terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Adultecer


Não, não existe no dicionário, infelizmente. Mas acho que faria todo o sentido se existisse. Adultecer... bem, sabe aquele período em que não se é mais adolescente (por volta dos 19 anos) e também ainda não nos sentimos "adultos" o suficiente? Pois é, trata-se de um limbo, um hiato em que a consciência está a ser moldada e precisa de um tempo para que nos demos conta de que crescemos. Estive assim, como sempre, tempo demais. Bem, também deixei de ser criança tarde, de ser adolescente aos 21 quando saí da casa dos meus pais. Mas acho que só agora, aos 26 anos, sinto-me realmente mulher. Sinto-me segura em minhas decisões, não sinto vergonha das coisas bobas que antes sentia. Também já entendo um pouco mais da vida, tenho mais paciência com algumas coisas e pessoas, embora não com outras. Aprendi a dizer o que sinto quando há necessidade para tal. Antes, limitava-me a resmungar e guardar mágoas, mas não percebia que isto não me levava a lugar algum. Se quero que as coisas mudem, preciso mudar. Isto é tão óbvio, não é? Mas quanto tempo levamos para realmente por a mão na massa?
E para mim, mudança não é uma coisa que se faz somente de forma ativa. Com isto quero dizer que se não deixarmos acontecer, a mudança em si não ocorre. É mais ou menos como na natureza. Se tudo é movimento, não vale a pena eu ficar parado. Porém, se fizer a ferro e fogo e esperando rápidos resultados (que é o que geralmente acontece quando queremos algo), só vamos de encontro a um muro. Ficamos duros conosco e não aprendemos. A chave tão preciosa e tão rara: aceitação. Não é que eu tenha atingido algum patamar de iluminação, mas somente agora sei e sinto mais do que sei, que devo esforçar-me por me aceitar, estar presente, estar ao meu lado. Só assim permito-me mudar. Assim, tornei-me uma mulher.

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