Quantas vezes não se deparou com a pergunta: o que você está pensando? Ou coisa do gênero. E quantas vezes ao estar furiosa com alguém não quis ir logo ao facebook e colocar indiretas e, se a pessoa em causa estivesse entre os seus amigos, torcer para que lesse? Quantas vezes quis partilhar a nota de uma avaliação, os quilos perdidos, o aniversário de casamento com o homem mais amoroso do mundo?
Ultimamente tenho pensado sobre isto, que fenomeno é este em que temos que contar aos quatro ventos o que se passa em nossas vidas à espera de likes, de comentários, de carinhas como esta :) ?
Não quero aqui julgar ninguém ou ser fundamentalista contra a modernização das comunicações, visto que euzinha faço isto. Só me proponho a refletir o porque de sites de relacionamento ou seria de "realçamento" se tornarem tão populares e necessários na nossa vida.
Hoje em dia passo umas boas horas a ver o que está acontecendo com fulanos e ciclanos, vejo as fotos, vejo quem viaja para onde, quem publica via celular, quem está acordado a tal hora. É quase como se nos tornássemos vigilantes uns da vida dos outros. Convenhamos, a dona Candinha do primeiro andar, por mais que colocasse uma almofada na janela, jamais conseguiria ser tão eficiente!
E por aí vai, a situação chega a ser tão ridícula que algumas pessoas começam a reclamar dos outros fuçando em seu perfil. Ahah! Dá uma vontade de responder para que se vá embora, pois a finalidade de uma página é mesmo esta. Sendo que ela mesma faz isto com os outros, é uma hipocrisia do caramba.
E quantas vezes já não deixamos de nos dedicar ao estudo, ao trabalho, ao marido, aos filhos por conta de nos distrairmos demais? Acho que só evidência a ideia de que estamos constantemente em um mundo virtual e cada vez menos no real. Isto para não falar daqueles jogos viciantes e um tanto bobos como fazendinha, cafézinho mágico, etc. E as tais campanhas de doar sangue, brinquedos, ajudar um animal a ter dono ou fazer cirurgia? Fico imaginando quando é que vão ter tempo para isto se estão sempre no facebook. E tenho a impressão que um like não reverte em dinheiro nenhum para a conta daquela criança com uma doença raríssima. E nem para o cachorro arranjar dono.
Mark Zuckerberg é realmente um gênio, no sentido de ter detectado esta carência humana de atenção, aprovação, e fazer disto um império digital, o qual lhe rende milhões de dólares por cada propaganda irritante que pula nos nossos olhos. Fora que o site tem recursos para "seguir" os usuários e recolher informações sobre gostos e assuntos mais lidos, de forma que assim, vem-nos anúncios "personalizados" juntamente com aquelas porcarias de teste de QI...
Páginas do tipo do Facebook vão além de algumas vozes ecoadas por blogs e videologs. Tendem a bestializar as relações, tornando-as mais alargadas, porém com evidente pobreza de sentido. Afinal que nível de amizade tenho com a prima do vizinho da minha amiga de infância que viu-me em dois aniversários apenas?
Apetece-me dizer, façam um like. Mas a vida é mais que receber ou não a provação de alguém. É muito mais fácil ficar entre a multidão, porém já não é mais a ideia que me move. Vejo que muitas coisas mudaram e hoje já não aceito a realidade como antes: questiono-a, ponho-na à prova, ponho-me à prova. E mesmo assim continuo a usar o facebook.
Ultimamente tenho pensado sobre isto, que fenomeno é este em que temos que contar aos quatro ventos o que se passa em nossas vidas à espera de likes, de comentários, de carinhas como esta :) ?
Não quero aqui julgar ninguém ou ser fundamentalista contra a modernização das comunicações, visto que euzinha faço isto. Só me proponho a refletir o porque de sites de relacionamento ou seria de "realçamento" se tornarem tão populares e necessários na nossa vida.
Hoje em dia passo umas boas horas a ver o que está acontecendo com fulanos e ciclanos, vejo as fotos, vejo quem viaja para onde, quem publica via celular, quem está acordado a tal hora. É quase como se nos tornássemos vigilantes uns da vida dos outros. Convenhamos, a dona Candinha do primeiro andar, por mais que colocasse uma almofada na janela, jamais conseguiria ser tão eficiente!
E por aí vai, a situação chega a ser tão ridícula que algumas pessoas começam a reclamar dos outros fuçando em seu perfil. Ahah! Dá uma vontade de responder para que se vá embora, pois a finalidade de uma página é mesmo esta. Sendo que ela mesma faz isto com os outros, é uma hipocrisia do caramba.
E quantas vezes já não deixamos de nos dedicar ao estudo, ao trabalho, ao marido, aos filhos por conta de nos distrairmos demais? Acho que só evidência a ideia de que estamos constantemente em um mundo virtual e cada vez menos no real. Isto para não falar daqueles jogos viciantes e um tanto bobos como fazendinha, cafézinho mágico, etc. E as tais campanhas de doar sangue, brinquedos, ajudar um animal a ter dono ou fazer cirurgia? Fico imaginando quando é que vão ter tempo para isto se estão sempre no facebook. E tenho a impressão que um like não reverte em dinheiro nenhum para a conta daquela criança com uma doença raríssima. E nem para o cachorro arranjar dono.
Mark Zuckerberg é realmente um gênio, no sentido de ter detectado esta carência humana de atenção, aprovação, e fazer disto um império digital, o qual lhe rende milhões de dólares por cada propaganda irritante que pula nos nossos olhos. Fora que o site tem recursos para "seguir" os usuários e recolher informações sobre gostos e assuntos mais lidos, de forma que assim, vem-nos anúncios "personalizados" juntamente com aquelas porcarias de teste de QI...
Páginas do tipo do Facebook vão além de algumas vozes ecoadas por blogs e videologs. Tendem a bestializar as relações, tornando-as mais alargadas, porém com evidente pobreza de sentido. Afinal que nível de amizade tenho com a prima do vizinho da minha amiga de infância que viu-me em dois aniversários apenas?
Apetece-me dizer, façam um like. Mas a vida é mais que receber ou não a provação de alguém. É muito mais fácil ficar entre a multidão, porém já não é mais a ideia que me move. Vejo que muitas coisas mudaram e hoje já não aceito a realidade como antes: questiono-a, ponho-na à prova, ponho-me à prova. E mesmo assim continuo a usar o facebook.
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