pensar que tudo seja apenas porque são execionais. Além disto, há toda a mídia e interesses por trás destes prêmios, e neste caso, aconselho o CR a contratar um relações públicas, ou um psicólogo vá lá. Só alguém muito bobo para não saber que futebol vai além do gramado.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Eles andam aí

Nunca vi chineses no Rio Grande do Sul. Sei que na altura da segunda guerra houve fluxo migratório de japoneses para são Paulo e interior do nosso estado. Mas agora com  o crescimento do Brasil pipocam lojas de chineses por tudo que é parte. No centro da praia contei cinco, sendo que duas delas eram realmente grandes. Ontem estive no hospital e vi quatro chineses à espera de atendimento. Só um deles falava português e servia de tradutor ao grupo. Meu padrinho que mora no maior condomínio da cidade com mais de dois mil moradores, disse que o prédio foi invadido por dezenas deles. Pudera, está localizado perto de duas universidades. Se é assim, até nossa terra que é na pontinha do Brasil tem atraído imigrantes, imagino como está o resto. De coração, desejo-lhes sorte, não deve ser fácil viver em um lugar que não se sabe a língua nem nada. 

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Ai a magia dos Giveaways

Se sortearem um Mercedes, eu participo. Juro.


Acho um bocado besta isto de dar presentes para desconhecidos. Sei lá. Mas como as relações tem vindo a mudar com o mundo digital, porque seria diferente com os blogues? Só não entendo, a mim parece que estão ali a esmolar atenção. Do gênero vou sortear um bibelô de elefante da minha avó ou umas meias que ganhei no natal, um livro que já li ou um brinco usado (que ninguém precisa saber). Ninguém pensa em dar um celular de última geração nem um carro popular. E depois para participar é preciso gostar de  mim no facebook, gostar da minha sogra, do meu cachorro, espalhar este concurso, fazer propaganda com um cartaz no pescoço dizendo: "I love blogue ....." e postar a foto no seu perfil do facebook. Ser seguidor, acho justo. Mas dispensa-se esta ladainha toda só por uns...umas...bugigangas? Não, minha alma vale mais que isto, sorry. Aqui neste blog não há publicidade nem giveaways. Quer quiser ler que seja porque quer e quem não quiser que se vá. Simples assim. E indolor. Afinal não ser cool não dói nada.

Bem feitoooooo

Tem algumas situações que não consigo ter a mínima pena das "vítimas", mas vou resumir em duas: cair em um golpe e morrer por causa de um esporte ou atividade de risco. Aí vem chorar nos jornais porque caíram nas mãos de um estelionatário porque tão somente queriam levar vantagem, dar uma de João sem braço. E eu penso: bem feitooooooooooo! Ou aquela velha história de alpinistas que morreram tentando escalar o Everest. Bem feitoooooooo! O que leva uma criatura a enfrentar temperaturas de 30º negativos, arriscando a perder os dedos, a congelar o nariz...a morrer?
Às vezes tenho pena de quem é pego por um acidente e tals, mas sinto muito, não tenho pena de pessoas estúpidas. Nem do Senna. O cara fazia o que gostava, ganhou dinheiro arriscando a vida a cada vez que corria a 300 km/h e era suposto eu sentir pena? Acho que ele era uma pessoa de bom coração, no entanto a verdade é que as pessoas estão mesmo sujeitas a isto. Quando alguém faz tão pouco da sua vida ou é tão idiota que alguém lhe bate na porta com o melhor negócio como se fosse a  pessoa mais sortuda do mundo, tá merecendo achar o que procura.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A mãe do Leão é Capricórnio

