segunda-feira, 20 de maio de 2013

Se...se...se...

Se tem uma coisa que me irrita é esta minha mania de querer adiantar o tempo, de sofrer antecipadamente com uma coisa que pode mudar ao final da esquina. Mas não adianta, posso tentar me controlar, não dar tanto tempo para remoar pensamentos, porém quando vejo já estou imaginando as minhas reações a isto ou aquilo. Lembro de quando morava em Portugal que vivia tecendo planos de comprar o apartamento em que vivíamos, de fazer uma bela reforma naqueles azulejos horrorosos, trocar os armários da cozinha, pintar o quarto, etc. Imaginava em quantos anos poderia juntar o dinheiro para a entrada e já sofria porque a idade do marido provavelmente impossibilitaria a realização deste sonho. Hoje fico nervosa com o tempo a passar e a calcular quantos meses mais tenho de ficar aqui, em quanto tempo seria possível ele juntar dinheiro para a nossa passagem, quanto seria necessário para mobiliar o apartamento, em que mês seria melhor para inscrever o Fabian em uma creche, etc, etc. Seria tão bom se conseguisse ser menos ansiosa...é porque quanto mais me preocupo, parece que mais os objetivos escapam. Às vezes penso que sou como o burro com a cenoura... E segundo sei não sou a única, recordo-me em uma aula na faculdade andarmos a rir porque no século 19 a maior preocupação das pessoas eram o que iam fazer com a quantidade de cocôs de cavalo nas grandes cidades. Imaginavam engenhocas para recolhê-lo, com base na conclusão óbvia de que quanto mais as cidades cresciam, se tornava ainda mais necessário carroças para o deslocamento, portanto, mais animais haveriam para cagarem nas ruas. As autoridades andavam em desespero em busca de soluções práticas para evitar este descalabro. Só não contavam que logo ao virar do século inventaram o carro. 


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