quinta-feira, 30 de agosto de 2012

E se fosse há 30 anos atrás?

Hoje o marido foi a uma entrevista em São Paulo que fica a kms daqui. Espero que traga boas notícias, quer dizer, não sabemos na hora, mas talvez daqui uns dias se foi ou não aprovado para a vaga. Quero ter esperança, mas ao mesmo tempo procuro me conter. Meu problema sempre foi achar o equilíbrio entre estar motivada demais e desistir de tudo. Como já disse tantas vezes, eu amo tanto meu marido, as nossas brincadeiras e até as nossas brigas que são muitas vezes extensão das mesmas brincadeiras... Queria tanto que não houvesse este prazo limite entre nós, esta diferença de idade e devaneio que talvez as coisas pudessem ser diferentes e houvesse tempo para um final feliz. 
Adivinhem quem era?

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Deixar ir...

É como estou hoje, já sinto-me cansada de segurar as pontas, meus dedos estão cansados, minha mente está cansada, meu coração está cansado. Voltamos ontem da temporada na sogra e o Fernando continua irritadíssimo de estar aqui na minha mãe. Já lhe sugeri (como quem diz faz isto senão manto-te eu mesma) que fizesse o que tem que fazer hoje e voltasse para a casa da mãe dele antes que exploda de vez. Não aguento mais suspiros e reviradas de olhos, e gritos e palavrões abafados. Ele já disse que volta na quarta e já tem a vida decidida. Bem eu já sei o que é...vai pedir para a mãe tirar um empréstimo e se vai para a França. Pois que vá. Eu cansei. Vá e me mande um dinheiro para guardar. E tenho pensado que ultimamente mudei de ideia. Se antes era impensável ficar sem ele, hoje pondero que o melhor será ficar. Porque não quero mais esta segurança temporária, caramba já tenho quase 30 e ainda dá para recomeçar, mas e daqui a 10 ou 15 anos? Por quanto tempo ele conseguirá emprego como temporário ganhando o suficiente? Eu acho sinceramente que é o fim da linha para nós. Isto porque a vida é 70% dinheiro e 30% amor. Sou grata por ter tido o meu quinhão e até muito mais que isto por estes 9 anos. Mas de que adianta o amor se vivemos a custas dos outros? Que amor não sufoca e murcha assim? Acho que amadureci muito nestes últimos meses do que nos últimos anos. E por incrível que pareça não foi a infertilidade que nos separou, mas o dinheiro. E sofri muito mais por isto do que por querer um filho. 

sábado, 25 de agosto de 2012

Coisa de criança

Agora o Fabian nos pega pela mão quando escurece e aponta para o céu. Mamai, mamai...a lula vai caí. Anda muito preocupado que a lua vai cair do céu! lol

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Por esta semana

Demos um tempo da minha mãe e viemos para a casa da minha sogra numa cidade próxima. A casa é boa, grande, e a sogra é surda, portanto ao menos temos um pouco de privacidade e dormimos em uma cama de casal. Mas a casa estava tão, mas tão suja e cheia de aranhas que a mamãe aqui anda para lá e para cá com uma vassoura na mão, escovinha e pano de limpeza. Acho que domingo juntamos as tralhas e voltamos para Porto Alegre. Ao menos ainda aproveitamos este verão fora de época, o Fabian gosta muito de brincar no pátio da vó e de caminhar aqui em volta deste lugar que mais parece uma cidadezinha de interior. Se o Fernando conseguisse um emprego por aqui que nos permitisse viver com conforto, eu seria capaz de me acostumar com esta vida calma. 

