Chegando ao fim a primeira semana de férias, não deixo de pensar que este país tem-nas em demasia. Afinal férias de inverno para quem não tem carro, em um lugar que não tem quase nada para fazer significa apenas ficar em casa dia após dia. Ontem mesmo me dei conta que se não saísse, ia completar uma semana sem por o nariz para fora de casa, lá reuni coragem e fomos na praça da Mairie. Às vezes sinto-me observadora da minha própria vida, eu sento em um banco sentindo aquele frio que me adormece os dedos e enquanto vejo ao longe o Fabian brincar, imagino-me longe, muito longe. Não sei ao certo o que procuro e qual o propósito de estar aqui, se é viver dias iguais, se é voltar a estudar, se é me dar um tempo. Por enquanto não sinto qualquer ódio em particular, sinto-me apenas a vagar através do tempo e tal como se fosse em um sonho, belisco-me, mas não tenho a certeza de que sinto mesmo a dor ou se esta é apenas uma construção da minha mente. De qualquer forma tudo tem de passar por lá mesmo, mas no fundo, eu sigo...distante...longe...dormente....
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