Eu admito, o problema também é meu, mas é que quando vejo ele com os olhos grudados no telefone me vem pensamentos de arrancar das mãos dele e atira-lo pela janela. Tento lembrar de como era antes em dois mil e pico quando o que mais gostava eram de conversas soltas enquanto ele me massageava os pés. Naquela época em que os telefones serviam olha só: para telefonar. Tantas vezes os olhos se encontravam, ah, que falta que faz falar sem contato visual! Mas eu to te escutando!! Me responde indignado, as vezes mais ainda enquanto me culpa por perder uma corrida virtual. Engraçado como é a vida...antes eu era o centro, hoje eu o desconcentro. Depois de tanto chatear, eu consigo segundos de atenção: um olhar de soslaio. Anda, fala o que tu quer falar! E eu suspiro bem fundo para que ele possa saborear todo o ruído que sai pelas narinas, bem de-va-ga-ri-nho... e me calo.
Proibi o celular nos últimos minutos de cama para que ele possa olhar para o meu rosto e reparar que eu não faço a sobrancelha há dias. E o que ele me faz imediatamente após descansar o celular no chão? Vira, me da um beijo de boa noite e diz para eu apagar a luz.
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