Ah o Natal! O Natal é daquelas coisas em que ou se ama ou se odeia. Impossível ficar em cima do muro quando se trata dele, até porque o natal serve mesmo para testar a quantas anda a convivência com a família. Já sabes desde a adolescência que é particularmente difícil livrar-se daquelas reuniões afinal nem estar longe é desculpa suficiente. Das coisas que enfrentamos no Natal está entre uma delas a comida fria, a mesa ricamente decorada em que metade das coisas ninguém gosta, mas fica bonito para foto (amendoas, frutas secas, panetone, etc). O coitado do peru de pernas abertas enfeitado com fio de ovos e recheados com coisas que na verdade nem queremos saber. Também há o cd do Roberto Carlos tocando em looping, depois de gastar a Simone querida com "então é Natal" e em meio ao desespero da cena, há os parentes. Às vezes dezenas deles. São como aquela vez em que pegamos gripe com direito a nariz entupido, dor de garganta, dor de ouvido, frieira e hemorróidas. Não sabemos quem incomoda mais, é como o iron man da paciência. Eis a lista de situações que já deves ter passado em algum natal...
Então é verdade que você está dando mais que chuchu na cerca? |
Tia fofoqueira: este personagem nada faz a não ser olhar de alto a baixo e dar aquele sorriso de já me caguei enquanto faz perguntas e mais perguntas sobre como foi o ano, se estás namorando, se estás trabalhando, quanto ganhas, a curiosidade não tem limites. Geralmente a tia não escuta minimanente o que dizemos. Ela faz o seu próprio enredo porque fofoqueira que se preze tende a ser mais criativa que escritor de novela. Depois de sugar as novidades ela sai de cena entediada e procura outro para o mesmo fim. Solução: inventares tu mesmo o enredo, contar que estás tirando aulas de voo, que namoras o marido da tua vizinha, e que ultimamente andas com o teu ginecologista ao mesmo tempo. É só ver o queixo da tia cair e deixar um rastro de maionese no vestido florido. Depois te afastas com um "emagreceste né tia", quando se sabe que é justamente o contrário.
Não traumatiza o cachorro Alicinha! |
O primo/a mal-educado/a: pode ser filho da tia aí de cima. Este anjinho é usualmente tratado com o nome no diminutivo: Adolfinho, Ricardinho, Maurozinho sai de cima da árvore do avô. Não subas no capô do carro. Não puxes o rabo do gato, meu filho. E sempre são aquelas sentenças chochas em que a criança sequer pára o que está fazendo. Funciona como um olhem-me que estou a tentar ser boa mãe, mas o fulaninho não deixa. Solução: depois do Adolfinho derrubar a árvore de natal e conseguir abrir alguns presentes antes da meia noite, convide-o a ver o que o papai noel deixou para ele. Eu usaria o meu olhar bruxa da Branca de Neve para aconselhá-lo a parar com isto, caso contrário irei de noite buscar todos os seus presentes.
Quero ver quantos likes ganha o tio dançando lambada! |
Cunhado bebum: Sabe aquelas pessoas inconvenientes quando estão sóbrias, mas que conseguem se superar quando bebem? E quando cantam e te zapam para dançar enquanto passas com a farofa? E depois desatam a falar aqueles segredos cabeludos que todas as famílias tem, como o quanto a avozinha deu na mocidade, a virilidade do sogro ou a sua própria, quanto deus é justo, mas mais justo é ainda o vestido da fulana. Solução: Grave. Grave tudo. E depois coloque no facebook ou no youtube. Provavelmente na próxima ele vai pensar mais vezes antes de começar com a cerveja.
O que seria das lojas de meias no natal se não fossem as avós? Fala sério, alguém melhor para lembrar que as suas meias andam furadas e com elástico frouxo? Hein? Hein? |
Avó surda: Não adianta berrar, mesmo assim ela entende errado. A avó gosta de agarrar no braço para conversar e depois a conversa é mais ela falando e tu sacudindo a cabeça do que outra coisa.
Solução: concorde com tudo, mesmo que se tenha entendido que ia casar com o açougueiro ao invés de acabar com o formigueiro.
Espelho espelho meu, existe alguém mais puta do que eu? |
Irmã decotada: Ela não desiste de lançar olhares para qualquer coisa que pareça ter um volume nas calças. Ela é só roupas curtas e justas e decotadas que as tantas parece que vai haver ali uma competição para ver o que salta primeiro. Quando sentamos à mesa ela faz questão de sentar próximo da vítima da vez e faz questão de soltar aqueles gritinhos finos e risada escandalosa enquanto cruza nervosamente as pernas para ter certeza de que todos visualizaram sua calcinha rendada. Solução: Além de ir tesuda para a festa e mostrar o que se tem de bom, cantar a música do Caetano "Não enche" e fazer com que soe extremamente casual enquanto olha para ela.
E depois que inventaram a rede social é possível se vingar com os cliques mais engraçados desde olhos entre abertos, bocão pronto para tascar uma perna do peru, as celulites das exibidas-coloridas-de-plantão e claro, tudo isto terminando com um "amo muito minha família gente, uhhuuu é tudo para mim, amo vocês!". Ah, não esqueças de marcar os fulanos no álbum. Ótimo, agora...já sei a próxima resolução de ano novo.
E depois que inventaram a rede social é possível se vingar com os cliques mais engraçados desde olhos entre abertos, bocão pronto para tascar uma perna do peru, as celulites das exibidas-coloridas-de-plantão e claro, tudo isto terminando com um "amo muito minha família gente, uhhuuu é tudo para mim, amo vocês!". Ah, não esqueças de marcar os fulanos no álbum. Ótimo, agora...já sei a próxima resolução de ano novo.