quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O medo das pantufas

Há algumas décadas todos sabem, lugar de mulher era em casa. Na cozinha, no tanque, na tábua de passar. E eu não concordo com isto, antes que pensem, sou a favor do livre arbítrio. No entanto de uns anos para cá é quase obrigatório a mulher ter uma profissão, trabalhar, ter o seu dinheiro o que de longe significa independência financeira. É quase sacrilégio dizer que não se quer entrar no mercado de trabalho, de que gosta mesmo é de ser dona de casa, de cuidar do marido, dos filhos, gerir enfim, a casa. Ora se sou contra a mulher ter de obrigatoriamente se sujeitar as leis do marido, também sou contra aquelas pessoas que vem com conselhos ou bocas mesmo a dizer que se deve isto ou aquilo. A impressão que passa é que não se é ninguém se não trabalhar. E não é verdade. A ideia é de que também não se é feliz ou realizada por ficar em casa. Isto também não é verdade. 
As mulheres de hoje tem pantufobia, tem alergia a casa. Não são todas é claro, mas me parece que a maioria. A começar pela minha mãe. Nossa senhora, lembro-me de ter 7 anos quando a mãe decidiu não trabalhar, no entanto passava na rua. Ela nunca lidou bem com esta situação, até hoje é das pessoas que mais me cobra a equação:  os estudos + uma profissão + um trabalho = independência financeira = valorização na sociedade.
A realidade não é só o branco e o preto, há muitas formas e nuances para além destas cores. O que me impressiona é que com o tempo, as pessoas tendam a ficar dicotômicas: é só isto ou aquilo. Não sei se é a mídia, muito possivelmente que faça este trabalho, mas não só.
Também há uma certa culpa de quem opte por esta via ao dizer que não trabalha. Ainda estes dias tive uma discussão virtual com a minha cunhada porque simplesmente admiti que se fosse por mim era dona de casa. Obviamente que sei que tendo em conta a idade do meu marido e a instabilidade profissional, além do meu filho pequeno, este não é o melhor caminho.
Mas pronto, está lá no meu coração a vontade de ficar em casa, de andar de pantufas quando me apetecer ou de passar o aspirador de saltos e batom (como já fiz kkkk). 

6 comentários:

  1. Eu soua a favor da felicidade. Quem pode ficar em casa a cuidar dos filhos e o quer fazer que fique. Quem não quer não fique.
    Hoje em dia a opção não se põe por causa da segurança financeira, mas não é o facto de estar em casa que faz com que a mulher tenha menos trabalho e seja desvalorizada, não por mim pelo menos.
    Acho é que quando não existia a opção e as mulheres tinham mesmo de estar em casa, essas querem que as filhas trabalhem e sejam independentes.
    Eu defendo ficar com os filhos pelo menos até 1 ano e trabalahr em part-time até aos 3. Mas sei que não é possível e por mim falo.
    Bjs

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  2. Eu tambem estou de acordo!!!!!!
    E estou em casa por opçao com os meus meninos, mas la esta estou num pais (França) onde a maternidade é importante e valorizada, onde ha ajudas do Estado, porque doutra maneira, tinha de ir trabalhar!
    Do meu primeiro filho (hoje com 13 anos) tive de ir trabalhar, claro, morava em Portugal, mas com estes 2 pequeninos vou aproveitar o maximo!!!
    Nao me canso de repetir, o teu menino é uma delicia de criança, so da vontade de beijar aquelas bochechas, é lindo demais!!!!!!!!
    Até a proxima ;)
    Marina pratas

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  3. Nany, pois trabalho tem até de sobra não é? Lava, passa, cozinha, tira o pó, ajuda as crianças nas tarefas, dá banho e se tem bichinhos de estimação como eu, tem mais trabalho ainda eheheh!!
    beijinhos

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  4. Marina, posi é por isto que o marido passa o dia a sonhar com viver na França. Ele já morou lá uns 8 meses, mas na altura nem me conhecia e não ficou mais porque sentia-se muito só. Hoje as coisas seriam difrentes, no entanto para mim seria difícil começar do zero e ter de aprender a língua. Há quantos anos moras na França?
    beijinhos
    ps: obrigada pelo elogio :D

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    1. Ola, sim a França é boa em certas coisas, mas se um homem ou mulher esta sozinho, a vida é triste por aqui assim...
      Pra mim foi dificil começar do zero , aprender a lingua e pela primeira vez sentir o racismo de ser estrangeira, tantas vezes dizia as minhas amigas estrangeiras em portugal, que elas tinham muita coragem em deixar o pais natal que eu nunca iria ter essa força...mas sim tive força, teve que ser!

      Ja ca estou ha quase 8 anos ;) Mas tenho tanta saudade de portugal...

      Enfim a vida nao para :D
      Beijinhos e tudo de bom nas vossas vidas

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  5. Concordo na totalidade, e neste momento estou a fazer de tudo para poder ficar em casa, vou trabalhar a mas a partir de casa, porque não posso financeiramente não trabalhar. Mas quando digo isto a algumas pessoas, ficam a olhar para mim como se eu quisesse ir dormir para o sofá.

    Beijinhos

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