quinta-feira, 5 de julho de 2012

À deriva

Quando penso sobre minha vida, a sensação que me vem à cabeça é que estou no olho de um furacão e vejo todas as coisas girarem a minha volta, os resquícios de uma vida que não volta mais. São como ecos, vozes, pensamentos, pessoas a falarem nos meus ouvidos antes de adormecer. É uma luta, mas lá pelo cansaço durmo. Não choro, mas meu coração está apertado, ainda sinto raiva desta vida que me tira as coisas e não me dá nada em troca. Quando tenho uma notícia boa, logo vem duas ruins ou mesmo a boa se desfaz, assim como os castelos que tinha construído para ela. Tenho aprendido muito nestes últimos meses, tenho aprendido que continuo a não gostar de mudança, de surpresas, que sou muito apegada as coisas materiais, que me custa viver à deriva. E por enquanto não tenho solução para os meus problemas. A ordem do dia é esperar e esperar. E quando se tem um filho custa muito. Vejo as pessoas minimizarem e até pode parecer que estou me afogando em um copo d'água. Por isto não falo, não vale a pena... Mas nunca compreendi tão bem aquele ditado indígena sobre calçar as minhas sandálias. Quer dar conselho? Quer criticar? Ótimo, mas calça antes as minhas sandálias e depois vem dizer o que devo fazer. 

2 comentários:

  1. O que para uns é um copo de água, para outros é um tsunami. Além das sndálias, sempre ouvi dizer que pimenta no ****** é refresco, por isso, quem fala sem perceber o que vai na alma de quem desabafa, sem fazer um esforço para entender, mesmo não concordando ou compreendendo precisava de um novo par de sapatos chamados empatia.
    Bjs

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