domingo, 11 de outubro de 2009

Para minha irmã

É um filme espetacular que retrata a vida de uma família cuja filha mais velha sofre de cancer e em que a mais nova fora "projetada para salva-la". É uma perspectiva muito interessante, um olhar atual sobre o tema da ciência e ética. Até quando é aceitável, quando estamos indo além e inteferindo na natureza para atenuar o sofrimento humano? E quando essa situação envolve outro ser que será explorado até a exaustão para cumprir o seu papel...
Mas não é disso que trata o filme, Para minha irmã é um lição de vida, uma vida comum, com reações realistas. É uma coisa estremamente esquisita a tranquilidade que muitos pacientes adquirem quando veem a inexorabilidade da morte. E por mais que se faça não há volta. É um filme sobre amar, sobre deixar ir. Que é a parte mais difícil para quem fica. Claro que lembrei um pouquinho do meu vô, é inevitável...
Que é a morte para nós deste lado da margem senão a espera para reaver os nossos?

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Recomeçar


É assim que me sinto, fechando um ciclo e recomeçando outro. Não lembro onde, mas li uma vez que os ciclos tem em média sete anos e fazendo as contas é bem significativo, pois só agora consigo ter a maturidade que faltava para dar esse passo. Meu sonho desde a escola era fazer psicologia. Era eu quem escutava as amigas e sempre tinha um conselho útil ou uma observação para dar. A medida que o tempo foi passando, a ideia foi sendo substituída por outras áreas, letras, pois gostava de escrever e história. No vestibular escolhi psicologia como primeira opção e história como segunda. Não havia estudado muito, visto que ia fazer só para perder aquele "medo", mas passei em história. E fui fazendo, estudando, escrevendo e até gostei da ideia de me tornar professora. Porém vim para Portugal e me deparei com outra realidade. De certa forma até pior que no Brasil. Salários baixos, falta de segurança pois à princípio seria difícil ser funcionária e muitos ainda são recibos verdes, também com relação à disponibilidade geográfica. Essa história de ficar mudando de cidade ou região a cada ano é frequente. E além de tudo para reconhecer meu curso aqui, tinha que voltar a estudar.

Fiquei três anos em estado "vegetativo" por assim dizer. Trabalhei duas vezes em um lugar, mas com contrato de pouco tempo. No mais fiz um curso de inglês e de informática com alguma base de administração. Tive muita dificuldade em me adaptar, em gostar de viver aqui, aceitar as pessoas como elas são. E são bem diferentes do que imaginei.

Um dia falando com uma amiga, ela fez um comentário: porque não faz psicologia? Lá dentro acendeu aquela luzinha de desenho animado. Nossa, porque eu não pensei nisso antes?! Lá fui eu, me inscrevi na Universidade de Lisboa e surpresa das surpresas: consegui a vaga!!!

Estou na minha segunda semana de aula, com muita coisa para estudar, muitos amigos novos e muita esperança.

Sim, estou numa fase de grande mudança e um pensamento muito especial traduz o que estou passando:


"O primeiro passo para a mudança é a aceitação. Uma vez que você aceite a si mesmo, você abre as portas para a mudança. Isso é tudo o que você tem que fazer. Mudança não é algo que você faz, é algo que você permite."