terça-feira, 12 de janeiro de 2016

No vestiário feminino (estourei minha cota de gif para 2016)

Entro no vestiário e quem é que vejo? Pois, ela de calcinha fio dental, a bunda feito duas bolas de handball durinhas sem nenhum sinal de celulite. As pernas musculosas fariam até o Roberto Carlos chorar de recalque, tudo isso em um metro e meio de altura. Ela gosta de ser o centro das atenções, sim, até eu que sou a maior das distraídas a notei enfiada em uma mini blusa e um short que mais parecia a parte debaixo do biquíni de uma norte americana. Anda sempre com uma sombra atrás: a amiga normalzinha que serve-lhe de pajem. Entro e vou atirando minhas coisas e espalhando pelo banco com a boa vontade característica de quem se submete a uma tortura. De repente baixo o volume dos fones. Estou ouvindo bem?



De longe, bem do fundo da memoria, alguma coisa me parecia familiar. Elas estão falando português? Tiro os fones com a desculpa de tirar o casaco e constato que o que parecia impossível aconteceu: três brasileiras em uma mesma academia, em um mesmo vestiário em Saint Raphael. 
Então? Falo oi e pergunto de onde elas são? 


Segundos de expectativa como se estivesse à espera de alguma deixa para começar um assunto. De repente me dou conta de que estou ouvindo a mais escabrosa das historias sobre a vida sexual e o relacionamento mal acabado da mulher de fio dental.


Olha, eu não sei que cara eu fazia, mas foi muito estranho ver duas pessoas conversando tão à vontade sobre coisas intimas crentes de que eu não pescaria nada. Todo o esforço inicial de qualquer interação morreu em mim faz muito tempo. Não tenho mais essa ânsia de dizer que também sou brasileira e puxar assunto com uma pessoa que nunca vi na vida. Fica a dica para as minhas compatriotas (que elas não irão ler, paciência) de não se pensarem indecifraveis, sendo que frequentemente franceses falam um pouco de espanhol. Hoje acho muito mais divertido dar corda e ver até onde vão as fofocas.

Falo?


2 comentários:

  1. Fica a dica...também não tenho a ânsia de me identificar brasileira...apesar de não morar no exterior ..mas quando estou em viagem, fico bem na minha..

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    1. Não é por querer ser chata, mas eu deixei-me disso, na maioria das vezes é so mesmo a nacionalidade que temos em comum. No inicio a gente da umas cabeçadas, mas depois aprende hahaha!
      beijinhos

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