Chego no mercado com a minha carrocinha que é como eu chamo aquela sacola com rodinhas e vejo um cenário catastrófico, digno de filmes de apocalipse zumbi. Prateleiras vazias, algumas sem nenhum artigo. Agitação dos funcionários estoquistas: nunca, nunca, nunca vi coisa igual. Será que lançaram alguma promoção ao estilo pague um e leve três? E eu que só queria comprar pão... não tem. Mas e salgados? Não tem. E bananas? As únicas coisas que jaziam ali eram batatas e alfaces. Lá consegui salvar um pack de iogurtes agarrando-o como se fosse um tesouro esquecido. É meu, ninguém me tira! Lancei um olhar desconfiado em roda da ala dos congelados.
Dirigia-me ao caixa quando li em um dos cantos da prateleira um bilhete impresso em letras ordinárias: no sábado, dia 15, esta loja irá fechar às 16 horas. Mas por quê??? Olhei para o relógio e percebi que faltavam apenas cinco minutos. Perguntei à funcionaria enquanto ela me estendia uma dezena de moedas, por que estavam fechando tão cedo. Acontece que iam mesmo se mudar, coisa que tinha esquecido depois de ter sido marcado para outubro e nunca mais mencionarem fazê-lo. Pois agora era assim? Não põem um aviso na porta duas semanas antes, nem isto nem o novo endereço do mercado? Não duvido nada de que aquele aviso tenha sido plantado na véspera ou quiçá no próprio dia. Irrita-me muito esta historia do "se virem" aqui na França. Dá-me vontade de dizer que isto não funciona no comércio onde o cliente é como um bebê que adora ser bajulado e carregado ao colo. No Brasil este setor de marketing ia mirrar à fome. Querem ver que a lógica é o cliente sair por seus pés a adivinhar para onde é que o Simply foi? Oh, claro que já estou me vendo fazer isto, vou é no Lidl isto sim!
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