Alguns dias atrás o marido viu um documentário e insistia diariamente para que eu visse também. Confesso que à noite quando sento para escrever, fico bailando de blog em blog e quando vejo já é quase meia noite e tenho que dormir. Pois bem, ontem foi o dia marido!
Imagine um homem de origem latina que fosse descoberto nos anos 70 em um bar sujo e decadente de Detroit por dois caçadores de talentos de uma gravadora. É aí que a história começa, Rodriguez, compõe e canta de maneira sofrida, conta da vida nas ruas de uma cidade fria, de casas abandonadas e sorrisos gelados. Gravou dois cds mas não obteve qualquer sucesso e desistiu de cantar. Continuou sua vida modesta e o trabalho na demolição e construção de casas, completamente alheio ao que se passava do outro lado do oceano.
Por acaso, uma jovem ao visitar seu namorado americano gravou uma fita com o primeiro cd de Rodriguez: Cold Fact. E não se sabe exatamente como, mas de regravação em regravação, a obra tornou-se um sucesso. Em uma sociedade onde reinava o apartheid e a sensura, uma música que falava de sexo, revolta e de mudança social, caiu como uma luva para jovens sul africanos.
O filme gira em torno da busca pelo artista o qual sabiam apenas o nome "Rodriguez" e a foto de um hippie com traços de índio nativo-americano e óculos escuros. Por muito tempo pairou o mistério sobre quem era, o que havia sido feito dele, até que com a revolução informática, os mundos se encontram. Bem, e é espetacular contar ao homem de vida simplória que ele era e é mais popular que Elvis Presley. Que seus cds até hoje são vendidos e que teria direito a pelo menos cinco discos de ouro.
A vida é mesmo irônica...depois de tantos anos a achar que fora em vão perseguir aquele sonho, quando finalmente põe-se totalmente de lado qualquer tentativa de sucesso, há milhares de quilômetros, suas músicas inspiraram uma geração inteira a ir contra o regime de extrema direita* e de segregação racial. Simplesmente bárbaro, não é todos os dias que se vê uma história real tão tocante quanto esta.
* erro corrigido, comunista eram os meios televisivos, daí mais um motivo para a censura.
Fiquei curiosa! Vou espreitar ;)
ResponderExcluirVale a pena ver!
ResponderExcluirbeijinhos