Estou de volta! Depois de uma prova chatinha de estatística e todo o tempo livre focada em estudar, fazer cálculos, decorar fórmulas, eis que agora me encontro de recesso de Natal e com mais tempo (para estudar). Nestes últimos dias muita coisa aconteceu: tive a punção ontem e encerramento da doação de óvulos, na quinta foi a festa do Fabian na escolinha, na sexta a prova.
O Fabian foi vestido de flor, não chorou quando viu o papai Noel, mas passou o tempo todo com a mão na barriga e com uma cara de sono! Quando chegamos em casa comeu muito e depois, que dormir que nada, o sono passou todinho. Devia ser de fome e não sono a carinha dele eheheh.
Alguma coisa tem mudado em mim, acho que desde que me propus a falar sobre o que sinto, fiquei mais aberta a mudança. E parece mesmo uma sensação muito delicada, algo como se um fio muito fino tivesse desamarrando os meus medos, ardorosamente cultivados e os libertasse para a luz, lugar este que todos os medos anseiam por ir. E fui soltando, fui ficando mais leve. E fui capaz de sentir coisas que sentia antes, desta vez com mais clareza. Hoje continuo ainda com dificuldades de dar toda a atenção pro meu filho, mas já consigo ter momentos que são só nossos, consigo olhar mais no olho dele e sentir amor. Abraço e beijo muitas vezes e peço desculpa no ouvido dele, baixinho. Desculpa filho por não conseguir ser a mãe amorosa que mereces, mas eu to tentando e vou conseguir ser melhor a cada dia.
A raiva que guardava em mim, amarrava meus pensamentos, impedia-me de viver. Eu só sentia raiva de ter de dar o meu tempo, de ter de ser uma pessoa que não era eu. Sentia até muita impaciência com o meu cachorro, coisa que eu nunca tinha tido. Estava mais seca por dentro, mázinha também. Não é que tenha dado uma volta de 180º, nem tido qualquer epifania. Mas acho que cresci um bocadinho assim ó. Um centímetro talvez. Sinto-me mais leve. Os pés menos pregados ao chão. Os pensamentos mais soltos no vento.