Cada vez mais acredito que o corpo é um reflexo do que acontece na mente. Ele reflete, ele adoece, ele fica alérgico, ele quebra, ele torce. Não somos um corpo, nós temos um corpo que é simples veículo e palco, mas quem comanda os bastidores é a (in)consciência. O ciclo menstrual também acompanha este ritmo, sei que quando estou mais calma quase não tenho cólicas, a menstruação flui, fica poucos dias e vai embora. Porém, como desta vez estava uma pilha de nervos, quase em ponto de ebolição, fiquei de tal forma que a sorte que já estava chegando à casa dos meus dindos. Fiquei com a calça jeans completamente vermelha, nunca havia me acontecido uma coisa destas. Tive muito fluxo este mês, o desequilíbrio hormonal foi tanto que me deixou com dores de cabeça (o que é raro ter), muito inchada e enjoada.
Acredito que embora não seja muito bom ser visitada pela monstra, ela nos traz a possibilidade mensal de fazer um balanço em nossas vidas. Traz à tona problemas mal resolvidos, dores, o choro sai mais fácil do que em qualquer altura do mês, nos torna sensíveis (e chatas, mas pronto). É como uma faxina no organismo, ela vai tirando o pó debaixo do tapete, arreda o sofá, a geladeira, tira os cotões de poeira que deixamos complacentemente lá estar, quando só levamos o pano onde passa a procissão.
É duro, e é uma coisa que os homens jamais irão entender. Quase voltamos à infância em que uma ação aparentemente insignificante toma toda uma proporção inimaginável. Tal como uma frase fora do lugar, um sapato jogado na sala, a falta de um abraço. E sim, é como se nascêssemos novamente e tudo o que precisamos é de colo e proteção. Não é de críticas nem de estupidez. Bom seria se o mundo inteiro nos compreendesse, a começar por nós mulheres, já que todas passamos pelo mesmo. Mas é até ofensa perguntar: tá na tpm? Não. Estou em construção. E destruir e voltar a por tudo no devido lugar, cansa, mói, desgasta as energias.
É no corpo feminino que a natureza se sobressai: em apenas um mês, nascemos, desenvolvemos, crescemos, envelhecemos e morremos. Todos os meses. E a morte dói. É uma morte simbólica e física ao mesmo tempo. Há dor, há sangue. E depois começa tudo outra vez. Nosso corpo é programado para morrer todos os meses, mas também para nascer, e uma parte é responsabilidade dos hormônios que impulsionam-nos para isto. Aliás, hormônio descende da palavra humor, estão extremamente ligados e relembram-nos de que todo o ciclo da natureza habita em nós. Nascer, viver e morrer, nós mulheres estamos sempre em "construção".
curioso, expressaste de forma muito similar áquilo que penso, mas eu ando numa fase de preguiça e não sai, neste momento qualquer tipo de reflexão. Mas gosto ler as tuas! bj
ResponderExcluirObrigada Carla! Diz uma coisa, onde é o concurso da mulher moderna? Procurei e não encontrei nada a respeito.
ResponderExcluirBeijinhos
não sei se já terminou. Vais no facebook e fazes pesquisa Mulher moderna, num dos posts anunciavam o concurso. Tenho ver se encontro o link
ResponderExcluirIsso mesmo!!! Tal e qual, eu sofro mesmo de TPM, tenho de ser medicada, senao viro histerica, choro muito, fico hiper sensivel...o meu marido devia ler isto, alias, vou faze lo ler mesmo!!
ResponderExcluirBjs
Marina