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Dois anos

Pareceu-me bem dedicar um post só para ti. Não sei como começar porque a mãe tá tentando estar feliz, mas não consegue. Não consigo por nada. Parece que tenho um amargo na garganta, um nó que não desce por mais que eu tente. Quando ficava a te imaginar e quando tu não vinhas, pensei que quando fosse mãe por pior que fosse a situação, eu segurava as pontas, ficaria feliz por ti, porque tu eras o meu sonho realizado. Mas não, hoje vi que desejei em vão, sofro e talvez mais porque me sinto incapacitada de te dar o mínimo para tua sobrevivência, sinto-me culpada e sem amor. Muitas vezes pensei que não fizera a decisão certa, muitas vezes pensei em voltar atrás. Muitas vezes pensei em ti como u mestorvo e hoje me sinto triste por isto. Gosto de ti, muito! Queria gostar mais, queria ser mais altruísta e te proporcionar o colo de mãe que tu tanto mereces. 
Feliz aniversário meu amor, parabéns pelos teus dois aninhos. Prometo que a cada dia vou esforçar-me para ser uma pessoa melhor e prometo não desistir...por ti...Fabian.
Beijinhos
mãe

Fechado para balanço

Mais uma porta se fechou. A vaga que estava praticamente certa para o Fernando entrar, cuja seleção já havia encaixado no perfil dele, deixou de existir. Simplesmente após todo este tempo de espera, da liberação de verba da matriz, decidiram que vão continuar com os recursos que tem e nós...bem nós ficamos com um punhado de nada na mão. Estou muito triste. Ninguém lhe tira da cabeça voltar para a França e por um lado fico a pensar se ele não tem mesmo razão porque a situação aqui está muito complicada. Veem-me à cabeça tantas coisas, lembranças de minha vida passada em Portugal, e só me pergunto porquê? Porque tudo tá acontecendo deste jeito...eu sou uma pessoa que acho que devemos fazer a nossa parte, recomeçar, dar a volta por cima, mas sem ferramentas é como tentar esculpir mármore com as mãos. De que jeito meu Deus? Porque eu??

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Umas verdades

Cada vez que eu vejo alguém reclamar da sua vida, tenho vontade de dar um soco. Pronto, falei. E comigo não tem esta de dizer que não desejo isto nem ao pior inimigo porque eu desejo, mas é em dobro. Eu já perdi as contas de quanto falei sobre esta situação, mas é que tem dias que é barra de aguentar. Vamos combinar que o que faz girar o mundo é dinheiro, não tem casinha e uma cabana, o que põe comida na mesa é o dinheiro. O que paga um belo banho é o dinheiro, o que paga esta roupa bonita é o dinheiro e o que cala a boca de um filho muitas vezes é o produto do dinheiro. E só nos damos conta disto mais seriamente quando ele falta, mas não é assim faltar um pouquinho como vejo gente reclamando que ganha pouco ou que não ganha subsídio disto e daquilo, a merda é quando ele não vem sequer. Meu marido tá a mais de três meses desempregado e isto dói no bolso e na auto estima. Sem dinheiro é como se fossemos seres à parte da vida, como mendigos só que na casa de familiares. É como voltar a adolescência, ou antes, à infância. Não somos mais donos do nosso nariz e é impossível negar que seja diferente porque quem tem o dinheiro de uma forma ou de outra, tem o poder. 
Hoje rolou um estresse aqui, aliás só não rola todo o dia porque temos que respirar fundo e  fazer cara de paisagem. Se o trabalho do Fernando não engrenar até o fim do mês possivelmente ele vai para a França... e aí pronto vida, seja o que tu quiser porque por mais que eu peça tu é quem tem a faca e o queijo na mão. E eu tenho medo de enlouquecer aqui sozinha, tenho medo de ficar sei lá quanto tempo longe deste homem que é o meu pilar, tenho medo de que depois seja tarde demais para tentar um emprego aqui pela idade avançada dele... mas o que eu posso fazer é tentar acalmá-lo quando tenho eu vontade de chorar como uma madalena arrependida.