Não sou definitivamente aquele tipo de mãe que passa a mão na cabeça do filho sempre que sim e que não. Eu havia prometido para mim mesma que isto não aconteceria comigo, ou seriam anos de suposições e teorias sobre como educar o filho dos outros por água abaixo.  Pois então o Fabian anda naquela idade boba em que simplesmente não consegue abdicar dos brinquedos, tudo é meu, é meu, é meeeeeeeu! Nestas situações busco ele para um canto e lhe digo bem séria que deve dividir os brinquedos com os amiguinhos e caso contrário vamos embora para casa. Ele amua, às vezes cede e às vezes não. É por esta razão que prefere crianças maiores, geralmente elas tem mais paciência e desistem mais fácil por ele ser pequeno. Mas hoje o Fabian brigou com um menino de uns 5 anos e eu fui lá para explicar-lhe que não se faz e tal, para bla bla bla, dividir, deixar o menino brincar, etc. Acontece que o menino começou a implicar com o Fabian, fechava a porta para ele não entrar e eu só de longe olhando. Dali a pouco o Fabian parado e vejo menino apertar com raiva as bochechas dele duas vezes. Basta. Levantei nos calcanhares e o guri a sair rastejando no chão ainda desapercebido da minha raiva que crescia quanto mais se aproximava dele. Agarrei-lhe o braço não tão forte quanto gostaria e lhe disse com os olhos mais arregalados e a boca mais apertada que pude: "pára de bater no meu filho, tá entendendo? Eu não quero mais te ver batendo nele, ele é menor que tu." Faltou o palavrão de costume, mas me controlei. Ah porra. Xingo o filho dos outros sim! Xingo memu (sotaque de pobre do morro)! Os pais estão ali sentados sem fazer nada? Eu tendo a ser justa, corrijo o meu, mas se não fizerem o mesmo com o deles, então eu faço. Depois a mãe veio reclamar para o meu marido que ralhei com o João Vítor, ao que o marido respondeu-lhe bem o porque de tal ataque. Sou assim, não sou uma mãe coruja, mas sou uma mãe caprina. Quero que meu filho aprenda a se defender, que nunca comece uma briga, mas que saiba dar um soco no nariz daquele que quiser lhe machucar. Quero que ele caia, que tenha seus roxos de infância, que não precise de mim a todo o momento para lhe dizer que está tudo bem, mesmo que esteja sendo mal educado. Talvez eu seja uma mãe à moda antiga. Ou talvez esteja sendo mãe, porque mãe não é amiga. Mãe é mãe. E é chato ser mãe. 

Adeus praia

Acabou nossa temporada na praia. Amanhã a mãe vem para nos buscar e vou ficar um tempo com ela. O marido vai para a casa da mãe dele e eu só vou para lá quando ela vier para Capão. Hoje foi dia de limpar a casa, botar mais tralha no lixo, limpar vidros, banheiro, etc. Quando voltar, tenho de ficar na mãe para ajudar ela, ou melhor, os cachorros, cuidar deles enquanto ela está no hospital fazendo um procedimento no corte da cirurgia anterior. Para completar o meu padrasto vai amputar o dedo do pé, e sabe mais se não vai precisar o pé todo. Ele está cada vez pior, agora mal consegue andar. Mas não muda por nada. Deveria cuidar da diabetes, fazer os exames, aplicar direito a insulina, mas não. Come doces desesperadamente, não sei mesmo se o Fabian vai ter avô por muito tempo. E já só tem este porque o pai do Fernando morreu há uns sete anos...
E agora que o ano começou decidi que vou cuidar mais de mim. E vou me inscrever numa academia porque sei que não sou de dietas e até quando treino fico menos propensa a estes ataques de ansiedade. Ah vão a merda, to sempre me sacrificando, mas agora chega. A minha academia é sagrada, é o meu sanatório! E só não vou poder ir antes porque tenho isto para resolver em Porto Alegre. Depois, não sei bem. Provavelmente passo janeiro todo em São Leopoldo e aí é a prova de fogo se o marido vai mesmo ficar no Brasil. Se não chamarem até o dia 31, então é Paris. E eu pego de novo minhas muambas e o Fabian e volto para a casa da minha mãe. Sabe esta vida de cigano cansa e muito. Mas eu quero acreditar que está chegando ao fim, não é possível meu Deus que esta situação se prolongue por mais tempo.

Dizem que não devemos julgar...mas imaginem!

