Fabian deita sobre os meus joelhos depois de muitas ameaças. Tinha o ouvido esquerdo completamente tapado por uma bola de cera. Xinguei o médico em pensamento mais uma vez; ninguém me tira da cabeça que o fez de propósito ao tirar de um só ouvido para voltarmos novamente e claro, pagarmos outra consulta de 50 euros. Deve ser bom ganhar 50 euros em menos de dez minutos, enfim. Tinha a orelha na mão e a lanterna na outra. "Mãe, eu quero veeer". Ora, ninguém consegue enxergar a própria orelha, meu filho. Mas está bem, eu tiro uma foto. Pensando nisto, foi bom ter apagado depois, agora que o meu telefone foi para o conserto. Sabe-se là o que iam achar de uma foto desfocada de um buraco preto...
Pego o remédio em uma tentativa de diluir a cera. Grito para o marido trazer algodão, mas chego à tempo de impedir o Fabian parado em frente ao armário da cozinha. Estava à procura do pote de algodão doce para por nas orelhas. Eu não sei o que faria ao ver dois chumaços cor-de-rosa lhe escapando das ditas, mas a minha sorte é que puxou ao pai: só acha alguma coisa quando esta se joga ao seu colo.
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