É assim que me sinto, fechando um ciclo e recomeçando outro. Não lembro onde, mas li uma vez que os ciclos tem em média sete anos e fazendo as contas é bem significativo, pois só agora consigo ter a maturidade que faltava para dar esse passo. Meu sonho desde a escola era fazer psicologia. Era eu quem escutava as amigas e sempre tinha um conselho útil ou uma observação para dar. A medida que o tempo foi passando, a ideia foi sendo substituída por outras áreas, letras, pois gostava de escrever e história. No vestibular escolhi psicologia como primeira opção e história como segunda. Não havia estudado muito, visto que ia fazer só para perder aquele "medo", mas passei em história. E fui fazendo, estudando, escrevendo e até gostei da ideia de me tornar professora. Porém vim para Portugal e me deparei com outra realidade. De certa forma até pior que no Brasil. Salários baixos, falta de segurança pois à princípio seria difícil ser funcionária e muitos ainda são recibos verdes, também com relação à disponibilidade geográfica. Essa história de ficar mudando de cidade ou região a cada ano é frequente. E além de tudo para reconhecer meu curso aqui, tinha que voltar a estudar.
Fiquei três anos em estado "vegetativo" por assim dizer. Trabalhei duas vezes em um lugar, mas com contrato de pouco tempo. No mais fiz um curso de inglês e de informática com alguma base de administração. Tive muita dificuldade em me adaptar, em gostar de viver aqui, aceitar as pessoas como elas são. E são bem diferentes do que imaginei.
Um dia falando com uma amiga, ela fez um comentário: porque não faz psicologia? Lá dentro acendeu aquela luzinha de desenho animado. Nossa, porque eu não pensei nisso antes?! Lá fui eu, me inscrevi na Universidade de Lisboa e surpresa das surpresas: consegui a vaga!!!
Estou na minha segunda semana de aula, com muita coisa para estudar, muitos amigos novos e muita esperança.
Sim, estou numa fase de grande mudança e um pensamento muito especial traduz o que estou passando:
"O primeiro passo para a mudança é a aceitação. Uma vez que você aceite a si mesmo, você abre as portas para a mudança. Isso é tudo o que você tem que fazer. Mudança não é algo que você faz, é algo que você permite."