sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O que é ser inteligente?

Tenho a plena consciência de que fui uma aluna mediana, não no que diz respeito à notas porque sempre tirei Bons e Muito Bons, mas notas boas para mim não é sinônimo de ser inteligente. As provas tão temidas eram apenas avaliações superficiais do conhecimento fresco ainda pela memorização. Afinal, olhando hoje para tudo o que me foi ensinado, questiono-me o que permaneceu e o que se "evaporou" da minha cabeça. Então se a inteligência fosse medida por notas, seria coerente pensar que agora eu já não possuo mais esta tal inteligência? Ela se foi com os anos e com o tempo? 
Para as ciências exatas era preciso calma, exercícios e prestar atenção na aula, só assim para alcançar um bom resultado. Mas nunca tive qualquer problema em educação artística, por exemplo, em criar histórias e fazer redações e interpretar textos e feições. Às vezes pergunto-me porque este tipo de habilidade não é tida como inteligência, porque a sociedade sobrevaloriza ser bom em matemática, química ou física quase como se fosse o selo oficial de um QI alto. Ninguém olha para um desenho bonito e pensa: nossa que criança inteligente! Mas olham ao contrário, para a boa nota de um teste sobre átomos e dão tapinhas nas costas dos filhos. E hoje, já adulta, imagino que nas provas da vida, podemos mais é enfiar estas notas no fiofó, porque de nada servem...e há tão poucos, mas tão poucos com a inteligência que esta nos cobra: a inteligência emocional... (Agora veio-me a lembrança da primeira vez que achei um livro no lixo: e o nome era exatamente este: A inteligência emocional. Arrependo-me até hoje de não o ter resgatado. Enfim.)

3 comentários:

  1. Pois infelizmente ainda é Paula...
    beijinhos

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  2. Senti sempre um certo desprezo ou aversão pelo sistema de avaliação escolar... do meu jeito até o «sabotei». Notas? O que é isso? Números de zero a vinte... nada dizem. Como tu também quase sempre tive «boas» notas mas não me considerava melhor que ninguém por isso. Diziam-me que era muito inteligente mas... (tem sempre de ter um defeito algures).

    Infelizmente sabemos que estamos mal quando todos se regem por esses números e se prestam a se avaliar uns aos outros por isso, «punindo» até os mais bem sucedidos. Uma sociedade que preza a mediocridade e rebaixa aquele que consegue algo com legitimidade e sem recorrer a «colas» - existe muito disso também.

    Eu até acho que para a vida a inteligência é de pouca serventia. A esperteza leva-te mais longe.

    PS: discordo contigo no sentido que dizes que ninguém te chama de inteligente por fazeres um bom desenho. Decerto que consideram a criança talentosa e fazem um bom alarido disso. Nem sempre empregam o termo "inteligência" mas decerto que está um pouco implícito que a «admiração» e a surpresa encontrada num desenho supõe a presença de inteligência.

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