O vento trouxe com ele o cheiro da cevada*, um cheiro morno e doce que não combinada nada com esta ventania desvairada. Faz tanto tempo que não venta aqui que já tinha me esquecido de como os meus cabelos conseguem ganhar vida e quase me estrangulam enquanto ando. Desde Erico que me é impossível não relacionar o tempo com o vento. O vento de certa forma é como a materialização do tempo, mas isto não quer dizer que ele passe mais rápido. É como se ele açoitasse a pele só para dizer "estou aqui", "olha para mim, eu passo, vês?". Esta semana além de vento tinha pólen voando e pousando na roupa, a primeira coisa que pensei era que ia morrer espirrando, mas ao que parece não sou alérgica ao pólen alsaciano.
Meu corpo ainda está a acostumar-se com o tempo, se misturando com a paisagem. Depois do inverno me acumular uma dezena de quilos no lombo, hoje a primavera me encontra poros a dentro, florescendo a minha vontade de sair do casulo que transformei a minha casa. Está na hora de bater as asas, de me agarrar a fundo e recuperar-me destes longos meses de frio. Só agora consigo entender o entusiasmo dos Beatles quando cantavam "It feels like years since it's been here...here comes the sun and I say, it's all right".
*Ai ai as delícias de morar perto de uma cervejaria (só que não).
Meu corpo ainda está a acostumar-se com o tempo, se misturando com a paisagem. Depois do inverno me acumular uma dezena de quilos no lombo, hoje a primavera me encontra poros a dentro, florescendo a minha vontade de sair do casulo que transformei a minha casa. Está na hora de bater as asas, de me agarrar a fundo e recuperar-me destes longos meses de frio. Só agora consigo entender o entusiasmo dos Beatles quando cantavam "It feels like years since it's been here...here comes the sun and I say, it's all right".
*Ai ai as delícias de morar perto de uma cervejaria (só que não).
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