sábado, 11 de agosto de 2012

Como lidar com as frustrações

Na escola aprendemos matemática, português, biologia, física, etc, mas ninguém nos ensina nada a respeito disto. Em casa supostamente, este é o papel mais delegado às mães do que aos pais, porém há uma enorme diferença entre não ter o brinquedo naquela hora e esperar pelo aniversário, do que não ter de jeito nenhum. Isto porque sabemos que os pais tiram do cu com pauzinho como diria o meu avô e no fim das contas, sabemos que vamos ter aquilo, é apenas uma questão de tempo. Com a vida não. Ela não nos diz quando e se um dia vamos ter aquilo que sonhamos, ela não protege como os nossos, ela dá, ela tira, ela nos vira do avesso, nos faz esperar e pensar muitas vezes até que ponto somos persistentes e até quando passamos a mulas obstinadas. A vida não dá colher de chá (tá bem, dá mas é para poucos), geralmente a vida nos dá tempo para amadurecer, na verdade é isto que ela quer de nós. Que deixemos de ser crianças emocionais e que sigamos em frente. Mas esta transformação não é fácil, ela é dura. É duro deixarmo-nos para trás, abandonar as velhas crenças, é duro parar de sofrer. Porque a certa altura sofrer vira um vício, é o que nos mantém caminhando: um pouco de choro e um pouco de esperança. A vida quer que olhemos para dentro para entender a sua lição. E em um misto de dor, raivas, cansaço e aceitação, encontremos a fórmula da paciência. Que para mim é a única forma de tradução da maturidade.

Nota pessoal:


Nunca corte o cabelo quando estiver de TPM. Qualquer centímetro a menos  equivale a uma hora de lamentações.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Não tenho paciência para ver olimpíadas. Primeiro porque tem tanta coisa monótona que é considerado esporte, tais como aqueles gordos atirando uma rodinha, ou os saltos que duram 1 segundo, ou aqueles caras que ficam nas argolas para lá e para cá. Ainda não entendi se a pontuação vai de 0 a 20 ou a 16 porque parece ótimo uma nota 15,900... Faz me lembrar os professores da UL ao dar uma nota de 14,79 em uma apresentação oral. Será que não falei bem uma sílaba?!
 Depois porque aquilo parece divertido só para a pessoa que pratica ou para as mães dos atletas em uma versão tenho-o-melhor-filho-do-mundo aprimorada. Fala sério para quê duas semanas dessa porcaria? dois dias já tá de bom tamanho, enfim...
Agora andamos com as falas do Ratatouille na ponta da língua. Começou cedo...o Fabian só que saber de "Ratatá", vai até o computador e nos puxa até ligarmos e passar o filme. Além do ratinho, gosta do Bob e do Monstros S.A.. aos poucos vamos tentar variar o repertório porque senão ninguém merece! :/

Parece que em breve teremos novidades. Será?

