estava eu precisamente em uma sala de espera cheia de gravidas esperando a minha vez de entrar. Veria o meu filho pela ultima vez através do pequeno aparelho de tv pendurado no teto. A ginecologista me descolaria a membrana de não sei o que, o que me provocaria uma falsa ideia de que eu estava entrando em trabalho de parto. O marido sairia tastaveando para casa à procura da mala de maternidade já arrumada no quarto do bebê. Depois se acomodaria em uma poltrona pequena e desconfortável ao meu lado na cama do hospital. Eu, já prontinha, de intestino limpo, com soro, e aparelhos para ver os batimentos do Fabian, tirei a ultima foto gravida. E foram horas de impaciência do pai, de toques e mais toques em que as mãos pequenas da enfermeira se transformavam nas gigantescas mãos do Hulk perscrutando minhas entranhas. Assim foi, centímetro após centímetro. Estouraram a bolsa. Todos tinham pressa, menos ele. Até que à sete de manha fui levada para a sala de parto. Dez minutos depois ele nasceu. Oito anos e parece que foi em outra vida. Recordo como se tivesse assistido a um filme, daqueles que a gente não lembra como acabou.
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