A sina das mulheres é esperar. Esperar que os homens voltem, que as guerras acabem, que o sol nasça e se torne a por. Esperar os filhos em suas entranhas e depois, já aqui fora, que cresçam, que se tornem homens para partir ou mulheres para ficar. Mulheres são feitas de terra, sabem colher e acolher. Sabem que tudo passa, e afinal a terra permanece. Aceita. Absorve tanto a água quanto o sangue. Recebe tanto o corpo do inimigo quanto daqueles que aprendeu a amar. Já o homem é vento, é minuano. Tempestade enlouquecida. Bradam aos quatro cantos, passam, semeiam e vão embora. Esta é a sina das mulheres...esperar, como eu espero que um dia o meu homem volte. Ou me leve para junto dele. Que Ana Karenina o que, Ana Terra, Maria Valéria e Bibiana Terra, as personagens mais bem construídas que já vi (li), peritas na arte de esperar, viver e amar.
Inspirado sem pudores daqui:
" E de novo Ana Terra começou a esperar...Esperava notícias da guerra: esperava a volta do filho. Se era dia, desejava que caísse a noite, porque dormindo esquecia a espera. Se era noite, queria que um novo dia viesse, mais cedo o filho voltaria para casa. Muitas vezes até em sonhos Ana se surpreendia a esperar, agoniada, vendo de longe no horizonte vultos de cavaleiros entre os quais ela sabia que estava Pedrinho - mas por mais que seus cavalos galopassem eles nunca chegavam."
O Continente de Érico veríssimo.
Gostei...
ResponderExcluirmulheres são como terra...
já submeteste os teus post para serem publicados no site mulher moderna? acho que ainda está em vigor um concurso! bjos
Carla
Oi Carla, na verdade a analogia não é minha, é do Érico, em O Tempo e o vento, da qual o Continente é o primeiro volume. Apenas inspirei-me no que escreveu.
ResponderExcluirVou procurar, não sabia deste concurso.
Obrigada
Beijinhos