segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Te amo muito sabiá?
Bem-te-vi hoje passando por mim de manhã 
Quero-quero muito tu  aqui comigo.
Mesmo que meu coração faça um tico-tico cada vez que te vê.



domingo, 31 de agosto de 2025

19 anos

Sou assim, faço voltas, quero explicar o que sinto e pra ti não faz a menor diferença. O amor é um despretensioso abraço, um beijo singelo no meio da testa depois de um dia esbaforido. É fazer panquecas doces numa tarde chuvosa, é escutar as minhas músicas junto comigo que eu sei que tu não gosta. O nosso amor é peculiar, já nasceu com trinta anos de diferença, uma coisa só nossa, que só a gente consegue entender. E eu tento estender as palavras num varal uma do ladinho da outra esperando que faça sentido aí fora como faz tu aqui dentro. Mas não dá. Elas voam como pardais.
Teu amor me traz de volta seguindo o som da tua voz , teu amor é assim faceiro e ingênuo, como o vôo de um passarinho.

domingo, 3 de agosto de 2025

Para ele

Tu é a minha casa
lugar pra onde sempre quero voltar
Quando os dias são longos e o mundo, mesquinho,
é para ti que me viro em desalinho
porque sei que dos teus braços nasce um ninho
E sou pequena, a tua nyninha...
Criança tola a bailar pela vida
ralando os joelhos pelo caminho
Eu sei que tu está sempre perto de mim
Minha casa, meu lar nesse mundo

Domingo

Será que eu cheguei tarde demais?
Naquele lugar recortado no tempo
Tu sorrias: como era bonito teu sorriso, bem emoldurado por fartas bochechas!
Vinny, meu companheiro de brincadeiras,
Agora não sorris mais...
Alguém costurou e prendeu o teu riso
E eu fiquei pensando em todo esse hiato que vivemos até chegarmos aqui 
Trinta anos depois quem eras tu, meu amigo?
Que tipo de homem de tornaste, que sonhos te roubavam os pensamentos? Odiavas os mesmos políticos que eu? E mais, lembrarias ainda mim? Aquela menina de franja e dentes tortos?
Sei que ainda posso te encontrar em alguma esquina da vida portando aquele inconfundível sorriso.
Até logo, Vinny!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

teus 70

É verdade que os teus olhos já não enxergam mais como antes
Deve ser para não veres que minhas curvas antes sinuosas, se encontram domadas e previsíveis quando enches as tuas mãos delas
É também verdade que as tuas pernas já não me acompanham mais, pelo menos não sem chiar. mas foram bonitos os caminhos por onde andamos de mãos dadas, um filho , uma coelha, um gato e dois cachorros. Vida. Pulsa vida pela tua voz rouca cada vez que me chama Nyninha. E é doce até quando a contrariedade transpassa meu nome. Te amo com sede, de toda a vida que ainda existe em ti, tal como a figueira frondosa, és tu, abundante na minha vida. Parabéns meu amor.

terça-feira, 29 de junho de 2021

Carcassonne

Bipolar life

Esquecer os remédios, brigar com eles porque não fazem o efeito necessário, brigar com a voz, digo com o Jacques. Engordar... emagrecer...engordar de novo por conta da ansiedade. Entrar em grupos de bipolares e achar tudo muito chato e depois útil porque em algum momento alguém já passou por isso e vai te entender. Descobrir que irrita a incompreensão dos outros, a ignorância talvez... Mas ao mesmo tempo encontrar dentro de si uma força em que mesmo muito mal é possível ajudar alguém em pior estado. E uma compaixão que eu nunca imaginei sequer sentir pelas pessoas portadoras de deficiências mentais.
Descobrir que ainda estou muito frágil e que quando alguém se desespera ao meu lado e grita, eu tremo toda feito vara verde de nervoso. Nisto foi bom ter voltado pra casa. Mas eu ainda não me sinto em casa, dentro de mim. É como se eu fosse uma visita dentro do meu corpo sem jeito nenhum para exercer controle sobre ele. 
Bipolar, este diagnóstico ainda matuta nos meus pensamentos. É para a vida toda, esses remédios que o psiquiatra ainda não encontrou a fórmula certa para me fazer "normal".