Desconfio de soluções fáceis, principalmente no que diz respeito a se adaptar. Não é tão simples como trocar o chip de um celular e isto que nem estou falando da língua. É claro que sentir-se bem em outro país é uma questão relativa, há quem consiga em três anos e quem o faça em dez. No entanto acho que faz parte da nossa natureza comparar os modos de ser com o nosso. E é em plena era do "estranhamento" a que me encontro. Já sabia que os franceses, para falar a verdade os europeus no geral são mais fechados que os brasileiros. A diferença é que em Portugal depois de uma sisudez inicial é possível fazer amizades, já aqui as pessoas tendem a ser simpáticas no local de trabalho/escola, mas a convivência para por aí. Hoje tive um exemplo que deixou-me perplexa. Depois da aula sentei-me com a professora para que ela corrigisse dois parágrafos que havia traduzido de um conto meu. Quando acabamos, perguntei se caso ela quisesse saber o resto, eu podia enviar por email. Ela esquivou-se dando-me uma desculpa. Senti um choque no ar, que barulho faz duas visões de mundo a esbarraram-se? Na verdade pareceu-me um silêncio escorrido de amarelo, o amarelo do meu sorriso. Então quer dizer que um email é algo pessoal demais para se trocar com um professor que temos aulas há quatro meses? Que seria se pedisse amizade pelo facebook, o endereço ou coisa qualquer (que obviamente não o faria)? De repente desmaiava. Um email...poxa aquilo que se pode fazer um apenas para conhecidos e outro para familiares e amigos, que podemos apagar, que não há envolvimento de fotos, nem nada. Um inofensivo endereço eletrônico. Ou para os franceses nem tanto.
![]() |
Ui era só um email, não um pedido de casamento! |
Nenhum comentário:
Postar um comentário