quarta-feira, 4 de maio de 2011

Sou normal?


É estranho como a minha cabeça funciona... Neste domingo passado, foi dia das mães aqui em Portugal e no próximo será no Brasil. Mas eu já não consigo comemorar nada, para mim ainda não tem emoção as coisas daqui, ao mesmo tempo, as de lá começam também a ficar sem. Sinto-me no meio, no meio do caminho, à margem de dois mundos tão diferentes. Hoje já consigo ver coisas boas aqui e já não fico tãoooo braba quando vejo meus amigos falarem mal do Brasil, pois já consigo admitir as coisas ruins de lá. Como diz o Maga: é o mal do imigrante... vais ficar sempre indeciso ,porque estando lá, queres estar aqui e vice versa. Mas não, o que eu quero é não estar em lugar nenhum. Quero ser eu, to cansada de levantar bandeira e marcar posições. Não quero muito menos ser ingrata com o país que nasci, como vejo alguns conterrâneos fazer. Apesar de ter cidadania, acham que são portugueses legítmos, da gema! E acho tão ridículo falarem com os x e ds daqui... Atenção, uma coisa são os nativos falarem assim outra são as pessoas com uma enorme vontade de "pertencer" que acaba ficando uma situação muito falsa, entende?
Voltando ao início, quando estava lá queria muito, mas muito ficar lá. Não me ocorria a ideia de voltar, apesar de todas as coisas boas, a tranquilidade da minha casa, morar perto do mar, o cachorro, a coelha, nada me demovia. E quando voltei, foi como se fechasse aquela porta e eu só pensava como pude não sentir falta? Estar aqui, ouvir os gritos silenciados das crianças na escola à frente, ver o meu cão fazer as suas trapalhadas, ter a minha privacidade, sentir o cheiro da maresia...
Acho que sou assim, extremamente difícil de me adaptar, sofro a flor da pele as emoções, brigo com o mundo, com todos, choro, sou impulsiva, mas depois, a raiz alcança a terra, mesmo a fundo, e já não importa mais o tempo, escolho estar presente aonde estiver. Será que isto é crescer?

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