Imaginem que são péssimos alunos, que rodam não uma nem duas, mas três vezes na mesma série. Imaginem que estão no melhor colégio que há, que tem as melhores roupas, os melhores tênis. Imaginem que podem fazer festas até alta madrugada, regadas a vodka, a cerveja. Imaginem que desde os 17 anos tem direito a cama de casal no quarto, que podem levar a namorada sempre que quiserem. Imaginem que podem insultar os vossos pais quando der na telha. Imaginem que podem viajar, que podem ir aos shows mais caros. Imaginem que tem ipad, iphone e galaxy S3. Imaginem que apesar de os vossos pais andarem a tirar empréstimo para passar o verão "bem", nunca deixam de vos dar a mesada. Imaginem que deixam que dirija sem carteira de motorista. Imaginem que só agora que tem idade, eles paguem as aulas para a licença. Imaginem que mesmo sem ter concluído, eles vos ofereçam um carro. Agora imaginem a minha cara. Imaginem que isto tudo é verdade. Porque é. Esta é a vida do meu primo. Sim, que bela educação. Há certas pessoas que passam na nossa vida só para nos ensinarem o que não fazer.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A revelação

Precisamos conversar ele disse. Agarrou o copo das suas mãos e pousou sobre a mesa depois do jantar. Ele suspirou, balançou a cabeça como se isto fizessem as palavras saírem mais rápido e lhe disse mais seco do que previra:
- Eu te traí Helena. 
Houve silêncio. Ouve. Os olhos encaravam o chão, mas as mãos continuavam frias agarradas no seu braço. Mania tinha ele de lhe encostar quando falava, de tocar em seu cabelo a fazer espirais tal como uma amiga de infância fazia quando chorava. mas as mãos estavam inertes, agarradas. Ela tinha a boca seca. Pensou em servir mais vinho. Imaginou o líquido descer vermelho sem pudor sobre a transparência cristalina, resultado da doença obcessivo-compulsiva da empregada. Salpicos de vinho sobre o copo e no fundo jaze a sua morte. Ou a dele. Depende de quem olha. Mas não o fez, o vinho continuou repousando sobre a toalha de detalhes dourados, ainda tinha as iniciais da sua avó bordadas nos cantos. O que faria ela se ainda estivesse aqui? Perdoava? Perdoava. E ela?
O homem desta vez procurou os seus olhos e temia que não sairia daquela mesa sem uma resposta, nem que fosse um não. Ao invés do silêncio alguma coisa levantou-se ao seu favor e pediu-lhe o corpo para falar:
- Quero que me conte.
- Conte o que?
- Quero tudo, nomes, detalhes, datas. Quero saber como foi. Quero saber se valeu a pena.
Ele intimidou-se, visivelmente desconcertado:
- Mas de que adianta saber? É para ficares com mais raiva? 
Ela manteve-se firme. Sem enredo a história entre eles chegava ao fim. E ele sem avistar qualquer saída, acatou-lhe o pedido e começou a contar a primeira vez, enquanto tomava largos goles. Queria vodka ao invés de vinho. Vodka deixava tudo absolut não?
E a mulher bebia os detalhes, iria embriagar-se em hotéis fedorentos, em oportunidades buscadas entre o horário de almoço, entre viagens a negócio, entre corpos dos mais variadas formas. Loiras e baixas, cristãs e lolitas, estavam ali todas elas nuas, expostas a curiosidade da mulher traída. Ela nada dizia, nem seus olhos. Nenhuma réstia de aprovação ou desagrado. Talvez ela pudesse ser da guarda da rainha e nunca lhe dissera. No final, suava pelas têmporas e o peito. Sentia os cabelos grudados embaixo da camisa cinza. Ela esperou que se confirmasse mesmo o fim de toda sua luxúria e lhe disse sem pudores com a mão em seu sexo:
- Quero foder você agora.
Ele sequer acreditava no que ouvia/sentia. Aquela mulher depois de tantos anos ainda conseguia lhe surpreender, mas quando levantou-se já a lhe apalpar o traseiro, ouviu a sua voz, ainda sem se virar:
- Amor, chega. Está ótimo, esta já é a quinta vez que encenamos isto. Vai dar tudo certo no teste amanhã. Só queria saber quem escreveu isto, provavelmente alguém que nunca tenha sido traído.
- É...mas tu perdoavas?
Ela em um olhar rápido virou-se para o quarto sem lhe responder.