domingo, 5 de agosto de 2012

Vida leva eu

Certa vez quando ainda cursava História, li que os gregos costumavam dizer: "quer uma maneira de fazer os deuses felizes? Faça planos." É verdade. Sou uma pessoa de planos...que gosta de controlar o destino e nesta fase, a vida tem me mostrado muitas coisas. Não adianta conselho de ninguém, tem ensinamentos que só dependem da nossa experiência e de uns quantos galos na cabeça de tanto bater na parede.
 Lembro-me do quanto sofri ou me alegrei antecipadamente tomando em conta a vida que eu levava como se ela não sofresse nenhum acidente de percurso e tudo aquilo que imaginei não desse uma guinada de 180°. Sofri porque não sabia quanto tempo ia conseguir ter um filho...imaginei uma casa vazia e eu velha sentada no sofá com um marido mais velho ainda que eu. Sofri por ter de fazer 5 anos em uma faculdade onde cada cadeira tinha trabalhos em grupo. Sofri por não ter a minha casa. Sofri por ser gorda e não ter força de vontade para emagrecer. Sofri por imaginar que passaria o resto da vida em Portugal e sofri porque achava que iria odiar para sempre aquele país. Sofri porque não me sentia capaz de dirigir. Sofri e sofri. Chorei. Ainda lido mal com mudanças, apesar de reconhecer que tudo na vida resume-se a isto. A esta altura estaria licenciada em Psicologia se não fosse a gravidez. E mesmo com ela, com 31 anos estaria então com mestrado concluído. E hoje estou aqui sem saber ao certo quando e se um dia vou conseguir retomar este curso. Lembro que a cada proposta que fizeram ao Fernando, íamos vendo a cidade, o custo de vida e imaginando como seria morar lá, até que as propostas não avançavam e ficávamos mais uma vez a ver navios. 
Hoje a minha resolução de meio de ano é não fazer planos. Os budistas dizem que todo sofrimento vem do desejo. Não é questão de baixar os braços, mas é de não criar imensas expectativas pelo caminho, fazer novelas e sonhos em cima de um vislumbre de oportunidade. Deus sabe que a coisa que mais prezo nesta vida é segurança. Mas nunca se está seguro se vive-se com medo de que as coisas fujam do nosso controle.      Acho muito interessante o modo popular do brasileiro que diz "deixa a vida me levar" e é feliz apesar de tudo. Tenho muito que aprender com o meu país. Deixar meu fado de lado e cantar um samba.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

As inimizades virtuais

Hoje em dia todo mundo tem pelo menos um punhado de amigos virtuais, aqueles que nunca vimos na vida, mas que de repente sabem até mais de nós do que os familiares mais próximos. Tenho pouco vivência de fóruns, mas tenho duas contas em sites de relacionamento, ou melhor, uma só ativa. E tal como na vida real acabamos esbarrando por uns chatos no caminho... aqueles que só falam indiretas que já nem sei para quem, aqueles que colocam suas raivas contra o governo pelo menos umas duas vezes por dia, aqueles que adoram por fotos de todos os momentos tediosos de seu dia como se fosse a-coisa-mais-espetacular-do-mundo, fazem-me imaginar quando é que vão por uma foto cagando. Ah também tem os muito iluminados, que para eles tudo está bom, tudo é maravilhoso, etc,etc. Como eu digo, eu não odeio ninguém (à princípio), eles é que vão me irritando aos poucos e de repente quando vejo, pum, mais um desafeto virtual lol. Ainda estes dias uma mãe em um fórum expôs um problema, para começar que eu já nem sei porque o colocam se ao que parece não estão abertas a nenhuma sugestão e vão sempre por fazer o que já estavam inclinadas antes de escreverem. Aí esta pessoa diz que é muito orgulhosa da iluminação dela, bahhh só dei risadas. Isto porque este ser tão espiritualizado foi um dos primeiros a se virar quando expus aqui os meus desabafos. Eu fico de cara mesmo com a máscara que algumas pessoas gostam de envergar na internet, chega a ser tosco. Será mesmo tão difícil ser autêntico? é que para mim o melhor é então não falar nada, pronto, do que tentar parecer o que não é. Ah, e ainda tem aqueles que tem facebook e espalham o que vão comer, com quem, aonde vão: "compras com Sidinha no mercado zaffari" como se fosse fazer muita diferença para a minha vida saber disto. E depois reclamam da falta de privacidade?! Hein? 
Não sei se é só impressão minha, mas hoje em dia é muito mais fácil fazer inimizades do que amizades...isto porque geralmente as pessoas que agem assim expõem o seu lado mais chato constantemente. E só me vem rótulos à cabeça: a fútil, o pró-ditadura, o consumista, a despeitada, a miss tpm, a mãe-maravilha... Ah e ainda tem os defensores do "bom" português. Aqueles que não perdem tempo em dar uma lascada no "Brasileiro": "para mim sempre será correcto, facto, directo", nunca vou me adaptar, não vou escrever, bla bla bla. Já fiquei bem mais chateada, mas hoje eu olho, leio e suspiro. Meu Deus, tanta ignorância junta...e o pior é que vicia, não é?