Ontem foi véspera de Natal. Como não temos família por perto, a ceia foi na casa de amigos. Estavam lá além do casal anfitrião e seus dois filhos, um outro casal na faixa dos 40 e sem filhos. Eu pensei que estava tudo perfeito o bastante e que a minha tristeza não tinha sido convidada para esta festa. Mas tudo começou quando este mesmo casal anunciou que compraram um novo apartamento, desta vez com 3 quartos. Claro que fico feliz, são pessoas esforçadas, econômicas... mas não deixo de notar que a tristeza escapou sorrateiramente para o meu sorriso e aquele filme passou pelos meus olhos outra vez. Senti-me sem forças, com raiva da minha vida. Ainda moramos em um apartamento alugado, temos um carrinho simples, não que haja algo errado nisto, mas eu queria ter o que eles tem sabe? Até porque faz uns meses também trocaram de carro e eu acho isto simplesmente demais. Ninguém pode ter tudo na vida. Porque? Porque eu também não posso ter coisas boas? Porque tenho que me convencer que é tudo passageiro, que uma casa é só um monte de tijolos e concreto, que um carro é um conjunto de metal ambulante? Porque não podemos ter algo nosso? Qual o banco que daria financiamento para um homem de 55 anos?
Lembro-me de que há um tempo atrás, a minha felicidade estava condicionada em ter um bebê nos braços. Eu imaginava que as pessoas fossem gostar mais de mim, que eu fosse ser o centro das atenções da minha família, eu me imaginava cheia de alegria a brincar com meu filho e que a minha energia irradiava pelo meu casamento e todos eram felizes e ponto. Eu não era feliz sem o meu filho e nunca seria completa se não parisse um dia. Ficava imaginando até quando Deus ou sei lá o que iria lembrar-se de mim e me satisfazer este desejo. Enquanto isto ia vivendo...sem vida e sempre olhando para os casais com bebês ou as grávidas saltitantes pelo shopping.
Mas este dia chegou e tenho sim o meu filho aqui dormindo ao meu lado e estranhamente não me sinto feliz. Sinto falta do sexo. Sinto falta do meu marido.
Ontem a minha amiga disse que com o tempo iria aprender a tirar o melhor da situação. Fazer nos lugares mais inesperados, escondidos, de forma rápida, desajeitada. Mas eu ainda não consigo aceitar que tudo mudou. Acho que anda tudo errado, que parte foi esta que ninguém me avisou ou que eu não quis escutar?
Sinto falta da época em que fazíamos amor e eu era a única sombra que refletia nos olhos dele...
Lembro-me de que há um tempo atrás, a minha felicidade estava condicionada em ter um bebê nos braços. Eu imaginava que as pessoas fossem gostar mais de mim, que eu fosse ser o centro das atenções da minha família, eu me imaginava cheia de alegria a brincar com meu filho e que a minha energia irradiava pelo meu casamento e todos eram felizes e ponto. Eu não era feliz sem o meu filho e nunca seria completa se não parisse um dia. Ficava imaginando até quando Deus ou sei lá o que iria lembrar-se de mim e me satisfazer este desejo. Enquanto isto ia vivendo...sem vida e sempre olhando para os casais com bebês ou as grávidas saltitantes pelo shopping.
Mas este dia chegou e tenho sim o meu filho aqui dormindo ao meu lado e estranhamente não me sinto feliz. Sinto falta do sexo. Sinto falta do meu marido.
Ontem a minha amiga disse que com o tempo iria aprender a tirar o melhor da situação. Fazer nos lugares mais inesperados, escondidos, de forma rápida, desajeitada. Mas eu ainda não consigo aceitar que tudo mudou. Acho que anda tudo errado, que parte foi esta que ninguém me avisou ou que eu não quis escutar?
Sinto falta da época em que fazíamos amor e eu era a única sombra que refletia nos olhos dele...