Esquecer os remédios, brigar com eles porque não fazem o efeito necessário, brigar com a voz, digo com o Jacques. Engordar... emagrecer...engordar de novo por conta da ansiedade. Entrar em grupos de bipolares e achar tudo muito chato e depois útil porque em algum momento alguém já passou por isso e vai te entender. Descobrir que irrita a incompreensão dos outros, a ignorância talvez... Mas ao mesmo tempo encontrar dentro de si uma força em que mesmo muito mal é possível ajudar alguém em pior estado. E uma compaixão que eu nunca imaginei sequer sentir pelas pessoas portadoras de deficiências mentais.
Descobrir que ainda estou muito frágil e que quando alguém se desespera ao meu lado e grita, eu tremo toda feito vara verde de nervoso. Nisto foi bom ter voltado pra casa. Mas eu ainda não me sinto em casa, dentro de mim. É como se eu fosse uma visita dentro do meu corpo sem jeito nenhum para exercer controle sobre ele.
Bipolar, este diagnóstico ainda matuta nos meus pensamentos. É para a vida toda, esses remédios que o psiquiatra ainda não encontrou a fórmula certa para me fazer "normal".
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