E assim devagar estou voltando ao meu corpo. Parece brincadeira mas sinto como se o tivesse abandonado quando se tornou um planeta estranho, infértil e gigante. Aos poucos sua atmosfera foi modificando e permitiu que houvesse vida ali novamente. Ainda não é o meu corpo, mas este nunca será o mesmo, o que espero é que fique melhor do que era. Com o tempo.
Já se foram 17 quilos, faltam 4. As roupas já servem (a maioria), tem sido muito bom experimentar e ver que antes mal cabia um perna e agora as duas cabem perfeitamente e deixam uma bunda e uma barriga passar. Ah isto dos espelhos! Volto a olhar para eles. E digo (que ninguém me ouça): mas tu tá muito linda! Um arraso de mulher sim, sim! Estou gostando deste novo eu. Acho que finalmente nasceu em mim uma mulher, linda, decidida. E que a-d-o-r-a dizer não! Nãoooooooo! Bem comprido. Quer passar o Natal aqui? Não. Vamos acampar na praia? Nãooo. Fica com os meus filhos hoje? N-ã-o. Faz para mim esta parte do trabalho? NÃO!
Chega, cansei. Cansei de querer agradar os outros e não estar nunca aí para mim. Agora é assim: se puder ajudar, ajudo. Mas primeiro eu, eu e eu. Ufa, pronto: me assumi.
Chega, cansei. Cansei de querer agradar os outros e não estar nunca aí para mim. Agora é assim: se puder ajudar, ajudo. Mas primeiro eu, eu e eu. Ufa, pronto: me assumi.
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