segunda-feira, 14 de março de 2016

So hard to stay, too hard to leave it...

Há dias vivendo em um clip do Nickelback, começo a cair em mim de que é preciso abandonar mais uma vez a segurança de um lugar que já fiz meu. Perambulo observando as calçadas, o detalhe dos muros, a expressão das pessoas, como se pudesse com muito esforço captar uma fotografia da cidade. Dói-me deixar o mar e a maresia que me invade perto da marina quando levo o Fabian na pracinha. O sol se esparramando sobre a água esverdeada e serena, o grito das gaivotas confundindo-se ao das crianças. Como eu disse quando cheguei, sempre imagino ser para sempre, penso nos amigos de infância que o Fabian fará e nas nossas mãos entrelaçando-se tortas por aí. Faço uma novela, vivo nos quatro minutos de música de um rock mela-cueca. Isto me dá segurança, mas não é real. Quantas foram as amizades de toda uma vida que o Fabian não viveu e quantas sombras de nós dois desapareceram em ruas anônimas, sem deixar rastro?
A mudança sempre implica uma morte para dar lugar ao novo. Por enquanto vivo neste limbo que não é coisa nenhuma, só um sentimento vago que não sei explicar direito, um vazio que ainda está cheio, a falta de uma coisa que não se foi (ainda).


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