Há exatamente um ano atrás eu estava no último andar do hotel, em um quarto incrivelmente pequeno em Paris. Tínhamos nos abraçado e quase gasto a saudade de quase meio ano separados. Andamos pelos jardins da torre Eiffel, tiramos fotos a três, procuramos um mc donalds para almoçar. Hoje ao contrário do que se passou, foi dia de despedida. Trocamos beijos e promessas sonolentas. Tenho um misto de emoções concentrado no estômago: a alegria juntou-se ao medo e o medo ao arrependimento. Fui eu quem tinha jogado a ideia ao ar de que precisávamos nos mudar, que afinal de contas de que vale ter um salário como empregado se o dinheiro desse apenas para pagar as contas e pouco mais? É preciso arriscar e toda escolha nos cobra um preço...
Nosso amor já nasceu da distância, creio que às vezes é dela que se alimenta, voltando sempre mais forte a cada mergulho nos braços do outro. E sempre achamos que esta será a última vez, o último beijo de despedida, a última saga de conversas no skype, a última vez que tenho de responder zilhões de vezes ao Fabian que o papai vai demorar e que na verdade eu não sei até quando.
Depois de quase dez horas em tgv, o marido chegará em Nice, dormirá em um quarto de hotel e depois em um quarto alugado tal como fizera quando chegou na França. A diferença é que enquanto passa pela provação dos três meses de experiência, estamos na nossa casa, o Fabian na mesma rotina escolar, com a dispensa abastecida e com dinheiro, graças ao destino (ou a nós) bem melhor do que aconteceu no Brasil. E a mim resta esperar e imaginar, tal qual a fatídica cena do Mr. Bean quando encontra o mar da Cotê d'Azur, a vida a imitar a arte.
ps: prometo ter cuidado ao atravessar a rua!
São opções de vida. Admiro-te porque eu não conseguiria fazer isso. Para mim, vivermos os quatro separados é algo impensável. Só mesmo se passasse fome. É preciso ter estômago! Felicidades e o tempo vai passar rápido.
ResponderExcluirOlá Timtim! Na verdade eu sou uma medricas de primeira, quem tem o mérito e eu reconheço, é o meu marido, pois eu mesma não teria coragem de dar minha cara à tapa. Tenho de me convencer que é uma mudança para melhor, pois aqui os empregadores pagavam um salário de iniciante para ele que tem quase trinta anos de experiência...não é justo. As ofertas de emprego permitiram que ele escolhesse onde iria recomeçar, e só com isto já estou um pouco tranquila, ja que tem bastante emprego na França para a área dele. :)
ResponderExcluirBeijinhos
Tudo a correr bem então e paciência muita, até porque ser mãe "sozinha" não é fácil.
ResponderExcluirBjs
Obrigada Nany!!
ResponderExcluirBeijinhos